Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Bento XVI: "As tribulações nada podem com quem é amparado pela graça divina"


Tristeza por tudo o que aconteceu nos últimos dias no Vaticano, mas também confiança e apoio do Espírito Santo à Igreja e encorajamento aos seus colaboradores mais estreitos. Foi o que manifestou Bento XVI na manhã de quarta-feira, 30 de maio, durante a audiência geral na Praça de São Pedro.
“Os acontecimentos verificados nestes dias, acerca da Cúria e dos meus colaboradores, causaram tristeza no meu coração, mas nunca se ofuscou a certeza firme de que, não obstante a debilidade do homem, as dificuldades e as provas, a Igreja é guiada pelo Espírito Santo e o Senhor nunca lhe fará faltar a sua ajuda para a apoiar no seu caminho. Contudo, multiplicaram-se as ilações, amplificadas por alguns meios de comunicação totalmente gratuitas e que foram muito além dos fatos, oferecendo uma imagem da Santa Sé que não corresponde à realidade. Por isso, desejo renovar a minha confiança e o meu encorajamento aos meus colaboradores mais diretos e a todos os que, quotidianamente, com fidelidade, espírito de sacrifício e no silêncio, me ajudam no cumprimento do meu ministério”, disse o pontífice.
Na audiência geral, o Papa tinha dedicado a catequese à oração nas Cartas de são Paulo, ressaltando em particular a dinâmica do diálogo entre “o ‘sim’ fiel de Deus e o ‘amém’ confiante dos fiéis”.
Ao recordar os sofrimentos e as aflições enfrentadas pelo apóstolo, Bento XVI convidou os fiéis “a não se deixarem vencer pela tribulação e pelas dificuldades, mas a viver todas as situações unidos a Cristo”. Na oração, afirmou, “podemos também nós, em concreto, sentir o conforto que vem de Deus”. E isto, acrescentou, “fortalece a nossa fé, porque nos faz experimentar de maneira concreta o ‘sim’ de Deus ao homem”. Um ‘sim’ ao qual “respondemos com o nosso ‘sim’, com o nosso ‘amém’ e deste modo temos a certeza do ‘sim’ de Deus”, afirmou.
De resto, observou o Pontífice, “toda a história da salvação é um progressivo revelar-se desta fidelidade de Deus, não obstante as nossas infidelidades e negações”. Confirma-se o fato, continuou o Papa, de que o Senhor que “nunca se cansa  de ter paciência conosco e com a sua misericórdia imensa precede-nos sempre e oferece-nos a medida do seu amor, que não calcula e não tem medidas. Por conseguinte, a oração é o encontro com um Deus que renova a sua fidelidade inabalável, para nos doar o seu conforto no meio das tempestades da vida e fazer-nos viver, unidos a Ele, uma existência cheia de alegria e de bem”, completou o Papa.
No final da audiência, o pensamento do Papa dirigiu-se às populações da Emília, no norte da Itália, atingidas pelos novos tremores de terra.

Dom Orani anuncia os patronos e intercessores da JMJ Rio2013

                                      
Milhares de fiéis compareceram ao Santuário de Nossa Senhora da Penha neste domingo, dia 27 de maio, para o tradicional encerramento do mês dedicado a Maria realizado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. O arcebispo Dom Orani João Tempesta participou da procissão junto aos fiéis, presidiu a missa solene, e, logo após, apresentou para o mundo os Patronos e Intercessores da JMJ RIO2013.
Transmitida ao vivo pela WebTV Redentor, Rede Vida, TV Nazaré e Rádio Catedral FM 106,7, a celebração eucarística uniu fiéis de todo o mundo, neste Domingo de Pentecostes, para reafirmarem seu amor a Maria e conhecer aqueles que serão os pais espirituais dos jovens e um modelo a ser imitado por eles.
Em sua saudação inicial, Dom Orani afirmou que o Espírito Santo é quem impulsiona e envia os fiéis em missão. Ele ressaltou ainda sua alegria em celebrar Pentecostes no Santuário da Penha, confiando todas as realizações do dia nas mãos de Maria.
— Essa nossa Eucaristia vai terminar com a subida na escadaria da Penha onde divulgaremos os intercessores e patronos da JMJ RIO2013. Quisemos assim fazê-lo confiando nas mãos de Maria a JMJ e celebramos também esse encerramento do mês mariano colocando nossa vida sob a ação do Espírito Santo para que Ele nos auxilie na vivência da fé, disse.

Durante a homilia o arcebispo do Rio destacou que no dia de Pentecostes celebra-se o grande segredo que é o mistério da presença do Espírito Santo na Igreja e no íntimo do coração de cada ser humano. Ele falou ainda da grata alegria de ver e reconhecer a unidade existente entre o encerramento do mês mariano e Pentecostes.
— Celebramos a certeza que essa presença do Espírito Santo nos faz ser missionários, nos faz dialogar e entender uns aos outros; celebramos a busca do perdão e da reconciliação; celebramos a diversidade de dons na unidade; celebramos um novo nascimento, uma nova criatura. Celebramos hoje aquela mulher que mais do que ninguém foi aberta à ação do Espírito Santo, Maria, ressaltou Dom Orani.
Participando pela primeira vez do encerramento do mês mariano no Santuário da Penha, a membro do Movimento de Vida Cristã, Stephania Figueiredo, disse ter ficado muito feliz em ver pessoas de todas as idades unidas em oração venerando Nossa Senhora.
— Acho muito importante ter uma festividade como esta porque nós não podemos esquecer que Nossa Senhora é a maior intercessora dos católicos, e se faz necessário que a gente saiba fazer uma verdadeira devoção, pois ela nos leva ao Senhor, disse.
Um dos momentos mais emocionantes da celebração foi a Coroação de Nossa Senhora e do menino Jesus, realizada por bailarinos infantis e alunos do Colégio Nossa Senhora da Penha. Após a coroação, Dom Orani juntou-se aos fiéis e, subindo os 382 degraus do Santuário, anunciou os Patronos e Intercessores da JMJ RIO2013.
— Esses patronos e intercessores são pessoas que se deixaram conduzir pela ação do Espírito Santo e que devem ser sinais para todos nós e, para a juventude, de que é possível viver a santidade fazendo o bem, trabalhando pelo social, testemunhando o Senhor e sendo feliz. Colocamos nas mãos de Deus sob a intercessão de Maria e de todos os patronos e intercessores da JMJ RIO2013, todos os jovens do mundo e aqueles que virão ao Brasil no próximo ano, afirmou o arcebispo.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, protetora da Igreja e das famílias; São Sebastião, Soldado e mártir da fé; Santo Antônio de Santana Galvão, arauto da paz e da caridade; Santa Teresa de Lisieux, padroeira das missões; e Beato João Paulo II, amigo dos jovens, são os cinco Patronos da JMJ RIO2013. Eles são os pais espirituais dos jovens, lhes ensinando, como verdadeiros mestres, o caminho para a santidade.
Dentre os intercessores escolhidos estão homens e mulheres que mesmo na juventude souberam escolher a melhor parte em suas vidas: Jesus Cristo. A história de suas vidas inspira a todos a cultivar suas virtudes e, além disso, atesta para todos que a santidade na vida concreta é possível. São eles:
Santa Rosa de Lima, fiel à vontade de Deus; Santa Teresa de Los Andes, contemplativa de Cristo; Santa Laura Vicuña, mártir da pureza; Beato José de Anchieta, apóstolo do Brasil; Beata Albertina Berkenbrock, virtuosa nos valores evangélicos; Beata Chiara Luce Badano, toda entregue a Jesus; Beata Irmã Dulce, embaixadora da Caridade; Beato Adílio Daronch, amigo de Cristo; Beato Pier Giogio Frassati, amor ardente aos pobres e a Igreja; Beato Isidoro Bakanja, mártir do escapulário; Beato Ozanam, servidor dos mais pobres; São Jorge, combatente do Mal; Santos André Kim e companheiros, mártires da evangelização.
— Agradeço a Deus por poder participar desse momento e pelos Patronos da Jornada. Achei muito interessante as escolhas, pois em sua maioria são santos jovens. O Beato João Paulo II não poderia ficar de fora e foi importantíssima a escolha dele por tudo o que ele fez por nós. Creio que todos os Patronos e Intercessores foram muito bem escolhidos. Dom Orani, a Arquidiocese e o Comitê Organizador Local da Jornada estão de parabéns, destacou animado o jovem Ricardo Pantoja, da Paróquia São Marcos, da Barra da Tijuca.
A Secretária Executiva de Comunicação da JMJ RIO2013, Graziele Lacquaneti, afirmou que a expectativa era apresentar para os jovens aqueles que são modelos e intercessores, e que vão acompanhá-los até a Jornada Mundial da Juventude em 2013.
— É uma alegria imensa ver a quantidade de jovens que vieram e a festa que eles fizeram a cada anúncio que ia sendo feito porque já existe uma identificação com cada intercessor. Nossa alegria é ver o jovem se envolvendo com cada momento da Jornada porque isso já é a Jornada. Assim como a Cruz e o Ícone estão caminhando em todas as dioceses preparando os jovens, esse momento de hoje também é uma preparação para a JMJ e vê-los assim tão envolvidos, motivados e alegres é ter a certeza que eles vão assumir esses intercessores e patronos, e isso já é a nossa alegria, a razão de nós estarmos trabalhando e investindo a nossa vida pela Jornada do Brasil, disse emocionada.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Aniversario Episcopal de Dom Geraldo


Convidamos todos a participar da Missa Solene em Ação de Graças, pelo pelo Aniversario Episcopal  do nosso querido Acebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha  no dia 31 de maio na Catedral da Sé as 18h30min.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mensagem do Papa na homilia da festa litúrgica de Pentecostes


Na missa de Pentecostes celebrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, neste domingo 27 de maio, o Papa Bento XVI disse que a Igreja tem que ser um “lugar de unidade e de comunhão na verdade, neste momento em que o mundo parece reviver a passagem bíblica da Torre de Babel”:
O Papa fez hoje um apelo à unidade e à compreensão entre as pessoas, que a seu ver, são muitas vezes “superficiais e difíceis”, não obstante o progresso tecnológico que melhorou as comunicações e reduziu as distâncias geográficas.

Perduram desequilíbrios que muitas vezes geram outros conflitos; o diálogo entre as gerações se faz árduo e muitas vezes, prevalece a contraposição; assistimos fatos cotidianos que apresentam o homem sempre mais agressivo e irritado; compreender-se parece demasiadamente penoso e cada um prefere permanecer dentro de si, concentrado em seus interesses”.

Em seguida, o Papa advertiu que a sociedade atual está vivendo novamente a experiência de Babel, o trecho bíblico que ilustra um reino em que os homens pensam ter tanto poder para chegar ao céu, abrir suas portas e colocar-se no lugar de Deus, que não se dão conta de construírem a torre uns contra os outros.

Com o progresso da ciência e da técnica, obtivemos o poder de dominar as forças na natureza, de manipular os elementos, de fabricar seres animados, de chegar quase até o próprio ser humano. Nesta situação, rezar a Deus parece algo superado, inútil, porque nós mesmos podemos construir e realizar tudo o que quisermos” – indicou Bento XVI.

Multiplicamos as possibilidades de comunicar, de trocar informações, de transmitir notícias, mas podemos dizer que aumentou a capacidade de nos entendermos, ou, paradoxalmente, nos entendemos cada vez menos? Não existe entre as pessoas uma sensação de desconfiança, de suspeito, de temor recíproco, ao ponto de parecermos perigosos uns para os outros?” – questionou o Papa.

À multidão de fiéis, 40 cardeais e 50 bispos presentes, o Pontífice afirmou que a Igreja deve ser um “lugar de unidade e de comunhão na verdade”, que propicie o encontro e a comunicação das pessoas, na qual os cristãos não se fechem em si mesmos, mas que se “orientem para o todo”.

Bento XVI instou a viver segundo o espírito da unidade e da verdade, e recordou palavras de São Paulo, afirmando que a vida das pessoas está marcada por um conflito interior entre “os impulsos que provêm da carne e os que provêm do espírito, e não podemos segui-los, todos”.

Com efeito, não podemos ser ao mesmo tempo egoístas e generosos, seguir a tendência de dominar os outros e sentir a alegria do serviço desinteressado. Temos sempre que escolher que impulso seguir” – disse o Papa, explicando que “as obras da carne são os pecados de egoísmo e de violência, como inimizade, discórdia, invejas e desacordos: são pensamentos e ações que não fazem viver realmente como humanos e cristãos, no amor. Ao contrário, o Espírito Santo nos guia a Deus”.

Bispos tratam da festa de Pentecostes


Pentecostes "o quinquagésimo” é uma das mais importantes celebraçőes da igreja católica. Era para os judeus uma festa de grande alegria, pois simbolizava uma ação de graças pelas fartas colheitas do trigo. Em comemoração vinham pessoas de toda parte, peregrinos judeus que saudosos voltavam à Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Em celebração, eram oferecidas as primícias (primeiros frutos) das colheitas no templo. A festa das colheitas era alegre e solene (Dt 16.11).
Para o arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), dom João Orani Tempesta, Pentecostes é um tempo de união. “O Espírito Santo é gerador de Unidade! Sem ele, falamos muitas línguas, mas não nos entendemos, sem ele a vida é uma constante Babel. Sua presença, entretanto, traz entendimento e unidade entre as diferentes línguas. Por sua ação, Cristo pôde ser anunciado na língua de cada povo, e todas elas reunidas na linguagem do amor de Deus [...] No dia de Pentecostes estavam os discípulos reunidos no mesmo lugar. É a condição para que Ele venha: a reunião dos discípulos e o mesmo desejo no coração.”
De acordo com o bispo de Santa Cruz do Sul (RS), dom Canísio Klaus, a celebração, por meio do Espiríto Santo, aponta os rumos por onde a ação evangelizadora da Igreja deve permear. “O Espírito Santo está presente em toda atividade da Igreja, auxiliando-a a adaptar a mensagem cristã às “línguas e linguagens” de nossos dias, para que todos possam ouvir falar do Evangelho na própria língua, na própria experiência cultural. Sua ação consiste em ajudar a igreja a anunciar sem medo a Verdade através do Evangelho.”
O nome Pentecostes, que significa "quinquagésimo dia", era também chamada festa das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no quinquagésimo dia. No primeiro Pentecostes, depois da morte de Jesus, cinquenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2,1-4).
“Pela força do Espírito Santo nos tornamos missionários para anunciar o Evangelho a todas as criaturas. Nós, que somos Igreja, somos permanentemente missionários”, mencionou o bispo de Guarabira (PB), dom Francisco de Assis Dantas de Lucena. O bispo ainda cita a passagem bíblica que diz: ‘Ide, pois, fazei discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,19s).’
Nos tempos atuais, a comunicação da ação evangelizadora, pode utilizar as novas mídias e redes sociais para transmitir a mensagem de Deus ao povo de Deus, acredita o arcebispo de Uberaba (MG), dom Paulo Mendes Peixoto. “Festa da comunicação, da presença do Comunicador de Deus, presente no Espírito Santo. Com Ele, a Palavra de Deus tem dimensão globalizada. Palavra que atinge o mundo com força transformadora, provocando mudanças de atitudes. É como o caminho virtual da nova comunicação, passando pelas fibras óticas, chegando instantaneamente nos quatro cantos do mundo.”

Mensagem Missionária ao Povo de Deus


“Como o Pai me enviou, assim eu vos envio” (Jo 20,21)
O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB -, reunido em Brasília - DF -, de 22 a 24 de maio, saúda o povo de Deus, em todo o Brasil, neste tempo em que a Igreja vive um profundo momento missionário, preparando o 3º Congresso Missionário Nacional, que acontecerá nos dias 12 a 15 de julho próximo, em Palmas – Tocantins.
Com o tema “discipulado missionário: do Brasil para um mundo secularizado e pluricultural, à luz do Vaticano II”-, o Congresso será uma ocasião propícia para refletir sobre a caminhada missionária em nosso país; celebrar as graças que recebemos; contribuir para um renovado impulso missionário; agradecer a criatividade e os sacrifícios dos que testemunham o Evangelho; e aprender a dialogar profeticamente com todos, indo além do mundo que nos rodeia, sem fronteiras para a nossa fé.
A cidade de Palmas, nesses dias, se transformará na casa da missão do Brasil. Pedimos que as comunidades, pastorais, associações, novas comunidades, os movimentos, organismos e serviços eclesiais se unam em orações por este grande evento, a fim de que o coração pulse, a consciência e a cooperação missionária cresçam sempre mais no ritmo da missão.
Como ser discípulo missionário de Jesus Cristo num mundo secularizado e pluricultural como o nosso? Esta é a reflexão que estamos fazendo nas assembleias, nos encontros e nos pré-Congressos que acontecem em todos os Regionais da CNBB.
Nestas últimas semanas de contagem regressiva para o Congresso, fiéis ao espírito das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, que apresentam “a Igreja em estado permanente de missão”(DGAE 30-36) como uma das urgências pastorais, convocamos todas as forças missionárias a se envolverem neste processo, através da oração e de momentos celebrativos, do estudo do instrumento de trabalho e, particularmente, da escolha e do envio dos delegados de todas as Dioceses do Brasil.
Muitos já estão conectados com este Congresso através das redes sociais. Convidamos a todos, irmãos e irmãs, para acompanhar a preparação e a realização do Congresso Missionário Nacional através do site: www.pom.org.br/congresso.
A Igreja nasce da missão, vive da missão e está destinada sempre à missão. Esta é, portanto, o coração da Igreja, chamada a cumprir o mandato de Jesus: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda a criatura”(Mc 16, 15).
Que o Divino Espírito Santo, protagonista da missão, ilumine nosso Congresso; e a Virgem Maria, discípula missionária, inspire a Igreja a viver em estado permanente de missão.
Brasília, 24 de maio de 2012
Cardeal Raymundo Damasceno de Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luis
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

terça-feira, 22 de maio de 2012

Santa Rita de Cássia



Hoje é dia de Santa Rita de Cássia. Monja agostiniana da Diocese de Espoleto, na Itália.

Rita Lotti nasceu em 1381 numa época de muitas guerras, disputas, conquistas, rebeliões e também terremotos. Sua mãe já tinha uma idade avançada quando engravidou, 62 anos. Conta a história que um anjo lhe apareceu dizendo que daria à luz a uma menina que seria admirada por todos e escolhida por Deus para manifestar a todos os seus prodígios.

Rita queria ser religiosa mas seus pais escolherem para ela um esposo. A escolha não foi muito feliz pois Paolo Ferdinando não era um bom marido. Rita foi paciente e resignada mesmo sendo injuriada pelo esposo, sem motivo, e também espancada. Sua mansidão e docilidade ajudaram às suas vizinhas também casadas que iam com freqüência consolar-se com ela pois a achavam um exemplo de esposa. Rita lhes respondia: “Lembrai que, desde o momento em que recebemos nossos esposos, como maridos, aceitamo-los como nossos donos e senhores e assim lhes devemos amor, obediência e respeito, pois isso significa ser casada!

Sua fortaleza era Jesus Cristo. Vivia em oração fosse no sofrimento ou no silêncio. Foi mãe de gêmeos, os quais infelizmente herdaram o temperamento do pai. Depois de 20 anos de matrimônio, seu esposo se converteu pedindo-lhe perdão e prometendo mudar sua forma de ser. Rita o perdoou mas os amigos de Paolo não aceitaram essa mudança. Uma noite, quando não voltara para casa, Rita percebeu que algo tinha acontecido. No dia seguinte o encontram assassinado. Seus filhos juraram vingança e Rita, na sua compreensão, acreditava que mais valia salvar a alma do que viver muito tempo. Pediu ao Senhor que lhes tirasse a vida antes que cometessem um pecado mortal. E em pouco tempo os dois filhos de Rita morreram de uma enfermidade fatal. Rita, enquanto cuidava deles, falava sobre amor e perdão. E antes de morrerem, conseguiram perdoar os assassinos de seu pai.

Sozinha, retomou o sonho de menina de se tornar religiosa. Mas como havia se casado, e mesmo viúva, não era fácil. Ela voltou-se para a oração e uma noite, enquanto dormia, Rita ouviu a chamarem pelo nome. Acordou e foi ver quem era. Quando abriu a porta viu Santo Agostinho, São Nicolau Tolentino e São João Batista, de quem havia sido devota desde criança. Eles pediram à ela que os seguisse. Depois de correr pelas ruas da cidade, sentiu que a levantaram no ar e a empurraram suavemente em direção ao monastério de Santa Maria Madalena, em Cássia. Nessa hora, caiu em êxtase e quando se deu conta, estava dentro do monastério, embora todas as portas estivessem trancadas. Diante de tal milagre, as monjas agostinianas não mais lhe negaram a entrada.

Aceita na ordem, Rita foi posta à prova por suas superioras. Mas com admirável simplicidade, cumpria todas as tarefas. E por amor à Paixão de Cristo, a religiosa pediu ao Senhor que a deixasse participar de seus sofrimentos na cruz. Até que um dia, da coroa que cingia a cabeça da imagem de Jesus, desprendeu-se um espinho que se cravou na fronte de Rita, causando-lhe intensas dores até o dia de sua morte. Mas a ferida provocada foi acolhida como fonte de celestial doçura para ela. Enquanto que para as outras religiosas, era fonte de desgosto. Rita viveu seus últimos 14 anos de vida isolada das outras irmãs. Ela aceitou isso como um favor do Senhor. Redobrou suas penitências, jejuns e orações.

Quando morreu em 22 de maio de 1457, aos 76 anos de idade, a ferida cicatrizou e de seu corpo começou a exalar perfume. O Papa Leão XIII a canonizou em 1900.

Rita nasceu perto de Cássia, entre as montanhas e próxima à Assis, na Itália onde nasceram muitos santos como São Benedito, Santa Escolástica, São Francisco, Santa Clara entre outros.
 
 Deus, que em tua infinita misericórdia te dignaste proteger com amor a tua fiel serva Rita de Cássia.
Concedei-nos pela sua mediação quanto é impossível aos esforços humanos e as previsões do mundo e do ingênio.
Pelo amor que Santa Rita tem por Vós, tende piedade de nós e socorrei-nos nas nossas necessidades.
Faz que todos conheçamos que só Vós sois a recompensa dos humildes, a defesa dos abandonados
e a força de todos aqueles que em Vós confiam. Amém

segunda-feira, 14 de maio de 2012

São Matias


 

14 de Maio
                                
Nós estamos em festa com toda a Igreja, pois lembramos a santidade de vida de um escolhido do Espírito Santo para o grupo dos apóstolos. São Matias era um discípulo que acompanhou Jesus no tempo de Seu apostolado e foi tão fiel na vivência dos ensinamentos do Mestre, que tornou-se testemunha de Sua ressurreição.

No livro dos Atos dos Apóstolos, estão registrados os fatos que levaram à escolha de um discípulo que ocupasse o lugar deixado por Judas, o traidor: "...é preciso, pois, que um dentre eles se torne conosco testemunha de sua ressurreição. Apresentaram então dois homens: José chamado Barsabás, que tinha o apelido de Justo, e Matias" (Atos 1,22-23).

São Matias recebeu em Pentecostes a efusão do Espírito Santo, e tornou-se um apóstolo ardoroso como os demais, testemunha do Ressuscitado. Evangelizou na Palestina e na Ásia Menor, e morreu mártir por apedrejamento.

São Matias, rogai por nós!

Critérios para interrupção da gravidez de anencéfalos


O Diário Oficial da União publica na edição de hoje (14) os critérios definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para a interrupção da gravidez no caso de fetos anencéfalos (malformação no tubo neural, no cérebro). A interrupção só deve ocorrer depois que for feito um exame ultrassonográfico detalhado e assinado por dois médicos. A cirurgia para interromper a gravidez deve ocorrer em local com estrutura adequada, ressalta o texto. Na Seção 1 do Diário Oficial, páginas 308 e 309, estão os seis artigos e a exposição de motivos.

A divulgação dos critérios ocorre 32 dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter aprovado por 8 votos a 2 a autorização para a interrupção da gravidez em caso de anencefalia. O CFM criou uma comissão de especialistas em ginecologia, obstetrícia, genética e bioética para definir as regras e normas. A comissão foi criada no dia seguinte à decisão do STF.

A Resolução nº1.989, de 10 de maio de 2012, é assinada pelo presidente do conselho, Carlos Vital Tavares Corrêa, pelo secretário-geral, Henrique Batista e Silva, e pelo relator do caso, Henrique Fernando Maia.

A interrupção da gestação só será recomendada quando houver um “diagnóstico inequívoco de anecefalia”, conforme a decisão do conselho. O exame ultrassonográfico deverá ser feito a partir da 12ª semana de gravidez (três meses de gestação), registrando duas fotografias em posição sagital (que mostra o feto verticalmente) e outra em polo cefálico com corte transversal (detalhando a caixa encefálica).

Na decisão, o CFM reitera também que os conselhos regionais de Medicina (CRMs) deverão atuar como “julgadores e disciplinadores” da decisão seguindo “a ética”. Segundo a resolução, a gestante está livre para decidir se quer manter a gravidez. Caso decida levar adiante a gestação ou interrompê-la, a mulher deve ter assistência médica adequada.

A resolução é clara ainda na proibição de pressão sobre a gestante para tomar uma decisão. “Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano”, diz o texto. “O médico deve zelar pelo bem-estar da paciente.” Segundo a norma, a interrupção da gravidez só pode ocorrer em “hospital com estrutura adequada”. Não há detalhes sobre o que vem a ser uma estrutura adequada. A decisão da gestante ou do responsável por ela deve ser lavrada em ata.

Cabe ao médico, segundo a resolução, informar toda a situação à gestante, que terá ainda liberdade para requisitar outro diagnóstico e buscar uma junta médica. O profissional médico deverá ainda comunicar à grávida os riscos de recorrência de novas gestações com fetos anencéfalos e orientá-la a tomar providências contraceptivas para reduzir essas ameaças.

Na exposição de motivos, o Conselho Federal de Medicina ressalta as distinções que devem ser feitas entre interrupção da gravidez, aborto e aborto eugênico (visando ao suposto melhoramento da raça).

“Apesar de alguns autores utilizarem expressões 'aborto eugênico ou eugenésico" ou 'antecipação eugênica da gestação', afasto-as, considerado o indiscutível viés ideológico e político impregnado na palavra eugenia”, diz o texto, reproduzindo palavras do relator do processo no STF, ministro Marco Aurélio Mello.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Dia das Mães



                                                                                    
Talvez a definição mais difícil - ou a mais fácil - de se dar seja a respeito das mães.
Mãe consegue ser mãe, pai e irmã ao mesmo tempo, com excelente desempenho em todos os papéis.
Mãe é babá, pediatra, enfermeira, catequista e educadora, com perfeita e ampla competência, títulos vários de especialização e doutorado.

Mãe é nutricionista, cabeleireira, professora, psicóloga, motorista e pedagoga, com desenvoltura, ótima organização e experiência comprovada.

Mãe conhece a linguagem dos cegos, dos surdos e dos mudos, tem bola de cristal, domina a telepatia, vai mais longe que a Internet.

Mãe conjuga todos os melhores verbos com tenacidade incomparável: amar, cuidar, olhar, sorrir, perceber, entender, acolher, fazer, velar, curar, perdoar, limpar, amamentar, levantar, ensinar, acompanhar...

Mãe abraça melhor do que ninguém; dá de 10 a 0 em qualquer especialista em criança, adolescente e adultos (basta que sejam filhos); luta e defende como o mais destemido guerreiro; sacrifica-se e entrega-se com serena discrição e não pede o aplauso público.

Mãe olha de um jeito que atravessa a alma, aquece o coração, enxuga lágrima, cura dor, consola fracasso, sustenta a coragem, afasta o medo.

Mãe ama com requintes de perfeição: imensamente, incondicionalmente, pacientemente, ternamente, intensamente, profundamente, constantemente...

E seu amor é o mais próximo possível, neste universo peregrino e incerto, do amor do próprio Deus.

6º Domingo da Páscoa - Ano B- 13/05/2012


A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na pessoa, nos gestos e nas palavras de Jesus e dia a dia tornado presente na vida dos homens por ação dos discípulos de Jesus.
A segunda leitura apresenta uma das mais profundas e completas definições de Deus: “Deus é amor”. A vinda de Jesus ao encontro dos homens e a sua morte na cruz revelam a grandeza do amor de Deus pelos homens. Ser “filho de Deus” e “conhecer a Deus” é deixar-se envolver por este dinamismo de amor e amar os irmãos.
No Evangelho, Jesus define as coordenadas do “caminho” que os seus discípulos devem percorrer, ao longo da sua marcha pela história… Eles são os “amigos” a quem Jesus revelou o amor do Pai; a sua missão é testemunhar o amor de Deus no meio dos homens. Através desse testemunho, concretiza-se o projeto salvador de Deus e nasce o Homem Novo.
A primeira leitura afirma que essa salvação oferecida por Deus através de Jesus Cristo, e levada ao mundo pelos discípulos, se destina a todos os homens e mulheres, sem exceção. Para Deus, o que é decisivo não é a pertença a uma raça ou a um determinado grupo social, mas sim a disponibilidade para acolher a oferta que Ele faz.

LEITURA I – At 10,25-26.34-35.44-48
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro chegou a casa de Cornélio.
Este veio-lhe ao encontro e prostrou-se a seus pés.
Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou um simples homem».
Pedro disse-lhe ainda: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável».
Ainda Pedro falava, quando o Espírito desceu sobre todos os que estavam a ouvir a palavra.
E todos os fiéis convertidos do judaísmo, que tinham vindo com Pedro, ficaram maravilhados ao verem que o Espírito Santo se difundia também sobre os gentios, pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a Deus.
Pedro então declarou: «Poderá alguém recusar a água do Batismo aos que receberam o Espírito Santo, como nós?»
E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.
Então, pediram-lhe que ficasse alguns dias com eles.

AMBIENTE
O episódio do livro dos Atos dos Apóstolos que a leitura de hoje nos propõe faz parte de uma secção (cf. 9,32-11,18) cujo protagonista é Pedro. O tema central desta secção é a chegada do cristianismo aos pagãos.
A cena situa-nos em Cesaréia, a grande cidade da costa palestina onde residia, habitualmente, o procurador romano da Judéia. No centro da cena está Cornélio, um centurião romano, que era “piedoso e temente a Deus”. O episódio refere-se à visita que Pedro faz a Cornélio, durante a qual lhe anuncia Jesus. Como resultado desse anúncio, dá-se a conversão de Cornélio e de toda a sua família.
Este episódio tem uma especial importância no esquema imaginado por Lucas para a expansão da Igreja… Cornélio é o primeiro pagão oficialmente admitido na comunidade de Jesus (em At 8,26-40 fala-se de um etíope que foi batizado por Filipe; mas esse etíope era já “prosélito” – isto é, simpatizante do judaísmo). Em relação ao pagão Cornélio, não há indicação de que ele estivesse ligado à religião judaica. A sua conversão marca uma viragem decisiva na proclamação do Evangelho que, a partir deste momento, se abre também aos pagãos.
Para os primeiros cristãos (oriundos do mundo judaico), não era claro que os pagãos tivessem acesso à salvação e que pudessem entrar na Igreja de Jesus. O pagão era um ser impuro, em casa de quem o bom judeu estava proibido de entrar, a fim de não se contaminar. Quereria Deus que a salvação fosse também anunciada aos pagãos?
Para Lucas, é perfeitamente claro que Deus também quer oferecer a salvação aos pagãos. Para deixar isso bem claro, Lucas põe Deus a dirigir toda a trama… É Deus que, numa visão, pede a Cornélio que mande chamar Pedro (cf. At 10,1-8); e é Deus que arrebata Pedro “em êxtase” e o prepara para ir ao encontro de Cornélio (cf. At 10,9-23). A conversão de Cornélio será, basicamente, histórica; as “visões” e os detalhes são, provavelmente, o cenário que Lucas monta para apresentar a sua catequese. Fundamentalmente, Lucas está interessado em deixar claro que Deus quer que a sua proposta de salvação chegue a todos os homens, sem exceção.

MENSAGEM
Depois de descrever a recepção de Pedro em casa de Cornélio, Lucas põe na boca de Pedro um discurso (do qual, no entanto, a leitura que nos é proposta só apresenta um pequeno extrato) onde ecoa o kerigma primitivo. Nesse discurso, Pedro anuncia Jesus (vers. 38a), a sua atividade (“andou de lugar em lugar fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele” – vers. 38b), a sua morte (vers. 39b), a sua ressurreição (vers. 40) e a dimensão salvífica da ação de Jesus (vers. 43b). É este o anúncio que Jesus encarregou os primeiros discípulos de testemunharem ao mundo inteiro.
O nosso texto acentua, especialmente, o fato de a mensagem da salvação se destinar a todas as nações, sem distinção de pessoas, de raças ou de povos. Logo no início do discurso, Pedro reconhece que “Deus não faz acepção de pessoas; em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável” (vers. 34-35). Portanto, o anúncio sobre Jesus deve chegar a todos os cantos da terra.
Depois do anúncio feito por Pedro, há a efusão do Espírito “sobre quantos ouviam a Palavra” (vers. 44), sem distinção de judeus ou pagãos (vers. 45). O resultado do dom do Espírito é descrito com os mesmos elementos que apareceram no relato do dia do Pentecostes: todos “falavam línguas” e “glorificavam a Deus” (vers. 46). É a confirmação direta de que Deus oferece a salvação a todos os homens e mulheres, sem qualquer exceção. Pedro é o primeiro a tirar daí as devidas conclusões e a batizar Cornélio e toda a sua família.
Os primeiros cristãos, oriundos do mundo judaico e marcados pela mentalidade judaica, consideravam que a salvação era, sobretudo, um dom de Deus para os judeus; os pagãos poderiam eventualmente ter acesso à salvação, desde que se convertessem ao judaísmo, aceitassem a Lei de Moisés e a circuncisão. O Espírito Santo veio, contudo, mostrar que a salvação oferecida por Deus, trazida por Cristo e testemunhada pelos discípulos, não é patrimônio ou monopólio dos judeus ou dos cristãos oriundos do judaísmo, mas um dom oferecido a todos os homens e mulheres que têm o coração aberto às propostas de Deus.

ATUALIZAÇÃO
• O nosso texto pretende deixar claro que a salvação oferecida por Deus através de Jesus Cristo é um dom destinado a todos os homens e mulheres. Para Deus, o que é decisivo não é a pertença a uma raça ou a um determinado grupo social, mas sim a disponibilidade para acolher a oferta que Ele faz. A salvação só não chega àqueles que se fecham no orgulho e na auto-suficiência, recusando os dons de Deus. O Batismo foi, para todos nós, o momento do nosso “sim” a Deus e à salvação que Ele oferece; mas é preciso que, em cada instante, renovemos esse primeiro “sim” e que vivamos numa permanente disponibilidade para acolher Deus, as suas propostas, os seus dons.
• Para nós, a ideia de que Deus não exclui ninguém da salvação e não faz acepção de pessoas parece um dado perfeitamente lógico e evidente. No entanto, a lógica universalista de Deus deve convidar-nos a refletir acerca da forma como, na prática, acolhemos os irmãos que caminham ao nosso lado… O Deus que ama todos os homens, sem exceção, convida-nos a acolher todos os irmãos – mesmo os “diferentes”, mesmo os incômodos – com bondade, com compreensão, com amor; o Deus que derrama sobre todos a sua salvação convida-nos a não discriminar “bons” e “maus”, “santos” e “pecadores” (frequentemente, os nossos juízos acerca da “bondade” ou da “maldade” dos outros falham redondamente); o Deus que convida cada homem e cada mulher a integrar a comunidade da salvação diz-nos que temos de acolher e amar todos, independentemente da sua raça, da cor da sua pele, da sua origem, da sua preparação cultural, do seu lugar na escala social. Não apenas em teoria, mas sobretudo nos nossos gestos concretos, somos chamados a anunciar esse mundo de Deus, sem exclusão, sem marginalização, sem intolerância, sem preconceitos.
• Quando Pedro chega a casa de Cornélio, este veio-lhe ao encontro e prostrou-se a seus pés… Mas Pedro disse-lhe imediatamente: «levanta-te, que eu também sou um simples homem» (vers. 25-26). A atitude humilde de Pedro faz-nos pensar como são ridículas e desprovidas de sentido certas tentativas de afirmação pessoal diante dos irmãos, certas poses de superioridade, a busca de privilégios e de honras, as lutas pelos primeiros lugares… Aqueles a quem, numa comunidade, foi confiada a responsabilidade de presidir, de coordenar, de organizar, de animar, devem sentir-se “simples homens”, humildes instrumentos de Deus. A sua missão é testemunhar Jesus e não procurar privilégios ou a adoração dos irmãos.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98)
Refrão 1: O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.
Refrão 2: Diante dos povos manifestou Deus a salvação.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

LEITURA II – 1 Jo 4,7-10
Leitura da Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus
e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.
Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
Assim se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigênito, para que vivamos por Ele.
Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.

AMBIENTE
A Primeira Carta de João é, como vimos nos domingos anteriores, um escrito destinado às Igrejas joânicas da Ásia Menor, afetadas pelos ensinamentos de certas seitas heréticas. Essas seitas (que negavam elementos fundamentais da proposta cristã a propósito da encarnação de Cristo e do “mandamento do amor”) traziam os cristãos confusos e baralhados, sem saberem o caminho da verdadeira fé. Nesse contexto, o autor da carta vai apresentar uma espécie de síntese da doutrina cristã, detendo-se especialmente a esclarecer as questões mais polêmicas.
Uma dessas questões polêmicas (e à qual o autor da Primeira Carta de João dá grande importância) é a questão do amor ao próximo. Os hereges pré-gnósticos afirmavam que o essencial da fé residia na vida de comunhão com Deus e negligenciavam as realidades do mundo. Achavam que se podia descobrir “a luz” e estar próximo de Deus, mesmo odiando o próximo (cf. 1 Jo 2,9). Ora, de acordo com o autor da Primeira Carta de João, o amor ao próximo é uma exigência central da experiência cristã. A essência de Deus é amor; e ninguém pode dizer que está em comunhão com Ele se não se deixou contagiar e embeber pelo amor.
O texto que nos é proposto pertence à terceira parte da carta (cf. 1 Jo 4,7-5,12). Aí, o autor estabelece como critério da vida cristã autêntica a relação entre o amor a Deus e o amor aos irmãos. É nessa dupla dimensão que os cristãos devem encontrar a sua identidade.

MENSAGEM
Como cenário de fundo da reflexão que o autor da Primeira Carta de João apresenta, está a convicção de que “Deus é amor”. A expressão sugere que a característica mais marcante do ser de Deus é o amor; a atividade mais específica de Deus é amar. A prova indesmentível de que Deus é amor é o fato de Ele ter enviado o seu único Filho ao encontro dos homens, para os libertar do egoísmo, do sofrimento e da morte (vers. 9). Jesus Cristo, o Filho, cumprindo o plano do Pai, mostrou em gestos concretos, visíveis, palpáveis, o amor de Deus pelos homens, sobretudo pelos mais pobres, pelos excluídos, pelos marginalizados… Lutou até à morte para libertar os homens da escravidão, da opressão, do egoísmo, do sofrimento; aceitou morrer para nos indicar que o caminho da vida eterna e verdadeira é o caminho do dom da vida, da entrega a Deus e aos irmãos, do amor que se dá completamente sem guardar nada para si. Mais ainda: esse amor derrama-se sobre o homem mesmo quando ele segue caminhos errados e recusa Deus e as suas propostas. O amor de Deus é um amor incondicional, gratuito, desinteressado, que não exige nada em troca (vers. 10).
Os crentes são “filhos de Deus”. É a vida de Deus que circula neles e que deve transparecer nos seus gestos… Ora, se Deus é amor (e amor total, incondicional, radical), o amor deve ser uma realidade sempre presente na vida dos “filhos de Deus. Quem “conhece” Deus – isto é, quem vive numa relação próxima e íntima com Deus – tem de manifestar em gestos concretos essa vida de amor que lhe enche o coração (vers. 8). Os que “nasceram de Deus” devem, pois, amar os irmãos com o mesmo amor incondicional, desinteressado e gratuito que caracteriza o ser de Deus (vers. 7). O amor aos irmãos não é, pois, algo de acessório, de secundário, para o crente; mas é algo de essencial, de obrigatório. Ser “filho de Deus” e viver em comunhão com Deus exige que o amor transpareça nos gestos de todos os dias e nas relações que estabelecemos uns com os outros.

ATUALIZAÇÃO
• “Deus é amor”. O autor da Primeira Carta de João não chegou a esta definição de Deus através de raciocínios acadêmicos e abstratos, mas através da constatação do modo de atuar de Deus em relação aos homens. Sobretudo, ele “viu” o que aconteceu com Jesus e como Jesus mostrou, em gestos concretos, esse incrível amor de Deus pela humanidade. João convida-nos a contemplar Jesus e a tirar conclusões sobre o amor de Deus; convida-nos, também, a reparar nessas mil e umas pequenas coisas que trazem à nossa existência momentos únicos de alegria, de felicidade, de paz e a perceber nelas sinais concretos do amor de Deus, da sua presença ao nosso lado, da sua preocupação conosco. A certeza de que “Deus é amor” e que Ele nos ama com um amor sem limites é o melhor caminho para derrubar as barreiras de indiferença, de egoísmo, de auto-suficiência, de orgulho que tantas vezes nos impedem de viver em comunhão com Deus.
• O que é “nascer de Deus” ou ser “filho de Deus”? É ter sido batizado e ter passado, por um ato institucional, a pertencer à Igreja? “Nascer de Deus” é receber vida de Deus e deixar que a vida de Deus circule em nós e se transforme em gestos. Não somos “filhos de Deus” porque um dia fomos batizados; mas somos “filhos de Deus” porque um dia optamos por Deus, porque continuamos dia a dia a acolher essa vida que Ele nos oferece, porque vivemos em comunhão com Ele e porque damos testemunho desse Deus que é amor através dos nossos gestos.
• Se somos “filhos” desse Deus que é amor, “amemo-nos uns aos outros” com um amor igual ao de Deus – amor incondicional, gratuito, desinteressado. Um crente não pode passar a vida a olhar para o céu, ignorando as dores, as necessidades e as lutas dos irmãos que caminham pela vida ao seu lado… Também não pode fechar-se no seu egoísmo e comodismo e ignorar os dramas dos pobres, dos oprimidos, dos marginalizados… Não pode, tampouco, ser seletivo e amar só alguns, excluindo os outros… A vida de Deus que enche os corações dos crentes deve manifestar-se em gestos concretos de solidariedade, de serviço, de dom, em benefício de todos os irmãos.

ALELUIA – Jo 14,23
Aleluia. Aleluia.
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra.
Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.

EVANGELHO – Jo 15,9-17
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei.
Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor,
Assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.
Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes; fui eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça.
E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá.
O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».

AMBIENTE
O Evangelho deste domingo situa-nos, outra vez, em Jerusalém, numa noite de Quinta-feira do mês de Nisan do ano trinta. A festa da Páscoa está muito próxima e a cidade está cheia de forasteiros. Jesus também está na cidade com o seu grupo de discípulos.
Há já alguns dias que as autoridades judaicas tinham decidido eliminar Jesus (cf. Jo 11,45-57). A morte na cruz é agora mais do que uma probabilidade: é o cenário imediato; e Jesus está plenamente consciente disso. Os discípulos também já perceberam que estão num momento decisivo e que, nas próximas horas, Jesus lhes vai ser tirado. Estão apreensivos e com medo. Será que a aventura com Jesus chegou ao fim?
É neste contexto que podemos situar a última ceia de Jesus com os discípulos. Trata-se de uma “ceia de despedida” e tudo o que aí é dito por Jesus soa a “testamento final”… Jesus sabe que vai partir para o Pai e que os discípulos ficarão no mundo, continuando e testemunhando o projeto do “Reino”. Nesse momento de despedida, as palavras de Jesus recordam aos discípulos o essencial da mensagem e apresentam-lhes as grandes coordenadas desse projeto que eles devem continuar a concretizar no mundo.
No texto que nos é proposto, Jesus procura apontar à sua comunidade (de ontem, mas também de hoje e de sempre) o verdadeiro “caminho do discípulo” – o caminho da união a Jesus e ao Pai. Na perícopa anterior (cf. Jo 15,1-8), Jesus tinha usado, para tratar este tema, a imagem dos ramos (discípulos) que hão-de dar fruto (missão) pela sua união com a videira (Jesus), plantada pelo agricultor (Deus); agora, Jesus fala dos discípulos como “os amigos” que Ele escolheu para colaborarem com Ele na missão.

MENSAGEM
Neste discurso de despedida de Jesus aos discípulos, João propõe-nos uma catequese onde são apresentadas as principais coordenadas desse “caminho” que os discípulos devem percorrer, após a partida de Jesus deste mundo. João refere-se, de forma especial, à relação de Jesus com os discípulos e à missão que os discípulos serão chamados a desempenhar no mundo.
1. A relação do Pai com Jesus é o modelo da relação de Jesus com os discípulos. O Pai amou Jesus e demonstrou-Lhe sempre o seu amor; e Jesus correspondeu ao amor do Pai, cumprindo os seus mandamentos… Da mesma forma, Jesus amou os discípulos e demonstrou-lhes sempre o seu amor; e os discípulos devem corresponder ao amor de Jesus, cumprindo os seus mandamentos (vers. 9-10).
2. Quais são esses mandamentos do Pai que Jesus procurou cumprir com total fidelidade e obediência? João refere-se aqui, evidentemente, ao cumprimento do projeto de salvação que Deus tinha para os homens e que confiou a Jesus. Jesus, com absoluta fidelidade, cumpriu os “mandamentos” do Pai e apresentou aos homens uma proposta de salvação… Libertou os homens da opressão da Lei, lutou contra as estruturas que escravizavam os homens e os mantinham prisioneiros das trevas; ensinou os homens a viver no amor – no amor que se faz serviço, doação, entrega até às últimas consequências. Apresentou-lhes, dessa forma, um caminho de liberdade e de vida plena. Da ação de Jesus nasceu o Homem Novo, livre do egoísmo e do pecado, capaz de estabelecer novas relações com os outros homens e com Deus.
Os discípulos são o fruto da obra de Jesus. Eles formam uma comunidade de homens livres, que acolheram e assimilaram a proposta salvadora que o Pai lhes apresentou em Jesus. Eles nasceram do amor do Pai, amor que se fez presente na ação, nos gestos, nas palavras de Jesus.
3. Agora os discípulos, nascidos da ação de Jesus, estão vinculados a Jesus. Devem, portanto, cumprir os “mandamentos” de Jesus como Jesus cumpriu os “mandamentos” do Pai. Eles devem, como Jesus, ser testemunhas da salvação de Deus e levar a libertação aos irmãos. Essa proposta que Jesus faz aos discípulos é uma proposta que conduz à vida, à realização plena, à alegria (vers. 11).
4. A proposta de salvação que Jesus faz aos homens e da qual nascerá o Homem Novo resume-se no amor (“é este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei” – vers. 12). Jesus amou totalmente, até às últimas consequências, até ao dom da vida (vers. 13). Como Jesus, através do amor, manifestou aos homens a salvação de Deus, assim também devem fazer os discípulos. Eles devem amar-se uns aos outros com um amor que é serviço simples e humilde, doação total, entrega radical. Desse amor nasce a comunidade do Reino, a comunidade do mundo novo, que testemunha, através do amor, a salvação de Deus. Deus faz-Se presente no mundo e age para libertar os homens através desse amor desinteressado, gratuito, total, que tem a marca de Jesus e que os discípulos são chamados a testemunhar.
5. Como é a relação entre Jesus e esta comunidade de Homens Novos que aprenderam com Jesus a viver no amor e que são as testemunhas no mundo da salvação de Deus?
Esta comunidade de homens novos, que ama sem medida e que aceita fazer da própria vida um dom total aos irmãos, é a comunidade dos “amigos” de Jesus (vers. 14). A relação que Jesus tem com os membros dessa comunidade não é uma relação de “senhor” e de “servos”, mas uma relação de “amigos”, pois o amor colocou Jesus e os discípulos ao mesmo nível. Jesus continua a ser o centro do grupo, mas não se põe acima do grupo.
Estes “amigos” colaboram todos numa tarefa comum. Têm todos a mesma missão (testemunhar, através do amor, a salvação de Deus) e são todos responsáveis para que a missão se concretize. Os discípulos não são servos a soldo de um senhor, mas amigos que, voluntariamente e cheios de alegria e entusiasmo, colaboram na tarefa.
Entre esses “amigos”, há total comunicação e confiança (o “servo” não conhece os planos do “senhor”; mas o “amigo” partilha com o outro “amigo” os seus planos e projetos). Aos seus “amigos”, Jesus comunicou-lhes o projeto de salvação que o Pai tinha para os homens e também a forma de realizar esse projeto (através do amor, da entrega, do dom da vida). Jesus revela Deus aos “amigos”, não através de enunciados sobre o ser de Deus, mas mostrando, com a sua pessoa e a sua atividade, que o Pai é amor sem limites e trabalha em favor do homem.
6. Os discípulos (os “amigos”) são os eleitos de Jesus, aqueles que Ele escolheu, chamou e enviou ao mundo a dar fruto (vers. 16a). Tal não significa que Jesus chame uns e rejeite outros; significa que a iniciativa não é dos discípulos e que a sua aproximação à comunidade do Reino é apenas uma resposta ao desafio que Jesus apresenta.
O objetivo desse chamamento é a missão (“escolhi-vos e destinei-vos para que vades e deis fruto” – vers. 16b). Jesus não quer constituir uma comunidade fechada, isolada, voltada para si própria, mas uma comunidade que vá ao encontro do mundo, que continue a sua obra, que testemunhe o amor, que leve a todos os homens o projeto libertador e salvador de Deus. O resultado da ação dos discípulos de Jesus será o nascimento do Homem Novo – isto é, de homens adultos, livres, responsáveis, animados pelo Espírito, que reproduzem os gestos de amor de Jesus no meio do mundo. Dessa forma, concretizar-se-á o projeto salvador de Deus. Esse “fruto” deve permanecer – quer dizer, deve tornar-se uma realidade efetivamente presente no mundo, capaz de transformar o mundo e a vida dos homens. Quanto mais forte for a intensidade do vínculo que une os discípulos a Jesus, mais frutos nascerão da ação dos discípulos.
Nessa ação, os discípulos não estarão sozinhos. O amor do Pai e a união com Jesus sustentarão os discípulos que, no meio do mundo, se empenham em realizar o projeto de salvar o homem (16c).
7. O nosso texto termina com uma nova referência ao mandamento de Jesus: “amai-vos uns aos outros” (vers. 17). O amor partilhado é a condição para estar vinculado a Jesus e para dar fruto. Se este mandamento se cumpre, Jesus estará sempre presente ao lado dos seus discípulos; e, essa presença impulsionará a comunidade e sustentá-la-á na sua atividade em favor do homem.

ATUALIZAÇÃO
• As palavras de Jesus aos discípulos na “ceia de despedida” deixam claro, antes de mais, que os discípulos não estão sozinhos e perdidos no mundo, mas que o próprio Jesus estará sempre com eles, oferecendo-lhes em cada instante a sua vida. Este é o primeiro grande ensinamento do nosso texto: a comunidade de Jesus continuará, ao longo da sua marcha pela história, a receber vida de Jesus e a ser acompanhada por Jesus. Nos momentos de crise, de desilusão, de frustração, de perseguição, não podemos esquecer que Jesus continua ao nosso lado, dando-nos coragem e esperança, lutando conosco para vencer as forças da opressão e da morte.
• Os discípulos são os “amigos” de Jesus. Jesus escolheu-os, chamou-os, partilhou com eles o conhecimento e o projeto do Pai, associou-os à sua missão; estabeleceu com eles uma relação de confiança, de proximidade, de intimidade, de comunhão. Este tipo de relação que Jesus quis estabelecer com os discípulos não exclui, no entanto, que Ele continue a ser o centro e a referência, à volta da qual se constrói a comunidade dos discípulos. Jesus é, de fato, o centro à volta do qual se articula a vida das nossas comunidades? Que lugar é que Ele ocupa na nossa vida? Como é que no dia a dia desenvolvemos e aprofundamos o nosso encontro e a nossa comunhão com Ele?
• Fazer parte da comunidade dos “amigos” de Jesus não é ficar “a olhar para o céu”, contemplando e admirando Jesus; mas é aceitar o convite que Jesus faz no sentido de colaborar na missão que o Pai Lhe confiou e que consiste em testemunhar no mundo o projeto salvador de Deus para os homens. Compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, mostrar em gestos concretos que Deus ama cada homem e cada mulher – e de forma especial os pobres, os marginalizados, os débeis, os pequenos, os oprimidos; compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, eliminar o sofrimento, o egoísmo, a miséria, a injustiça, tudo o que oprime e escraviza os irmãos e desfeia o mundo; compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, sermos arautos da justiça, da paz, da reconciliação, do amor; compete-nos a nós, “amigos” de Jesus, denunciarmos os pseudo-valores que oprimem e escravizam os homens… Nós, os “amigos” de Jesus, temos de ser testemunhas desse mundo novo que Deus quer oferecer aos homens e que Jesus anunciou na sua pessoa, nas suas palavras e nos seus gestos. Estamos, de fato, disponíveis para colaborar com Jesus nessa missão?
• Sobretudo, os “amigos” de Jesus devem amar como Ele amou. Jesus cumpriu os “mandamentos” do Pai – isto é, o projeto de Deus para salvar e libertar os homens – fazendo da sua vida um dom total de amor, sem limites nem condições; a cruz é a expressão máxima dessa vida vivida exclusivamente para os outros. É esse o caminho que Jesus propõe aos seus discípulos (“é este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei”). É aqui que reside a “identidade” dos discípulos de Jesus… Os cristãos são aqueles que testemunham diante do mundo, com palavras e com gestos, que o mundo novo que Deus quer oferecer aos homens, se constrói através do amor. O que é que condiciona a nossa vida, as nossas opções, as nossas tomadas de posição: o amor, ou o egoísmo? As nossas comunidades são, realmente, cartazes vivos que anunciam o amor, ou são espaços de conflito, de divisão, de luta pelos próprios interesses, de realização de projetos egoístas?

BILHETE DE EVANGELHO.
Jesus não se contentou em dizer: “amai-vos uns aos outros”. Antes e depois d’Ele, muitos recomendaram isso. Mas Jesus precisa: “como o Pai Me amou, também Eu vos amei”. Tudo está nesta conjunção “como”, porque Jesus pede para vivermos o que Ele próprio viveu. É isso um verdadeiro testemunho. É o testemunho que Ele dá algumas horas antes da sua última refeição, quando lava os pés aos seus discípulos, dizendo-lhes: “é um exemplo que vos dei a fim de que vós façais também como Eu fiz”. Isso chama-se coerência. Jesus manifestou sempre a coerência entre as suas palavras e os seus atos. Se Ele chama os discípulos “amigos” e não “servos”, é porque os faz confidentes do seu pensamento e convivas da sua refeição, e é pelo seu testemunho, o do amor mútuo, que eles serão, por sua vez, autênticos testemunhos.

À ESCUTA DA PALAVRA.
O amor, sempre o amor… Não haverá exagero, na Igreja, em falar sempre de amor? Muitos cristãos hoje, incluindo muitos jovens, têm saudade de uma religião forte, que ensine a lei, os mandamentos e a exigência da moral, recorrendo a uma estrita disciplina. Evidentemente, para que isso seja eficaz, é preciso falar mais do pecado e insistir na ameaça das punições divinas! Porém… Nestes nove versículos de São João, as palavras “amar”, “amor”, “amigo” aparecem doze vezes! Como fugir a isso? Jesus faz depender tudo de uma fonte primeira: “assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor”. Falando do amor de Deus, cometemos muito facilmente o erro de transpor para Deus a nossa maneira humana de amar. O amor que conhecemos implica sempre uma reciprocidade: ser amado para amar, receber para dar. Imaginamos então que o amor de Deus por nós depende da nossa maneira de o receber e de lhe responder. Ora, fazendo assim, esquecemos a palavra de São João: “não fomos nós que amamos Deus, foi Ele que primeiro nos amou”. O amor de Deus por nós existe antes de nós. Eu posso recusar este amor, mas Deus jamais deixará de me amar. Nunca poderei esgotar o seu amor. Somente deixando-me amar por Ele, chegarei, pouco a pouco, a amar como Ele me ama!
Padres Dehonianos
Santo Inácio de Láconi

11 de Maio


Francisco Inácio Vincenzo Peis, o segundo de nove irmãos, nasceu na cidade de Láconi, Itália, no dia 17 de novembro de 1701. Seus pais eram muito pobres, mas ricos de virtudes humanas e cristãs, educando os filhos no fiel seguimento de Jesus Cristo.

Inácio, desde a infância, sentiu um forte chamado para a vida religiosa. Possuía dons especiais de profecia, de cura e um forte carisma. Costumava praticar severas penitências, mantendo seu espírito sereno e alegre, em estreita comunhão com Cristo.

Antes de completar os vinte anos de idade, ele adoeceu gravemente e por duas vezes quase morreu. Nessa ocasião, decidiu que seguiria os passos de São Francisco de Assis e se dedicaria aos pobres e doentes, se ficasse curado. E assim o fez. Foi para a cidade de Cagliari para viver entre os frades capuchinhos do Convento do Bom Caminho. Mas não pôde ser aceito, devido à sua frágil saúde. Depois de totalmente recuperado, em 1721, vestiu o hábito dos franciscanos.

Frei Inácio de Láconi, como era chamado, foi enviado para vários conventos e, após quinze anos, retornou ao Convento do Bom Caminho em Cagliari, onde permaneceu em definitivo. Ali, ficou encarregado da portaria, função que desempenhou até à morte. Tinha o verdadeiro espírito franciscano: exemplo vivo da pobreza, entretanto de absoluta disponibilidade aos pobres, aos desamparados, aos doentes físicos e aos doentes espirituais, ou seja, aos pecadores, muitos dos quais conseguiu recolocar no caminho cristão.

Durante seus últimos cinco anos de vida, Inácio ficou completamente cego. Mesmo assim continuou cumprindo com rigor a vida comum com todos os regulamentos do convento. Morreu no dia 11 de maio de 1781. Depois da morte, a fama de sua santidade se fortaleceu com a relação dos milagres alcançados pela sua intercessão.

Frei Inácio de Láconi foi beatificado pelo Papa Pio XII em 1940 e depois canonizado por este mesmo Santo Padre em 1951. O dia designado para sua celebração litúrgica foi o de sua morte: 11 de maio.

Santo Inácio de Láconi, rogai por nós!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Bento XVI: Religião ajuda a formar uma forte personalidade

O Papa Bento XVI recebeu nesta sexta-feira, 5 de maio, na Sala Clementina, no Palácio Apostólico Vaticano, os embaixadores da Etiópia, Malásia, Irlanda, Ilhas Fiji e Armênia que apresentaram suas cartas credenciais. O Pontífice renovou o apelo aos Estados para que garantam a liberdade religiosa e valorizem o patrimônio cultural e religioso.

— A religião nos permite reconhecer o outro como irmão na humanidade. Dá a possibilidade de todos conhecerem a Deus, com plena liberdade, ajuda a formar uma personalidade forte interiormente que nos torna capazes de ser testemunhas do bem, destacou o Papa.

Bento XVI disse ainda que para reforçar as bases humanas da realidade sócio-política é preciso estarmos atentos também a outro tipo de miséria: aquela causada pela perda de referência aos valores espirituais, pela perda de Deus.

                                                                
O Papa dirigiu ainda um pensamento particular aos jovens que, na busca de um ideal, se voltam a paraísos artificiais como as drogas e o consumismo. Assim, advertiu que quanto mais cresce a pobreza, mais falta o amor.

A globalização nos torna mais próximos, mas pede também que sejamos mais atentos aos que sofrem, disse o Santo Padre. Em seu discurso, o Papa destacou as dificuldades enfrentadas por tantos povos como a pobreza e pediu que toda comunidade internacional enfrente, com justiça e solidariedade, tudo aquilo que ameaça o homem, a sociedade e o meio ambiente.

— O êxodo para as cidades, os conflitos armados, a fome e as doenças que afligem tantas populações crescem dramaticamente junto à pobreza. A crise econômica mundial, reconhecida com amargura, levam sempre mais famílias a uma precariedade crescente, salientou o Pontífice.

A solidão cresce por causa da exclusão, reforçou o Papa. Para ele, quando a miséria coexiste com uma grande riqueza, nasce uma impressão de injustiça que se tornar fonte de revolta.

— É agora oportuno que os Estados façam com que as leis sociais não favoreçam as desigualdades, mas permitam que cada um viva de modo decente, acrescentou.

Segundo o Santo Padre, é importante que as pessoas necessitadas tenham um reconhecimento social. Ele adicionou que o desenvolvimento das nações deve olhar as pessoas em sua integridade e não somente o crescimento econômico.

* Fonte e Foto: Canção Nova

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Bento XVI: "Estejam atentos à voz de Deus"


Ao meio-dia deste domingo "do Bom Pastor", Dia Mundial de Orações pelas Vocações, 29 de abril, o pensamento do Papa antes da recitação do Regina Caeli – da janela de seus aposentos que dá para a Praça São Pedro – dirigiu-se a todos os jovens a fim de que "estejam atentos à voz de Deus que fala interiormente a seus corações e os chama a se desapegarem de tudo para servi-Lo.
"De fato, o Senhor chama sempre, mas muitas vezes nós não ouvimos. Estamos distraídos com tantas coisas, com outras vozes mais superficiais; e, ademais, temos medo de escutar a voz do Senhor, porque pensamos que possa tirar a nossa liberdade. Na realidade, cada um de nós é fruto do amor: certamente, o amor dos pais, mas, mais profundamente, o Amor de Deus."
"Na Igreja se descobre que a vida de cada homem é uma história de amor."
"Caros amigos, rezemos pela Igreja, por toda comunidade local, para que seja como um jardim irrigado em que possam brotar e amadurecer todas as sementes de vocação que Deus espalha em abundância."
Após a oração mariana, o Pontífice evocou a figura de Giuseppe Toniolo, beatificado na manhã deste domingo na Basílica romana de São Paulo Fora dos Muros. "O Beato Toniolo indica o caminho do primado da pessoa humana e da solidariedade", ressaltou.
Em seguida, Bento XVI recordou o sacerdote Pierre-Adrien Touloge, sacerdote que viveu na segunda metade do Séc. XVIII, mártir da verdade, beatificado neste domingo em Coutandes, na França.
Por fim, o Pontífice saudou os participantes do encontro europeu dos estudantes universitários, organizado pela Diocese de Roma no primeiro aniversário de beatificação de João Paulo II:
Nesta segunda-feira, "me unirei espiritualmente a vocês para a Vigília que se realizará em Tor Vergata, junto à grande Cruz do Dia Mundial da Juventude do ano 2000. Obrigado pela presença de vocês!", concluiu.
O Santo Padre concedeu a todos a sua Bênção apostólica.


Palavras do Papa Bento XVI antes e depois da oração
Nessa Jornada Mundial de Oração pelas Vocações, Domingo do Bom Pastor, publicamos as palavras que o Santo Padre Bento XVI pronunciou  antes e depois da oração dominical do Regina Caeli.
Queridos irmãos e irmãs!
Acabou de terminar, na Basílica de São Pedro, a celebração eucarística em que ordenei nove novos sacerdotes para a Diocese de Roma. Vamos agradecer a Deus este dom, sinal de seu amor providente e fiel à Igreja! Reunamo-nos em espírito em torno desses novos padres e rezemos para que acolham totalmente a graça do Sacramento que lhes conformou com Jesus Cristo, Sacerdote e Pastor. E oremos para que todos os jovens estejam atentos à voz de Deus que fala ao seu coração interiormente e chama-os a deixar tudo para servi-Lo. Para este fim é que se dedica essa Jornada Mundial de Oração pelas Vocações. Na verdade, o Senhor está sempre chamando, mas muitas vezes nós não escutamos. Estamos distraídos por muitas coisas, por outras vozes superficiais; e depois temos medo de escutar a voz do Senhor, porque pensamos que possa tirar-nos a liberdade. Na verdade, cada um de nós é fruto do amor: é claro, o amor dos pais, mas, mais profundamente, do amor de Deus. Diz a Bíblia: ainda que a tua mãe te desprezasse, eu te quero, porque te conheço e te amo (cf. Isaías 49,15). No  momento em que eu percebo isso, a minha vida muda: torna-se uma resposta a este amor, maior do que qualquer outro, e assim se realiza plenamente a minha liberdade.
Os jovens que consagrei sacerdote hoje não são diferentes dos outros jovens, mas foram tocados profundamente pela beleza do amor de Deus, e não puderam deixar de responder com toda a sua vida. Como é que encontraram o amor de Deus? O encontraram em Jesus Cristo: no seu Evangelho, na Eucaristia e na comunidade eclesial. Na Igreja descobrimos que a vida de cada homem é uma história de amor. A Sagrada Escritura nos mostra claramente isso e o testemunho dos santos nos confirmam. Exemplar é a expressão de Santo Agostinho, que nas suas Confissões se dirige a Deus e diz: "Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Estavas dentro de mim, e eu fora ... Estavas comigo, e eu não estava contigo... Mas me chamastes, e teu grito venceu minha surdez "(X, 27,38).
Caros amigos, rezemos pela Igreja, para cada comunidade local, para que seja como um jardim regado, onde podem germinar e crescer todas as sementes de vocação que Deus semeia em abundância. Oremos para que em todos os lugares se cultive este jardim, na alegria de sentir-se todos chamados, na variedade dos dons. Em particular, as famílias sejam o primeiro ambiente no que se “respire” o amor de Deus, que dá força interior também em meio às dificuldades e às provas da vida. Quem vive em família a experiência do amor de Deus, recebe um dom inestimável, que dá fruto no seu tempo. Que a Santíssima Virgem nos obtenha tudo isso, ela que é modelo de acolhida livre e obediente do divino chamado, Mãe de todas as vocações na Igreja.
Depois do Regina Caeli
Queridos irmãos e irmãs!
Uma saudação especial aos peregrinos reunidos na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde nesta manhã foi declarado Beato Giuseppe Toniolo. Viveu entre o século XIX e XX, foi marido e pai de sete filhos, professor universitário e educador da juventude, economista e sociólogo, apaixonado servidor da comunhão na Igreja. Colocou em prática os ensinamentos da Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII; incentivou a Ação Católica, a Universidade Católica do Sagrado Coração, as Semanas Sociais dos Católicos Italianos e um Instituto de Direito Internacional da Paz. A sua mensagem é muito oportuna, principalmente neste momento: o Beato Toniolo aponta o caminho da primazia da pessoa humana e da solidariedade. Ele escrevia: "por acima desses bens e interesses legítimos das nações individuais e dos Estados, há algo muito forte que coordena todos à unidade, e chama-se o dever da solidariedade humana".
Também hoje em Coutances, França, foi beatificado o sacerdote Pierre-Adrien Toulorge, da Ordem Premostratense, que viveu na segunda metade do século XVIII. Agradeçamos a Deus por este luminoso “mártir da verdade”.
Saúdo os participantes do encontro europeu dos estudantes universitários, organizado pela Diocese de Roma no primeiro aniversário da Beatificação do Papa João Paulo II. Queridos jovens, continuem com confiança no caminho da nova evangelização nas Universidades. Amanhã à noite vou acompanhá-los em espírito, na Vigília que será realizada em Tor Vergata, junto à Grande Cruz da Jornada Mundial da Juventude do 2000. Obrigado pela sua presença!

Bento XVI: "A oração nos dá a luz para entender o presente"

                                                              
A oração nos dá a luz para entender o presente. Palavras de Bento XVI pronunciadas na Audiência Geral, nesta quarta-feira, 2 de maio, que reuniu na Praça São Pedro milhares de fiéis e peregrinos.
Prosseguindo suas catequeses sobre a oração, hoje o Papa citou o exemplo de Santo Estevão, protomártir, que diante do tribunal que o condena, pede perdão para os seus algozes e reza: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito".
Estevão explica a história da salvação, narrada na Bíblia, a partir da luz de Cristo, para demonstrar que Nele se cumprem as profecias antigas e se inaugura um novo culto, que substitui os antigos sacrifícios pela oferta de si mesmo na cruz.
Ao ser levado ao suplício, Estevão se une ao Senhor, e sua reflexão sobre a Escritura se converte em participação com a oração de Jesus em sua agonia, de modo que, movido pelo Espírito Santo, pode fazer suas as palavras que Cristo pronunciou na cruz, dirigindo-as agora ao Senhor Ressuscitado.
Veja vídeo da audiência
"Em nossa oração, somos chamados também a descobrir a ação de Deus na história, que tem seu ápice em Cristo e a confessá-lo como Senhor de nossas vidas", disse o Pontífice.
Não faltaram bandeiras brasileiras na Praça S. Pedro. Eis o resumo em português que Bento XVI fez de sua catequese, seguida de sua saudação: 
"Queridos irmãos e irmãs, do testemunho de Santo Estêvão – o primeiro mártir cristão –, podemos tirar algumas lições para a nossa oração e para a nossa vida. Por exemplo, aonde foi ele buscar força para enfrentar os seus adversários até ao martírio? Foi à sua relação com Deus, à meditação da história da salvação, à contemplação do agir de Deus que atingiu o seu ponto culminante em Jesus Cristo. De facto, retomando a oração de Jesus na cruz, Estêvão pede perdão para os seus algozes e reza: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito». Embora seja retomada de Cristo, esta oração é dirigida ao próprio Jesus, que ele contempla glorificado à direita do Pai. Também a nossa oração deve ser contemplação de Jesus como Senhor da nossa vida diária, sentado à direita do Pai. Em Jesus, sob a guia do Espírito Santo, podemos também nós dirigir-nos a Deus com confiança de filhos que se dirigem a um Pai que os ama infinitamente.
Nesta comunhão com Cristo, dou as boas-vindas aos peregrinos de língua portuguesa, em particular aos grupos brasileiros de Fortaleza e Salgueiro. A todos saúdo e exorto a conhecer melhor e seguir o exemplo de Nossa Senhora neste mês de Maio, que Lhe é especialmente dedicado. Procurai vivê-lo com uma oração diária mais intensa e fiel, em particular pela reza do terço, conforme recomendação da Santa Igreja e desejo repetidamente expresso pela Virgem Maria. A esta exortação, junto os meus votos de todo o bem para vós e vossas famílias, com uma propiciadora Bênção Apostólica."