Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

São Simão e São Judas Tadeu

                                                                                 
Celebramos na alegria da fé os apóstolos São Simão e São Judas Tadeu. Os apóstolos foram colunas e fundamento da verdade do Reino.

São Simão:

Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa "zeloso".

Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. São Fortunato, Bispo de Poitiers no fim do século VI, indica estarem Simão e Judas enterrados na Pérsia.

Isto vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.

Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos.

Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.

São Judas Tadeu:

Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: "Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?" (Jo 14,22).

Temos uma epístola de Judas "irmão de Tiago", que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente". Orígenes achava esta epístola "cheia de força e de graça do céu".

Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia.

Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu.

Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.

São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.


São Simão e São Judas Tadeu, rogai por nós!


                                                                  
ORAÇÕES A S.JUDAS TADEU

Oração para se rezar nas situações difíceis.
Glorioso S. Judas, ilustre Apóstolo e mártir de Jesus Cristo, resplandecente de virtudes e de milagres, fiel e pronto advogado dos que vos veneram e têm confiança em vós, vós sois o patrono e o poderoso auxílio nas situações difíceis. Por isso, eu recorro e recomendo-me a vós.
Vinde em meu auxílio, eu vos suplico, com a vossa poderosa intercessão, pois obtivestes de Deus o privilégio de ajudar os que perderam toda a esperança. Dignai-vos baixar os vossos olhos sobre mim; a minha vida é uma vida de cruz, os meus dias, dias de angústia, e o meu coração um mar de amargura. Todos os meus caminhos estão cobertos de espinhos e quase não tenho um lugar de repouso. Não me abandoneis nesta triste situação. Não vos deixarei enquanto não me tiverdes atendido. Apressai-vos a socorrer-me. Ficar-vos-ei reconhecido o resto da minha vida, reverenciar-vos-ei sempre como meu patrono especial e prometo-vos espalhar o vosso culto e a força do vosso nome. Assim seja.

 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Não espere para amar

                                                    
Era uma vez um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura.
Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa de seus pais, sob o cuidado constante de sua mãe.
Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam.
Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor à primeira vista.
Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava. Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e
perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa. Era o sorriso mais lindo que ele já havia
visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD.
Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era, e disse:
-         Esse aqui...
-         Quer que embrulhe para presente ? - perguntou a garota, sorrindo ainda mais...
Ele balançou a cabeça para dizer que sim e disse:
-         É para mim mesmo mas eu gostaria que você embrulhasse.
Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado.Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina. Daquele dia em diante, todos as tardes voltava à loja de discos e comprava um CD qualquer.
Todas às vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no closet, sem sequer abrir. Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convidá-la para sair e conversar. Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou muito a chamá-la para sair.
Um dia, ele se encheu de coragem e foi para a loja. Como todos os dias comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo.
No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu.Era a garota perguntando por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a soluçar e disse:
-         Então, você não sabe? Faleceu essa manhã.
Mais tarde, a mãe entrou no quarto do filho, para olhar suas roupas e ficou muito
surpresa com a quantidade de CDs, todos embrulhados . Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito:
-         Você é muito simpático,não quer me convidar para tomar um sorvete? Eu adoraria.
Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abriu traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer aquele rapaz. Assim é a vida: não espere demais para dizer às pessoas que você ama aquilo que você sente. Não tenha receios, diga-o já; amanhã pode ser tarde.
Essa mensagem foi escrita para fazer as pessoas refletirem e assim, pouco a pouco, tentarem mudar o mundo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Naufrágio


                                            
"Após um naufrágio, o único sobrevivente agradeceu a Deus por estar vivo e ter conseguido se agarrar a parte dos destroços para poder ficar boiando.
Este único sobrevivente foi parar em uma pequena ilha desabitada e fora de qualquer rota de navegação, e ele agradeceu novamente.
Com muita dificuldade e restos dos destroços, ele conseguiu montar um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do sol, da chuva e de animais e para guardar seus poucos pertences, e como sempre, agradeceu.
Nos dias seguintes a cada alimento que conseguia caçar ou colher,   ele agradecia.
No entanto um dia quando voltava da busca por alimentos, ele encontrou o seu abrigo em chamas, envolto em altas nuvens de fumaça. Terrivelmente desesperado ele se revoltou, gritava chorando:
"O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus, por que fizeste isso comigo?"
Chorou tanto, que adormeceu, profundamente cansado.
No dia seguinte bem cedo, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava.
-"Viemos resgatá-lo", disseram.
-"Como souberam que eu estava aqui?", perguntou ele.
-"Nos vimos o seu sinal de fumaça!"
  
Lembre-se: Se algum dia o seu único abrigo estiver em chamas, esse pode ser o sinal de fumaça que fará chegar até você a Graça Divina.

Oração de Frei Galvão

 
Pai Santo,
fiel remunerador daqueles que,
nesta vida de exílio, buscam e trabalham
para que em vida
se cumpra a vossa vontade santíssima,
pedimos humildemente a glorificação
do Beato Frei Antônio de Sant'Anna Galvão,
concedendo-lhe socorrer a todos
os que em suas necessidades,
cheios de confiança,
solicitarem a intercessão
do "homem da paz e da caridade"
e do filho devoto da Imaculada Conceição.

Isto vos pedimos para a vossa maior honra e glória, por Cristo Nosso Senhor.

Amém.

(Pai Nosso, Ave Maria, Glória)


Santo Antônio de Sant'Anna Galvão

                                                                           
Conhecido como "o homem da paz e da caridade", Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu no dia 10 de maio de 1739, na cidade de Guaratinguetá (SP).

Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal, e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política.

O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.

Em 1760, ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.

Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.

Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do "recolhimento".

Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis.

Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: "Aqui jaz Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822". Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.

Frei Galvão é o religioso cujo coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: "O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades".

O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.


Santo Antônio de Sant'Anna Galvão, rogai por nós!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Santa Úrsula

                                                                            
Úrsula nasceu no ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra. A fama de sua beleza se espalhou e ela passou a ser desejada por vários pretendentes (embora Úrsula tenha feito um voto secreto de consagração total a Deus). Seu pai acabou aceitando a proposta de casamento feita pelo duque Conanus, um general de exército pagão, seu aliado.

Úrsula fora educada nos princípios cristãos. Por isso ficou muito triste ao saber que seu pretendente era pagão. Quis recusar a proposta mas, conforme costume da época, deveria acatar a decisão de seu pai. Pediu, então, um período de três anos para se preparar. Ela esperava converter o general Conanus durante esse tempo, ou então, encontrar um meio de evitar o casamento. Mas não conseguiu nem uma coisa, nem outra.

Conforme o combinado, ela partiu para as núpcias, viajando de navio, acompanhada de onze jovens, virgens como ela, que iriam se casar com onze soldados do duque Conanus. Há lendas e tradições que falam em onze mil virgens, ao invés de onze apenas. Mas outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que foram mesmo onze meninas.

Foram navegando pelo rio Reno e chegaram a Colônia, na Alemanha. A cidade havia sido tomada pelo exército de Átila, rei dos hunos. Eles mataram toda a comitiva, sobrando apenas Úrsula, cuja beleza deixou encantado ao próprio Átila. Ele tentou seduzi-la e lhe propôs casamento. Ela recusou, dizendo que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo. Átila, enfurecido, degolou pessoalmente a jovem, no dia 21 de outubro de 383. Em Colônia, uma igreja guarda o túmulo de Santa Úrsula e suas companheiras.

Durante a Idade Média, a italiana Ângela de Mérici, fundou a Companhia de Santa Úrsula, com o objetivo de dar formação cristã a meninas. Seu projeto foi que essas futuras mamães seriam multiplicadoras do Evangelho, catequizando seus próprios filhos. Foi um avanço, tendo em vista que nesta época a preocupação com a educação era voltada apenas para os homens. Segundo a fundadora, o nome da ordem surgiu de uma visão que ela teve.

Atualmente as Irmãs Ursulinas, como são chamadas as filhas de Santa Ângela, estão presentes nos cinco continentes, mantendo acesas as memórias de Santa Ângela e Santa Úrsula.

Santa Úrsula, rogai por nós!

As três peneiras



 
Olavo foi transferido de projeto.
Logo no primeiro dia, para fazer média com o novo chefe, saiu-se com esta:
Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva. Disseram que ele...
Nem chegou a terminar a frase, e o chefe apartou:
Espere um pouco, Olavo. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
Peneiras? Que peneiras chefe?
 
A primeira, Olavo, é a da VERDADE. Você tem certeza que esse fato é absolutamente verdadeiro?
Não, não tenho, não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram. Mas eu acho que...
E, novamente Olavo foi interrompido pelo chefe:
Então a sua história já vazou a primeira peneira. Vamos então para a Segunda peneira que é a da BONDADE.
O que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
Claro que não! Deus me livre – diz Olavo assustado.
Então, continua o chefe com a sua história, vazou a segunda peneira, vamos ver a terceira peneira, que é a da NECESSIDADE.
Você acha mesmo necessário me contar esse fato ou passá-lo adiante?
Não chefe. Pensando desta forma, vi que não sobrou nada do que eu iria contar – fala Olavo, surpreendido.
 
Pois é Olavo! Já pensou como as pessoas seriam bem mais felizes se todos usassem essas peneiras? – Diz o chefe sorrindo e continua:
Da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo das três peneiras:
Verdade – Bondade – Necessidade.
 
Antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante lembre-se: 
  • Pessoas Inteligentes falam sobre idéias;
  •  Pessoas Comuns falam sobre coisas;
  • Pessoas Mesquinhas falam sobre pessoas.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O PERDÃO

                                                 
Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e o seu comportamento eram uma decepção para seus pais que sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido.  Um belo dia, o bom pai lhe propôs um acordo:
- Se você, meu filho, mudar seu comportamento, se dedicar aos estudos  e conseguir ser aprovado no vestibular para a Faculdade de Medicina, lhe darei então um belo carro de presente... 
Por causa desse carro, o rapaz mudou da água para o vinho. Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar.
Mas, o pai, embora feliz, ainda tinha uma preocupação. Sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversa sincera, mas apenas do interesse em obter o automóvel... E isso poderia ser um mal sinal...! 
O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços.  Assim, o grande dia chegou.!...
Fora aprovado para o curso de Medicina... Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha por certo que na festa
o pai lhe daria o automóvel prometido...
Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou às mãos uma caixa de presente... Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote e, para sua surpresa, havia ali "apenas"... uma Bíblia Sagrada.!!!. O rapaz ficou visivelmente decepcionado com o pai, e nada mais disse...
A partir daquele dia, o silêncio e a distância separaram pai e filho... O jovem se sentia traído e, agora, lutava para ser independente... Deixou a casa dos pais e foi morar no Campus da Universidade... Raramente mandava noticias à família...
O tempo passou, ele se formou, conseguiu um emprego em um bom hospital e se esqueceu completamente do pai. Em todo esse tempo, as tentativas do pai para reatar os laços sempre foram em vão...
Até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu... Faleceu... No enterro, a mãe entregou ao filho, indiferente, aquela Bíblia que tinha sido o último presente do pai, e que ele havia deixada para trás...
De volta à sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai, quando colocou o livro numa estante, notou que havia um envelope dentro dele... Ao abri-lo, encontrou uma carta... e um cheque... A carta dizia:
- Meu querido filho, sei o quanto você deseja Ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para que você escolha o carro que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: A Bíblia Sagrada. Nela aprenderás o Amor de Deus e a fazer o bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência.
Agora, corroído pelo remorso, o filho cai em profundo pranto... E a carta ainda finalizava
assim:
- Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isso leva a erros terríveis e a um fim ainda pior.
Antes que seja tarde, perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal. Talvez se olhar com cuidado, vai ver que há também um cheque escondido.
A vida é uma caixinha de surpresas, não sabemos o que vai acontecer amanhã...
Não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje!!!
Siga o seu coração... e... Dê ouvidos a ele!!!

São Pedro de Alcântara

                                                                 
"Aqueles que são de Cristo crucificaram a própria carne com os seus vícios e concupiscências" (Gal 5,24)
Esta Palavra do Senhor se aplica muito bem a São Pedro de Alcântara, o qual lembramos hoje, pois soube vencer o corpo do pecado através de muita oração e mortificações. Pedro nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499.

Menino simples, orante e de bom comportamento, estudou na universidade ainda novo, mas soube, igualmente, destacar-se no cultivo das virtudes cristãs, até que, obediente ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele o Direito. Pedro foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, o qual administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento e, mais tarde, eleito provincial da Ordem.

Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila; esta, sobre ele, atestou depois da morte do santo: "Pedro viveu e morreu como um santo e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus".

Considerado um dos grandes místicos espanhóis do séc. XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para um lindo encontro com Cristo.

São Pedro de Alcântara, rogai por nós!

No Peito eu levo uma Cruz - CD Jornada Mundial da Juventude no Brasil!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Qual a diferença entre frei e padre?

                                                                                           
Padre é um título para o sacerdote
 
Há gente que pergunta com freqüência sobre a diferença entre padre e frei. Qual estudou mais? Quem é mais importante? Quem é melhor?

Brincando para fazer pensar: tem frei que é padre e tem frei que não é padre. Tem padre que é frei e tem padre que não é frei. “Padre” e “Frei” são títulos como “Bacharel”, “Doutor”, entre outros. Vamos alinhavar isso:

Padre vem de “pater”, que significa “pai” em latim. É um título para o sacerdote: um homem retirado do povo para servir o sagrado, para santificar... como um bom pai de família. Ao falar em padre, normalmente se pensa em padre que trabalha numa paróquia. Pensa-se numa espécie de pai para a comunidade.

Ou se pensava?!

Frei vem de “frater” que significa “irmão”, “frade” em latim. Frade é membro de uma congregação religiosa, homens que vivem uma mesma regra e mesmo ideal, num convento. É título do religioso. Entre si e perante os outros, os frades se chamam de “frei”, uma abreviação de “frade”.

Sacerdócio – ser padre – é uma vocação. Como o casamento é uma vocação. Ser religioso é outra vocação (ser franciscano, jesuíta, salesiano, redentorista, dominicano, etc.; mais de uma dessas congregações seus religiosos são chamados de freis, como título interno. Os beneditinos se intitulam de “dom”). As duas vocações não se repelem. Colaboram. Há religiosos que também se tornam padres e há também frades (freis) que não são ordenados padres.

Chamamo-los de “Irmãos Leigos”. Dentro de um convento podem até ser superiores, assim como vocês conhecem “freiras”, “irmãs” no mundo feminino; temos os “freis” e os “irmãos” no mundo masculino. Então, um religioso que é ordenado padre tem dois títulos: Padre e Frei. O grau de sacerdócio é o mesmo. Nem há diferença nos estudos: todos os padres devem ter cursos de Filosofia e Teologia como base. Alguns se especializam em alguma matéria, tanto entre os chamados padres diocesanos (ou seculares) como entre os religiosos.

Fonte: Frei Félix - Fegger, OFM Santos/SP -

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Lectio Divina "leitura orante da Bíblia"

                                                                        
A "Lectio Divina" é uma expressão latina já presente e consagrada no vocabulário católico, que pode ser traduzida como "leitura divina", "leitura espiritual", ou ainda como ocorre hoje em nosso país e em vários escritos atuais, como "leitura orante da Bíblia". Ela é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir deste exercício, conscientes do plano de Deus e a Sua vontade, pode-se produzir os frutos espirituais necessários para a salvação. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvação de Deus. Os princípios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e praticados por monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. O tempo diário dedicado à lectio divina sempre foi grande e no melhor momento do dia. A espiritualidade monástica sempre foi bíblica e litúrgica. A sistematização do método da lectio divina nós encontramos nos escritos de Guigo, o Cartucho, por volta do século XII.
A Lectio Divina tradicionalmente é uma oração individual, porém, pode-se fazê-la em grupo. O importante é rezar com a Palavra de Deus, lembrando o que dizem os bispos no Concílio Vaticano II, relembrando a mais antiga tradição católica - que conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. Monges diziam que a Lectio Divina é a escada espiritual dos monges, mas é também de todo o cristão. O Papa Bento XVI fez a seguinte observação num discurso de 2005: "Eu gostaria, em especial, recordar e recomendar a antiga tradição da Lectio Divina, a leitura assídua da Sagrada Escritura, acompanhada da oração que traz um diálogo íntimo em que na leitura, se escuta Deus que fala e, rezando, responde-lhe com confiança a abertura do coração".  
O Concílio Vaticano II, em seu decreto Dei Verbum 25, ratificou e promoveu, com todo o peso de sua autoridade, a restauração da Lectio Divina, retomando essa antiquíssima tradição da Igreja Católica. O Concílio exorta igualmente, com ardor e insistência, a todos os fiéis cristãos, especialmente aos religiosos, que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Fl 3,8). Porquanto, "ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo" (São Jerônimo, Comm. In Is., prol).
O método mais antigo e que inspirou outros mais recentes, é que, seja pessoalmente, em comunidade ou no círculo bíblico nós comecemos a reflexão com a Palavra de Deus e que, depois da invocação do Espírito Santo, segue os passos tradicionais: 
1- Lectio (Leitura); 2- Meditatio (Meditação); 3- Oratio (Oração) e 4- Contemplatio (Contemplação). Existem outros métodos que, inspirados aqui, procuram ajudar o cristão a acolher em sua vida a Palavra de Deus e a colocar em prática no seu dia a dia. Em nossa 48ª Assembleia dos Bispos do Brasil, celebrada em Brasília de 3 a 13 de maio último, além de tratar como tema central a "Palavra de Deus", proporcionou aos Bispos, na manhã do domingo, dia 9, um tempo para lerem, meditarem e rezarem com esse método. A mensagem que foi publicada sobre o tema central está baseada justamente nesse clima. Chegou o momento de passarmos a colocar em nossos grupos de reflexão, círculos bíblicos e outros grupos a Palavra de Deus como fonte de reflexão e inspiração para iluminar a nossa realidade concreta.
 O método tradicional é simples: são quatro degraus - "a leitura procura a doçura da vida bem-aventurada; a meditação a encontra; a oração a pede, e a contemplação a experimenta. A leitura, de certo modo, leva à boca o alimento sólido, a meditação o mastiga e tritura, a oração consegue o sabor, a contemplação é a própria doçura que regala e refaz. A leitura está na casca, a meditação na substância, a oração na petição do desejo, a contemplação no gozo da doçura obtida." (Guigo, o Cartucho, Scala Claustralium).
Portanto, quanto à leitura, leia, com calma e atenção, um pequeno trecho da Sagrada Escritura (aconselha-se que nas primeiras vezes utilizem-se os textos dos Evangelhos). Leia o texto quantas vezes e versões forem necessárias. Procure identificar as coisas importantes desta perícope: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. É importante identificar tudo com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação de espírito.
Quanto à Meditatio, começa, então, diligente meditação. Ela não se detém no exterior, não pára na superfície, apóia o pé mais profundamente, penetra no interior, perscruta cada aspecto. Considera atenta sobre o que esta Palavra está iluminando minha vida e a realidade em que vivo hoje. Quais são as circunstâncias que ela me questiona e me incentiva? Depois de ter refletido sobre esses pontos e outros semelhantes no que toca à própria vida, a meditação começa a pensar no prêmio: Como seria glorioso e deleitável ver a face desejada do Senhor, mais bela do que a de todos os homens (Sl 45,3), não mais tendo a aparência como que o revestiu sua mão, mas envergando a estola da imortalidade, e coroado com o diadema que seu Pai lhe deu no dia da ressurreição e de glória, o dia que o Senhor fez (Sl 118,24).
Quanto à Oratio, toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai ao coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade. Vendo, pois, a pessoa que não pode por si mesma atingir a desejada doçura de conhecimento e da experiência, e que quanto mais se aproxima do fundo do coração (Sl 64,7), tanto mais distante é Deus (cf. Sl 64,8), ela se humilha e se refugia na oração. E diz: Senhor, que não és contemplado senão pelos corações puros, eu procuro, pela leitura e pela meditação, qual é, e como poder ser adquirida a verdadeira doçura do coração, a fim de por ela conhecer-te, ao menos um pouco.
Quanto ao último passo, a Contemplatio: desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe dará apenas a tranquilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você será um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus! Mas em todas as circunstâncias será uma maneira de ver Deus presente na história e em nossa vida! "Ele recria a alma fatigada, nutre a quem tem fome, sacia sua aridez, lhe faz esquecer tudo o que não é terrestre, vivifica-a, mortificando-a por um admirável esquecimento de si mesma, e embriagando-a sóbria a torna" (Guido, o Cartucho).
Há uma preocupação grande com a vida prática, com a conversão, de modo que muitas vezes se costuma acrescentar a "actio", ou seja, ação junto com a contemplação. Os temores de uma vida "alienada" podem ser sempre apresentados em todas as circunstâncias, mas quando se aprofunda realmente na Palavra de Deus e se crê que ela é como uma espada de dois gumes que penetra no mais profundo de nosso ser e que também ilumina nossa vida e nosso caminho, teremos certeza de que ela ilumina a nossa estrada e nos conduz com a graça de Deus por uma vida nova.
Portanto, diante deste patrimônio da nossa Igreja que é este método da Lectio Divina, desejo a todos que inspirados na mensagem que os Bispos enviaram acerca do tema central da 48º Assembleia, possamos todos nós aprofundar a Leitura Orante da Bíblia, que, aproximando-nos da Palavra de Deus, encontremos os caminhos da vida dos cristãos hoje, neste início de milênio, que, diante da atual mudança de época, respondamos com uma vida nova, haurida nas escrituras sagradas, que nos comunicam a Palavra eterna, o Verbo eterno, Jesus Cristo, nosso Senhor!
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro
REQUISITOS E DISPOSIÇÕES PARA A “LECTIO DIVINA”

Um ambiente favorável
O clima propício para a “Lectio Divina” deve estar integrado de paz exterior e interior, sobretudo interior, de caridade fraterna; sem caridade não há paz verdadeira, de silêncio, de tempo livre... Sobre o silêncio, tão necessário para escutar,  “Calamo-nos antes de escutar, porque nossos pensamentos estão dirigidos para a mensagem, como um filho que se cala no momento de entrar no quarto de seu pai. Calamo-nos depois de ter escutado a Palavra de Deus, porque ela ressoa, viva, e quer habitar em nós”.

Pureza de coração
Mas é claro que não bastam um ambiente propício, uma preparação, uma formação idônea do tipo intelectual. Cassiano, grande mestre dos monges, não se cansa de repetir que a ciência humana, o estudo dos comentaristas da Bíblia, de pouco ou de nada serve para alcançar a “inteligência espiritual” da Escritura que alimenta o “homem interior”, a vida de união com Deus. Mas o que se necessita antes de tudo e sobretudo é a pureza do coração.

“Se desejais chegar à luz da ciência espiritual... inflamai antes todo desejo da bem aventurança que diz: ‘Bem-aventurados os corações puros, porque verão a Deus!’ (Mt 5,8). Somente depois de extirpar os vícios e adquirir a humildade, será penetrar até o coração das palavras celestes e contemplar com o olhar puro da alma os mistérios mais profundos e escondidos.

‘Não estamos na ciência humana, nem na cultura dos homens, mas tão somente na pureza da alma, iluminada pela luz do Espírito Santo’. Deste modo, à medida que vamos progredindo na purificação interior e na leitura humilde e assídua, nosso espírito vai-se renovando e nos parecerá que a Sagrada Escritura começa a falar para nós. Comunica-nos uma compreensão mais funda e misteriosa, cuja beleza vai aumentando em razão direta de nosso progresso. O texto isnpirado acomoda-se na capacidade receptiva da inteligência humana”.

Por isso, aos homens carnais a Escritura parece coisa terrena, aos espirituais, coisa celestial e divina. E aqueles que vinham antes envolvidos em espessas trevas são agora capazes de sondar sua profundidade e sustentar seu fulgor com o olhar” (Conl. 14,11).

Desprendimento e docilidade
Outras disposições fundamentais para encontrarmos a Deus que nos espera na Escritura são a sensibilidade, o desprendimento, a docilidade e a entrega. O Cardeal Eduardo F. Pironio escreve: “A palavra de Deus é simples. Temos de penetrá-la com alma de pobre e coração contemplativo. Somente assim nasce em nós o gosto da sabedoria. Assim sucedeu em Maria, a virgem pobre e contemplativa, que recebeu em silêncio a Palavra, a realização na obediência da fé” (Lc 11,27). Infelizmente, “às vezes nós complicamos o Evangelho e assim não entendemos a claridade e a força de suas exigências. Possivelmente olhamos o Evangelho a partir de nós mesmos”. Mas a palavra de Deus transcende nossa realidade e tem-se de entrar nela a partir da profundidade do espírito: “penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus” (1Cor 2,10).

O desprendimento (desapego, desinteresse) deve liberar-nos, como disse A. Southey, do “desejo ansioso dos resultados”. Pois não se deve ir em busca de sentimentos, de experiências, de idéias bonitas para comunicar aos demais... A “Lectio Divina” é um trabalho de larga duração, que leva a uma profundidade incessante, mas normalmente imperceptível, de nossa intimidade com Deus.

Devemos acorre à Bíblia não para o que ela pode extrair de nós, mas para o que podemos extrair dela. Isto é muito importante. Para que a leitura de Deus seja autêntica, é preciso ir a ela com espírito de entrega de perfeita disponibilidade ao que o Senhor vai pedir-nos.

Segundo São Gregório Magno, exímio mestre da “Lectio Divina”, saber ler a Escritura pode converter-se em uma definição do cristão à medida que esta leitura seja existencial e não somente um exercício superficial da inteligência. “Como estão os bons criados sempre atentos aos olhos de seus senhores para executar sem demora o que ordenam, assim também o espírito dos justos permanecerá atento à presença de Deus Todo-Poderoso. Fixando os olhos na Escritura como se se tratasse de sua boca. Porque, como na Escritura, Deus expressa sua vontade; quanto mais a conhece através de sua Palavra, tanto menos se aparta dela. Não ressoe em seus ouvidos sem deixar marcas, sem que se grave em seus corações” (Mor 16,35,43).

Um dos segredos da santidade de Santa Teresinha do Menino Jesus, talvez o principal, era sua plena aceitação da Palavra de Deus para realizá-la e vivê-la. Jamais tentou acomodá-la a seu caminho, mas acomodou seu caminho à Palavra de Deus, de um modo total e absoluto.

A “Lectio Divina” exige entrega sincera, “puritatis devotio”, de quem a pratica. Supõe-se que o leitor “se abandone em Deus, que ele está falando e lhe concede uma relação de coração”, segundo a bela expressão dos padres da companhia de Jesus reunidos em suas 31 congregações gerais.

Espírito de oração
Devemos buscar a Escritura não para entreter-nos, nem para estudar, senão para subir ao altar de Deus, com grandes preparativos de alma e corpo. Deus no-la oferece para que leiamos em seu coração, chama-nos a sua intimidade. Mas este contato com Deus não pode efetuar-se senão em um clima de fé viva e, como escreve A. Southey, “requer que nós nos preparemos com uma atitude de desejo humilde, numa atitude de oração”.

Os Padres têm firmado um princípio fundamental: compreender a Escritura é um dom de Deus. São Gregório Magno, por exemplo, diz que “a Palavra de Deus não pode penetrar sem sua sabedoria, e o que não recebeu seu Santo Espírito não pode de modo algum entender sua Palavra” (Mor 18,39,60). Marcos Ermitaño ensina que “o Evangelho está fechado para os esforços do homem; bri-lo é um dom de Cristo”. Por isso São João Crisóstomo orava diante da Bíblia: “Senhor Jesus Cristo, abre os olhos de meu coração..., ilumina meus olhos com tua luz..., tu somente és a única luz”.

Antes de toda leitura, suplique a Deus para que se revele a ti. Sim, a leitura divina é um dom da graça, tem de suplicar ao Senhor da graça que no-lo conceda. Somente a oração humilde, sincera, amorosa, pode pograr que o que dizem as Escrituras nos abra seu sentido profundo.


FRUTOS DA “LECTIO DIVINA”
Muitos e muito saborosos são os frutos da “Lectio Divina”. Segundo São Bento, conduz-nos à perfeição; segundo São Bernardo, infunde-nos sabedoria; segundo São Ferreolo, cria o fervor espiritual; segundo Bernardo Ayglier, dissipa a cegueira da mente, ilumina o entendimento, sana a debilidade do espírito, sacia a fome da alma, produz a compunção (contrição) do coração... A lista, sem dúvida alguma, poderia alargar-se facilmente. Veremos somente alguns dos frutos.

4.1. Uma mentalidade bíblica
Pode-se dizer, em primeiro lugar, que o contato pessoal, assíduo e profundo com a Palavra Deus cria no leitor o que se tem chamado uma “mentalidade bíblica”. As idéias, as expressões, as imagens da Escritura se convertem cada vez mais em seu patrimônio espiritual. Sua fé nutre-se das verdades da Bíblia; sua vida moral ajusta-se aos preceitos, diretrizes e modelos contidos na Bíblia; suas idéias e imaginações, tantas vezes inúteis e perigosas, são substituídas com grande vantagem pelas idéias e imagens da Bíblia, pelas imagens de Deus, de Jesus, dos amigos de Deus; acostuma-se a pensar naturalmente nas realidades da salvação, eleva-se com facilidade a elas. Pensa e fala com a Bíblia e como a Bíblia. A imitação de Cristo acha na Bíblia um arsenal para vencer a tentação. A Bíblia passa a formar parte integrante de sua personalidade, ou melhor dizendo, esta termina por ser transformada pela leitura da Bíblia.

4.2. Uma total renovação
A “Lectio” transforma-nos radicalmente. Que a “Lectio” representa na vida espiritual um papel purificador é uma afirmação constante dos Padres e autores monásticos. Que a Bíblia nos ajuda eficazmente a prosseguir com esperança o combate espiritual é o que afirma o próprio São Paulo: “Ora tudo quanto outrora foi escrito foi para a nossa instrução, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que dão as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15,4). A este propósito escrevia São Basílio de Cesárea: “Como tens o consolo da Sagrada Escritura, não terás necessidade de mim nem de nada para estimular o justo, pois basta-te possuir o consolo do Espírito Santo que é o teu guia para o bem” (Ep 283). A “Lectio”, com efeito, edifica, constrói a alma, porque o homem é o que lê. O “homem novo”, que nos empenhamos em ser no batismo, chega, assim, à maturidade.

Todos os que fascinados pela Palavra de Deus, entram na escola desta Palavra e perseveram nela, realizam o famoso tema de Orígenes: “Não podes oferecer a Deus algo de tua mente ou de tua palavra, se primeiro não concebes em teu coração o que foi escrito” (Hom. 13 In Ex., 3). Que quer dizer com isto Palavra? Que para ser interlocutores válidos de Deus é necessário que a Escritura esteja enraizada em nós, que a Escritura se tenha convertido em nossa própria substância, ou mesmo o que Cristo, Palavra de Deus, se tenha formado em nós. Não é esta a verdadeira meta da leitura divina como todo o conjunto de elementos que integram a vida cristã? Conceber a Palavra de Deus no coração!” A palavra salvadora, acolhida nas devidas condições, forma Cristo em nós, faz-nos, de verdade, cristãos.

4.3. Uma piedade objetiva
A “Lectio Divina” confere à piedade um caráter objetivo. Longe de basear-se em imaginações e sentimentalismos inconsistentes, edifica-se sobre acontecimentos, modelos e mistérios reais com que o cristão procura identificar-se. Centra-se em Deus, ou mais exatamente, em Cristo e na Santíssima Trindade.

4.4. Uma vida de Oração
A leitura divina favorece e vivifica a vida de oração. A interpretação das coisas visíveis e invisíveis, da vida e da história humana, “do ponto de vista de Deus”, que procura na leitura da Bíblia o conhecimento do desígnio que consiste no desejo de comunicar-se ao homem,unir-se a ele, prolongar até ele a comunicação da vida que constitui o mistério íntimo de Deus, produz na alma uma grande paz. O leitor crente e assíduo das Escrituras sabe, com certeza inquebrantável, que alguém pensa nele, que alguém sai ao seu encontro, que alguém está com ele. Sua alma sente-se fortalecida como a presença de um Amigo. Tudo isto fomenta uma vida de união conciente, intensa com Deus.

4.5. Uma experiência de Deus
A “Lecito Divina’, praticada com fidelidade, produz a experiência de Deus. Experiência significa “a graça da oração íntima”, o “afeto da divina graça” de que fala São Bento, o saborear as realidades divinas, como ensina constantemente a tradição patrística. É certo sentimento de estar unido a Deus por meio de Cristo na oração.

A oração viva e verdadeira, que brota no contato com a Palavra de Deus, é um de seus maiores frutos. O diálogo, a união com Deus, que é verdadeiramente divina e humana. Deus, falando em nossa alma, no modo humano, nos tem buscando e nós o temos encontrado; e, ao encontrarmos Deus, nós o temos encontrado no mistério de sua Palavra.

4.6. Uma grande felicidade
O salmo 1 nos diz claramente:
“Feliz o homem quenão procede conforme o conselho dos ímpios, Não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores; Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite”.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Aconteceu em Nossa Paróquia

Festa de Nossa Senhora Aparecida na Comunidade de Nossa Senhora Aparecida no  bairro Cabanas.