Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mais de 2 mil jovens participam do DNJ 2012 em Porto Firme


Com o tema “Juventude e vida” e lema “Que vida vale a pena ser vivida?”, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Mariana realizou no ultimo domingo, 28, mais um Dia Nacional da Juventude (DNJ). Nesse ano, a cidade de Porto Firme (Região Mariana Centro) acolheu o encontro, que acontece a cada três anos.
Por volta das 6 horas chegavam os primeiros ônibus trazendo jovens animados para participarem do DNJ. Houve uma concentração em frente à Igreja Matriz, onde foi servido o café da manhã. Em seguida, por volta das 9 horas, iniciou-se uma caminha pelas ruas da cidade com a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos arquidiocesanos da Jornada Mundial da Juventude, que andam em peregrinação por toda a arquidiocese e foram trazidos pelos jovens da cidade de Mercês (Região Mariana Sul).
Chegando ao espaço previsto para acontecer o encontro, após uma hora de caminhada, houve a Missa da Juventude presidida pelo assessor arquidiocesano da PJ, padre Wander Torres Costa, com a participação dos padres José Afonso, vigário episcopal da Região Centro; José Maria da Silva, assessor da PJ da Região Oeste; Luiz Martins, vigário paroquial da paróquia São João Batista, em Matipó e Werques Ribeiro, administrador paroquial da paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Porto Firme.
Na parte da tarde aconteceram as rodas de conversa onde os jovens tiveram a oportunidade de debaterem os seguintes temas: Mobilização social e participação juvenil; Juventude e mídia: a juventude a consome ou é consumida por ela?; Mobilização juvenil em defesa de seus direitos; Juventude e trabalho: trabalho para a vida!; Questões de gênero e violência contra a mulher; Juventude educação: formação para a cidadania!; Qualidade de vida da juventude e cuidado com a saúde (bem viver); Juventude e sustentabilidade: que sociedade temos e que sociedade queremos?; Diversidade juvenil: tribos e diferentes realidades da juventude; Artes urbanas: hip hop, grafite, cultura funk, etc; Campanha de doação de sangue e cadastramento de medula óssea; Somos Igreja jovem: conhecendo um pouco mais sobre a PJ; Transformando o mundo: projetos nacionais da PJ e um pouco sobre a Teologia da Libertação.
Um show musical encerrou as atividades do dia.



Papa Bento XVI divulga mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado


A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou na manhã de sexta-feira, 26 de outubro, a Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2013. O tema da Mensagem é: “Migrações: peregrinação de fé e de esperança”.
Leia a seguir a íntegra da Mensagem.
Queridos irmãos e irmãs!
Na Constituição pastoral Gaudium et spes, o Concílio Ecuménico Vaticano II recordou que «a Igreja caminha juntamente com toda a humanidade» (n. 40), pelo que «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração» (ibid., 1). Na linha destas afirmações, o Servo de Deus Paulo VI designou a Igreja como sendo «perita em humanidade» (Enc. Populorum progressio, 13), e o Beato João Paulo II escreveu que a pessoa humana é «o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer na realização da sua missão (…), caminho traçado pelo próprio Cristo» (Enc. Centesimus annus, 53). Na esteira dos meus Predecessores, quis especificar –na Encíclica Caritas in veritate – que «a Igreja inteira, em todo o seu ser e agir, quando anuncia, celebra e atua na caridade, tende a promover o desenvolvimento integral do homem» (n. 11), referindo-me também aos milhões de homens e mulheres que, por diversas razões, vivem a experiência da emigração. Na verdade, os fluxos migratórios são «um fenómeno impressionante pela quantidade de pessoas envolvidas, pelas problemáticas sociais, económicas, políticas, culturais e religiosas que levanta, pelos desafios dramáticos que coloca à comunidade nacional e internacional» (ibid., 62), porque «todo o migrante é uma pessoa humana e, enquanto tal, possui direitos fundamentais inalienáveis que hão-de ser respeitados por todos em qualquer situação» (ibidem).
Neste contexto, em concomitância com as celebrações do cinquentenário da abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II e do sexagésimo aniversário da promulgação da Constituição apostólica Exsul familia e quando toda a Igreja está comprometida na vivência do Ano da Fé abraçando com entusiasmo o desafio da nova evangelização, quis dedicar a Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado de 2013 ao tema «Migrações: peregrinação de fé e de esperança».
Na realidade, fé e esperança formam um binómio indivisível no coração de muitos migrantes, dado que neles existe o desejo de uma vida melhor, frequentemente unido ao intento de ultrapassar o «desespero» de um futuro impossível de construir. Ao mesmo tempo, muitos encetam a viagem animados por uma profunda confiança de que Deus não abandona as suas criaturas e de que tal conforto torna mais suportáveis as feridas do desenraizamento e da separação, talvez com a recôndita esperança de um futuro regresso à terra de origem. Por isso, fé e esperança enchem muitas vezes a bagagem daqueles que emigram, cientes de que, com elas, «podemos enfrentar o nosso tempo presente: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho» (Enc. Spe salvi, 1).
No vasto campo das migrações, a solicitude materna da Igreja estende-se em diversas direções. Por um lado a sua solicitude contempla as migrações sob o perfil dominante da pobreza e do sofrimento que muitas vezes produz dramas e tragédias, intervindo lá com ações concretas de socorro que visam resolver as numerosas emergências, graças à generosa dedicação de indivíduos e de grupos, associações de voluntariado e movimentos, organismos paroquiais e diocesanos, em colaboração com todas as pessoas de boa vontade. E, por outro, a Igreja não deixa de evidenciar também os aspectos positivos, as potencialidades de bem e os recursos de que as migrações são portadoras; e, nesta direção, ganham corpo as intervenções de acolhimento que favorecem e acompanham uma inserção integral dos migrantes, requerentes de asilo e refugiados no novo contexto sociocultural, sem descuidar a dimensão religiosa, essencial para a vida de cada pessoa. Ora a Igreja, pela própria missão que lhe foi confiada por Cristo, é chamada a prestar particular atenção e solicitude precisamente a esta dimensão: ela constitui o seu dever mais importante e específico. Visto que os fiéis cristãos provêm das várias partes do mundo, a solicitude pela dimensão religiosa engloba também o diálogo ecuménico e a atenção às novas comunidades; ao passo que, para os fiéis católicos, se traduz, entre outras coisas, na criação de novas estruturas pastorais e na valorização dos diversos ritos, até se chegar à plena participação na vida da comunidade eclesial local. Entretanto, a promoção humana caminha lado a lado com a comunhão espiritual, que abre os caminhos «a uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo» (Carta ap. Porta fidei, 6). É sempre um dom precioso tudo aquilo que a Igreja proporciona visando conduzir ao encontro de Cristo, que abre para uma esperança sólida e credível.
A Igreja e as diversas realidades que nela se inspiram são chamadas a evitar o risco do mero assistencialismo na sua relação com os migrantes e refugiados, procurando favorecer a autêntica integração numa sociedade onde todos sejam membros activos e responsáveis pelo bem-estar do outro, prestando generosamente as suas contribuições originais, com pleno direito de cidadania e participação nos mesmos direitos e deveres. Aqueles que emigram trazem consigo sentimentos de confiança e de esperança que animam e alentam a procura de melhores oportunidades de vida; mas eles não procuram apenas a melhoria da sua condição económica, social ou política. É verdade que a viagem migratória muitas vezes inicia com o medo, sobretudo quando perseguições e violências obrigam a fugir, com o trauma de abandonar os familiares e os bens que, em certa medida, asseguravam a sobrevivência; e, todavia, o sofrimento, as enormes perdas e às vezes um sentido de alienação diante do futuro incerto não destroem o sonho de reconstruir, com esperança e coragem, a vida num país estrangeiro. Na verdade, aqueles que emigram nutrem a confiança de encontrar acolhimento, obter ajuda solidária e entrar em contato com pessoas que, compreendendo as contrariedades e a tragédia dos seus semelhantes e também reconhecendo os valores e recursos de que eles são portadores, estejam dispostas a compartilhar humanidade e bens materiais com quem é necessitado e desfavorecido. Na realidade, é preciso reafirmar que «a solidariedade universal é para nós um facto e um benefício, mas também um dever» (Enc. Caritas in veritate, 43). E assim, a par das dificuldades, os migrantes e refugiados podem experimentar também relações novas e hospitaleiras que os encorajem a contribuir para o bem-estar dos países de chegada com suas competências profissionais, o seu património sociocultural e também com o seu testemunho de fé, que muitas vezes dá impulso às comunidades de antiga tradição cristã, encoraja a encontrar Cristo e convida a conhecer a Igreja.
É verdade que cada Estado tem o direito de regular os fluxos migratórios e implementar políticas ditadas pelas exigências gerais do bem comum, mas assegurando sempre o respeito pela dignidade de cada pessoa. O direito que a pessoa tem de emigrar – como recorda o número 65 da Constituição conciliar Gaudium et spes – conta-se entre os direitos humanos fundamentais, com faculdade de cada um se estabelecer onde crê mais oportuno para uma melhor realização das suas capacidades e aspirações e dos seus projetos. No contexto sociopolítico atual, porém, ainda antes do direito a emigrar há que reafirmar o direito a não emigrar, isto é, a ter condições para permanecer na própria terra, podendo repetir, com o Beato João Paulo II, que «o direito primeiro do homem é viver na própria pátria. Este direito, entretanto, só se torna efetivo se se têm sob controle os fatores que impelem à emigração (Discurso ao IV Congresso Mundial das Migrações, 9 de Outubro de 1998). De facto, hoje vemos que muitas migrações são consequência da precariedade económica, da carência dos bens essenciais, de calamidades naturais, de guerras e desordens sociais. Então emigrar, em vez de uma peregrinação animada pela confiança, pela fé e a esperança, torna-se um «calvário» de sobrevivência, onde homens e mulheres resultam mais vítimas do que autores e responsáveis das suas vicissitudes de migrante. Assim, enquanto há migrantes que alcançam uma boa posição e vivem com dignidade e adequada integração num ambiente de acolhimento, existem muitos outros que vivem em condições de marginalidade e, por vezes, de exploração e privação dos direitos humanos fundamentais, ou até assumem comportamentos danosos para a sociedade onde vivem. O caminho da integração compreende direitos e deveres, solicitude e cuidado pelos migrantes para que levem uma vida decorosa, mas supõe também a atenção dos migrantes aos valores que lhes proporciona a sociedade onde se inserem.
A este respeito, não podemos esquecer a questão da imigração ilegal, que se torna ainda mais impelente nos casos em que esta se configura como tráfico e exploração de pessoas, com maior risco para as mulheres e crianças. Tais delitos hão-de ser decididamente condenados e punidos, ao mesmo tempo que uma gestão regulamentada dos fluxos migratórios – que não se reduza ao encerramento hermético das fronteiras, ao agravamento das sanções contra os ilegais e à adopção de medidas que desencorajem novos ingressos – poderia pelo menos limitar o perigo de muitos migrantes acabarem vítimas dos referidos tráficos. Na verdade, hoje mais do que nunca são oportunas intervenções orgânicas e multilaterais para o desenvolvimento dos países de origem, medidas eficazes para erradicar o tráfico de pessoas, programas orgânicos dos fluxos de entrada legal, maior disponibilidade para considerar os casos individuais que requerem intervenções de proteção humanitária bem como de asilo político. As normativas adequadas devem estar associadas com uma paciente e constante ação de formação da mentalidade e das consciências. Em tudo isto, é importante reforçar e desenvolver as relações de bom entendimento e cooperação entre realidades eclesiais e institucionais que estão ao serviço do desenvolvimento integral da pessoa humana. Na perspectiva cristã, o compromisso social e humanitário recebe força da fidelidade ao Evangelho, com a consciência de que «aquele que segue Cristo, o homem perfeito, torna-se mais homem» (Gaudium et spes, 41).
Queridos irmãos e irmãs migrantes, oxalá esta Jornada Mundial vos ajude a renovar a confiança e a esperança no Senhor, que está sempre junto de vós! Não percais ocasião de encontrá-Lo e reconhecer o seu rosto nos gestos de bondade que recebeis ao longo da vossa peregrinação de migrantes. Alegrai-vos porque o Senhor está ao vosso lado e, com Ele, podereis superar obstáculos e dificuldades, valorizando os testemunhos de abertura e acolhimento que muitos vos oferecem. Na verdade, «a vida é como uma viagem no mar da história, com frequência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente, Jesus Cristo é a luz por antonomásia, o sol erguido sobre todas as trevas da história. Mas, para chegar até Ele, precisamos também de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida da luz d’Ele e oferecem, assim, orientação para a nossa travessia» (Enc. Spe salvi, 49). Confio cada um de vós à Bem-aventurada Virgem Maria, sinal de consolação e segura esperança, «estrela do caminho», que nos acompanha com a sua materna presença em cada momento da vida, e, com afeto, a todos concedo a Bênção Apostólica.

Vaticano, 12 de Outubro de 2012.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Bento XVI: "A Nova Evangelização diz respeito a toda a vida da Igreja"


Bento XVI presidiu, neste domingo, 28 de outubro, na Basílica de São Pedro, a celebração eucarística de encerramento da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
Em sua homilia, o Papa se deteve sobre a cura do cego Bartimeu que ocupa uma posição significativa na estrutura do Evangelho de Marcos, itinerário de fé que se desenvolve gradualmente na escola de Jesus.
A condição de cegueira tem um significado denso nos Evangelhos. Representa o homem que tem necessidade da luz de Deus, a luz da fé, para conhecer verdadeiramente a realidade e caminhar pela estrada da vida. "Bartimeu não é cego de nascença, mas perdeu a vista: é o homem que perdeu a luz e está ciente disso, mas não perdeu a esperança. Num de seus escritos, Santo Agostinho interpreta Bartimeu como pessoa decaída duma condição de grande prosperidade e nos convida a refletir sobre o fato de que há riquezas preciosas na nossa vida que podemos perder e que não são materiais" – frisou Bento XVI.
Vídeo da celebração
"Nesta perspectiva, Bartimeu poderia representar aqueles que vivem em regiões de antiga evangelização, onde a luz da fé se debilitou, e se afastaram de Deus. São pessoas que deste modo perderam uma grande riqueza, decaíram duma alta dignidade – não econômica ou de poder terreno, mas a dignidade cristã –, perderam a orientação segura e firme da vida e tornaram-se, muitas vezes inconscientemente, mendigos no sentido da existência" - acrescentou o Pontífice.
O Papa destacou que "são muitas as pessoas que precisam de uma nova evangelização, ou seja, de um novo encontro com Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que pode voltar a abrir os seus olhos e ensinar-lhes a estrada. A nova evangelização diz respeito a toda a vida da Igreja. Refere-se, em primeiro lugar, à pastoral ordinária que deve ser mais animada pelo fogo do Espírito a fim de incendiar os corações dos fiéis que frequentam regularmente a comunidade reunindo-se no dia do Senhor para se alimentarem de sua Palavra e do Pão de vida eterna."
Bento XVI então sublinhou três linhas pastorais que emergiram do Sínodo. "A primeira diz respeito aos Sacramentos da iniciação cristã. Foi reafirmada a necessidade de acompanhar, com uma catequese adequada, a preparação para o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia; e reiterou-se também a importância da Penitência, sacramento da misericórdia de Deus. É através deste itinerário sacramental que passa o chamado do Senhor à santidade, dirigido a todos os cristãos."
A segunda é que "a nova evangelização está essencialmente ligada à missão ad gentes. A Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo". O Papa recordou que durante as reflexões sinodais, foi sublinhado que existem lugares na África, Ásia e Oceânia, onde os habitantes esperam com expectativa o primeiro anúncio do Evangelho. "Por isso, é preciso pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes pastorais e os fiéis leigos. A globalização provocou um notável deslocamento de populações, pelo que se impõe a necessidade do primeiro anúncio também nos países de antiga evangelização" – frisou o Papa.
O terceiro aspecto diz respeito às pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do Batismo. "Durante os trabalhos sinodais, foi posto em evidência que estas pessoas se encontram em todos os continentes, especialmente nos países secularizados. A Igreja dedica-lhes uma atenção especial, para que encontrem de novo Jesus Cristo, redescubram a alegria da fé e voltem à prática religiosa na comunidade dos fiéis. Para além dos métodos tradicionais de pastoral, sempre válidos, a Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade que se fundamenta em Deus que é Amor."
Voltando à figura do cego Bartimeu, curado por Jesus, Bento XVI concluiu a homilia dizendo: "Assim são os novos evangelizadores: pessoas que fizeram a experiência de ser curadas por Deus, através de Jesus Cristo".

Bento XVI concede à Matriz do Pilar o título de Basílica


Dom Geraldo Lyrio Rocha, nosso Arcebispo, trouxe, por telefone, na manhã do dia 27 de outubro, a alegre notícia para a Arquidiocese de Mariana, especialmente para a Comunidade Católica de Ouro Preto, da acolhida, em Roma, pela Secretaria para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, do pedido arquidiocesano para que a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, de Ouro Preto, no ano celebrativo dos 300 anos, fosse elevada à dignidade de Basílica Menor, distinguindo nossa Igreja Particular de Mariana com tamanha graça e bênção de Deus.
Seja esta distinção para o louvor do Santíssimo Redentor, para a glória de Deus, e do santo nome da Virgem Maria, invocada como Padroeira Pontifícia de Ouro Preto, Nossa Senhora do Pilar. Ao receber o título de Basílica Menor, a Matriz de N. Sra. Pilar se une mais estreitamente à Roma, às suas basílicas, como a Basílica de Santa Maria Maior, e com isso estará vinculada diretamente ao Papa. Essa associação ao Papa estará presente em um dos símbolos da Basílica, a Umbrela que ficará no presbitério juntamente com as insígnias pontifícias.
Agradecemos a todos – pessoas, grupos e instituições que abraçaram esta causa. De modo particular a dom Geraldo, nosso estimado arcebispo, que muito se empenhou. Foi ele quem comunicou ao povo de Ouro Preto esta intenção, quando presidiu a celebração do dia principal das festividades pelos 300 anos da Paróquia do Pilar, em 15 de agosto próximo passado. Foi ele quem dirigiu este pedido à Igreja e quem levou, pessoalmente, a Roma, por ocasião do Sínodo da Igreja, um volumoso processo, com farto material histórico e pastoral do Pilar, em resposta às solicitações da Secretaria da Igreja, no Vaticano.
Nosso povo ouropretano esteve piedosamente elevando suas preces a Deus, nesses três últimos meses, pedindo esta graça que alimenta em nós a espiritualidade mariana que nos remete a Jesus Cristo, seu Filho, nosso Redentor e que nos compromete eclesialmente, ainda mais, na vivência do discipulado missionário, na construção do Reino de Deus.
Compartilhamos, de especial modo, esta alegria e bênção com as comunidades paroquiais da cidade e do município de Ouro Preto, na pessoa dos irmãos sacerdotes, nossos amigos e companheiros na missão, e do bom povo destas comunidades, irmanados na fé, celebrando Nossa Senhora do Pilar, como Mãe e Padroeira.
Desde já, por orientação de dom Geraldo, convidamos toda a arquidiocese para as celebrações da dedicação da Matriz do Pilar e sua oficialização como Basílica, marcadas para o dia 01 de dezembro, sábado, às 19h, durante a visita pastoral do arcebispo à nossa Paróquia. Por feliz coincidência, nesse dia, celebramos, in memoriam, os 54 anos de ministério presbiteral do Cônego José Feliciano da Costa Simões que por 46 anos esteve à frente da Paróquia como o seu zeloso pároco. Também nos alegramos porque, nesse dia, dom Francisco Barroso Filho, filho ilustre de Ouro Preto, também rende louvores a Deus pelos seus 55 anos de ministério presbiteral.
Nesse domingo, dia 28 de outubro, festa de São Simão e São Judas Tadeu, apóstolos de Jesus, conclamamos nossas Igrejas de Ouro Preto a repicarem os sinos, às 12h, em sinal de alegria, gratidão e louvor a Deus por esta graça em favor da Igreja e de seu povo, especialmente para a nossa tricentenária Vila Rica de Ouro Preto.
Demos graças ao Senhor, eterno é seu Amor!
Pela Comunidade Paroquial do Pilar,

Pe. Marcelo Moreira Santiago – Pároco
Pe. Danival Milagres Coelho – Vigário Paroquial
Cônego Jadir Trindade Lemos – Vigário Paroquial

Arquidiocese lança novo subsídio de formação “A Palavra de Deus na Liturgia – Vol. II”


Considerando que o Projeto Arquidiocesano de Evangelização (PAE), que, para o ano de 2012, no eixo da formação apresenta a comunidade de fé centrada na Palavra e, posteriormente, a comunidade eucarística, geradora de comunhão, a Comissão litúrgica trabalhou neste ano de 2012 a formação no eixo da Palavra, acolhendo as contribuições da Dei Verbum.
Nesse sentido, concluindo os trabalhos da Comissão de Liturgia neste ano de 2012, ela faz chegar às paróquias, em sintonia com as orientações do CAP, o segundo volume da coleção: Celebrando o Cristo na vida do povo – A Palavra de Deus na Liturgia. Com isso implementa-se o trabalho de formação em vista do aperfeiçoamento ou criação de um corpo ministerial competente, especialmente no anúncio da Palavra na Liturgia.
Os destinatários deste material são as equipes de liturgia paroquiais, bem como todas as pessoas que, nas igrejas, exercem o ministério de leitor ou salmista, e também para as pessoas que se encaminham para assumir este ministério em sua comunidade.
Este segundo volume é composto de seis capítulos que podem ser estudados mensalmente, na reunião paroquial de liturgia, bem como nas comunidades e também  nas reuniões mensais onde já existe o ministério da Palavra ou se pretende criá-lo. Cada paróquia tem a liberdade de utilizá-lo da melhor forma.
Tendo o formato do mesmo volume anterior, com 70 páginas, o volume 2 trabalha os seguintes temas:
Apresentação:
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Celebração da Palavra por ministros leigos:
Pe. Geraldo Dias Buziani
Ritualidade da proclamação da Palavra de Deus na Celebração litúrgica:
Pe. Luiz Claudio Vieira
A homilia: Palavra de Deus refletida e partilhada em comunidade:
Mons. Celso Murilo
A Oração universal ou dos fiéis: Palavra que se torna prece:
Pe. Geovane Luis da Silva
Ofício divino das Comunidades:
Vânia Lúcia dos Santos
Ministérios: o que são e para que servem?
No ano seguinte, será trabalhada a temática da comunidade eucarística, geradora de comunhão e servidora do povo de Deus, apresentando as contribuições da Sacrosanctum Concilium, por ocasião dos seus 50 anos de promulgação e em continuidade com a formação para o Ministério da Palavra.
A Comissão Arquidiocesana de Liturgia solicita às paróquias interessadas em adquirir o subsídio que entrem em contato com a secretária regional, até 30 de outubro. Ainda segunda a Comissão, será impresso na Gráfica e Editora Dom Viçoso apenas o número exato de livros pedidos.
Fonte: Comissão Arquidiocesana de Liturgia

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sínodo: O que o espírito diz à Igreja?


Terminada a 2ª. semana de trabalhos da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre a "_nova evangelização para a transmissão da fé cristã_", já é possível perceber os rumos do caminho da Igreja nos próximos anos.
O fruto do trabalho realizado pela Assembleia sinodal será agora traduzido numa Mensagem e nas propostas finais, que serão entregues ao Papa; foi ele que convocou o Sínodo para ouvir os bispos e demais participantes sobre o tema em pauta, sobre o qual ele fará, depois, a Exortação pós-sinodal.
Uma primeira constatação é que há uma urgente necessidade de uma nova evangelização, não apenas porque há tantos fatores novos e desafiadores postos à missão da Igreja, mas porque, exatamente, a missão primeira da Igreja é evangelizar e ela deve fazê-lo, proclamando o Evangelho de forma renovada para o mundo mudado. Não podemos pressupor que todos já estejam evangelizados, nem que o mundo inteiro já foi iluminado pela Boa Nova de Cristo. Vamos evangelizar de novo, pois esta é nossa missão; e temos algo de muito precioso para anunciar e compartilhar com os homens do nosso tempo!
A nova evangelização deve levar em conta a diversidade das situações em que se encontram as pessoas em relação à fé cristã: há quem crê e pratica a fé, mas precisa ser estimulado a crescer, a perseverar e a realizar as obras da fé; há quem foi batizado mas nunca foi evangelizado, ou apenas superficialmente, necessitando de um forte anúncio querigmático e de um itinerário de formação e amadurecimento na fé; e há os que estão distantes da fé cristã e da Igreja de Cristo, necessitando do primeiro anúncio e do conseqüente itinerário de crescimento e  amadurecimento na fé cristã. Isso requer uma revisão nos métodos de evangelização e pastoral - uma verdadeira "conversão pastoral".
Na evangelização, temos que contar sempre com a graça de Deus, que tem a primeira iniciativa e vem ao encontro do homem; por isso, a evangelização não depende tanto de métodos e recursos técnicos em profusão, quanto de evangelizadores santos, que tenham uma profunda experiência de Deus e vivam em comunhão com Ele. Muitas foram as observações dos Padres Sinodais sobre a necessidade da boa formação, amor à Igreja e ardor missionário da parte dos evangelizadores. Diversas vezes também foi observado que o exemplo dos santos pode ser de grande ajuda para a nova evangelização: eles foram sempre os evangelizadores mais eficazes ao longo da História, sobretudo em períodos de crise na Igreja. No domingo das missões, dia 21 de outubro, o Papa Bento XVI proclamou mais 7 santos da Igreja e lembrou a vida e a obra dos santos, como fatos de evangelização.
Lugar de destaque na nova evangelização devem ter a Liturgia, fonte e cume de toda ação da Igreja, especialmente a Eucaristia dominical; o anúncio abundante da Palavra de Deus, com destaque para a homilia e a catequese; o Sacramento da Penitência deverá ser valorizado mais, assim como as devoções e a religiosidade popular, mediante as quais a fé é cultivada e transmitida. Destacada foi a referência à paróquia, como expressão concreta e indispensável da comunidade de fé, espaço para a evangelização, as manifestações da vida eclesial e da comunhão na mesma fé, esperança e caridade. As pequenas comunidades, nas suas múltiplas formas, foram apontadas como importantes expressões de vida eclesial e lugares para o cultivo e a transmissão eficaz da fé cristã.
O Sínodo trata com sereno realismo da atual situação da transmissão da fé, mas também com esperança; o primeiro interessado no anúncio da Boa Nova é sempre o Espírito Santo, que também vai indicando à Igreja os modos como ela o deve fazer sempre de novo. Mais do que nunca, devemos ouvir hoje o que o Espírito diz à Igreja (cf Ap 2,29).

Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo - SP

Família e vida social


Já não se ouve com a mesma intensidade aquele refrão que repetiu, por décadas, um veredito a respeito do fim da família. De sociólogos a outros tantos especialistas de diferentes áreas, há uma convicção incontestável de que a família tem centralidade e uma importância determinante na vida de cada pessoa.
 É um grande ganho fortalecer esse entendimento. A família é o lugar primário da humanização de cada um e da sociedade, um berço de vida e amor.
Nenhum lugar é tão favorável para o conhecimento e a experiência de Deus. Na família, a fé é transmitida pelo amor. Os limites conhecidos e experimentados não obscurecem ou invalidam esta força própria, até mágica e não palpável, que a família, como escola de amor, exerce na tarefa educativa. A Igreja Católica, em parceria com muitos segmentos da sociedade civil, considera a família como a primeira sociedade natural, titular de direitos próprios e originários. É fácil constatar o lugar central que é dado à família na vida social. Excluir ou deslocá-la desse lugar é correr o sério risco de causar um grave dano ao crescimento do corpo social inteiro.
Para compreender melhor a centralidade da família, é preciso compreender, à luz da Doutrina Social da Igreja, que essa instituição “nasce da íntima comunhão de vida e de amor, fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, com dimensão social própria e originária, lugar primário de relações interpessoais, instituição divina colocada como fundamento da vida das pessoas e como molde de todo ordenamento social”. Não se pode desprezar a força que cada família agrega nos avanços sociais e na consciência política, bem como na experiência indispensável da fé em Deus. Não se pode ignorar, deixar de aprofundar e de refletir sobre a indiscutível importância da família para a pessoa.
Há um ambiente de vida criado pelo dom recíproco de um homem e uma mulher, chamados a viver como compromisso de amor. Este é o ambiente indispensável para que a criança desenvolva suas potencialidades e torne-se consciente de sua dignidade - o dom mais precioso para cada pessoa. Além disso, esta consciência sustenta a cidadania, que articula relações sociais e políticas dando à sociedade as condições necessárias para ser solidária e fraterna. Perdida esta consciência, ou mal formada, desvios de todo tipo podem sacrificar o caminho e os destinos da humanidade.
A sociabilidade humana, aprendida e experimentada na família, é determinante na sustentação da sociedade, do tecido de sua cultura. Esta sociabilidade é indispensável porque contribui de modo único para o bem comum. Por isso, a família deve ser prioridade. No horizonte dessa rica compreensão é que se discute a inoportuna equiparação legislativa entre família e uniões de fato. Esta equivalência está na contramão do modelo de família que não pode reduzir-se a uma precária relação entre pessoas. O debate público contemporâneo se defronta com o ideal de família que compreende a união permanente, originada pelo pacto entre um homem e uma mulher, fundado sobre uma escolha recíproca e livre. Uma escolha que implica a plena comunhão conjugal orientada para a procriação.
Pensando a tarefa educativa própria da família, é oportuno relacioná-la sempre com a vida econômica e com o trabalho. A família, quando protagonista da vida econômica, ensina a importância da partilha e da solidariedade entre as pessoas. De modo particular, é decisiva na formação profissional. A sociedade ganha quando a família faz do cidadão um trabalhador incansável, engajado na promoção do bem. Em se considerando a necessidade de avanços culturais e econômicos, a família precisa contribuir, sobretudo, com a educação para o sentido do trabalho, ajudar na oferta de orientações. A família tem, pois, um papel determinante no desenvolvimento integral humano, garantindo a qualificação da vida social.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte - MG

Papa propõe a fé como antídoto contra o deserto espiritual do homem


Milhares de fiéis e peregrinos compareceram nesta quarta-feira, 24 de outubro, na Praça S. Pedro para a Audiência Geral com o Santo Padre.
Em sua catequese, neste Ano da Fé, Bento XVI falou sobre o sentido da fé cristã neste nosso tempo, partindo de algumas perguntas: A fé ainda faz sentido num mundo em que ciência e técnica abriram horizontes até pouco tempo atrás imprensáveis? Que significa crer hoje?
Para o Papa, no nosso tempo, é necessária uma renovada educação à fé, que nasça de um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo. Hoje, afirma o Pontífice, cresce ao nosso redor um deserto espiritual.
Vídeo
A sensação, muitas vezes, é que o mundo não caminha em direção à construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica. Não obstante a grandeza das descobertas científicas, parece que o homem não se tornou mais livre, mais humano. De outro lado, porém, cresce também o número dos que se sentem desorientados. “Necessitamos não somente do pão material, mas também de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido. É justamente isso que a fé nos doa: um entregar-se confiante a Deus, que dá uma certeza diferente, não menos sólida daquela que vem da ciência.”
A fé, continuou o Papa, não é um simples assenso intelectual do homem, é um ato com o qual me entrego livremente a um Deus que é Pai e me ama. A fé é dom de Deus, um dom sobrenatural, que requer, da nossa parte, a adesão de mente e de coração, como fez Maria. Este “sim” transforma a vida, nos abre o caminho rumo à plenitude de significado, a torna nova, rica de alegria e de esperança
Após a catequese em italiano, o Papa fez um resumo da mesma em várias línguas, entre as quais o português:
O nosso tempo exige cristãos fascinados por Cristo, que não se cansem de crescer na fé, por meio da familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. A fé não é apenas conhecimento e adesão a algumas verdades divinas; mas também um ato da vontade, pelo qual me entrego livremente a Deus, que é Pai e me ama. Crer é confiar-se, com toda a liberdade e com alegria, ao desígnio providencial de Deus sobre a história, como fez Maria de Nazaré. Nós podemos crer em Deus, porque Ele vem ao nosso encontro e nos toca. Na base do nosso caminho de fé, está o Baptismo, pelo qual nos tornamos filhos de Deus em Cristo e marca a entrada na comunidade de fé, na Igreja. Não se crê sozinho, mas juntamente com os nossos irmãos. Depois do Baptismo, cada cristão é chamado a viver e assumir a profissão da fé, juntamente com seus irmãos. Concluindo, a fé é um assentimento, pelo qual a nossa mente e o nosso coração dizem «sim» a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. E este «sim» transforma a vida, tornando-a rica de significado e esperança segura.
Uma cordial saudação para todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular dos grupos de diversas paróquias e cidades do Brasil, que aqui vieram movidos pelo desejo de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Cristo: o Senhor vos encha de alegria e o seu Espírito ilumine as decisões da vossa vida para realizardes fielmente o projeto de Deus a vosso respeito. Acompanha-vos a minha oração e a minha Bênção.

Juventude arquidiocesana é convidada a participar do DNJ no próximo domingo


No próximo domingo, dia 28, acontece, em Porto Firme (Região Mariana Centro), o Dia Nacional da Juventude (DNJ). Com o tema: “Juventude e vida” e lema: “Que vida vale a pena ser vivida?”, o DNJ deste ano tem como objetivo geral, a partir do Projeto Nacional “A Juventude quer viver”, posicionar-se publicamente sobre temas que afetam diretamente a vida da juventude, como também construir estratégias de participação e intervenção política nos diversos setores sociais organizados (governamentais e não governamentais), buscando mobilizar a juventude pela garantia de seus direitos.
A seguir, confira a programação do DNJ 2012 na Arquidiocese de Mariana:
7 horas: Chegada e café da manhã
8h30: Acolhida e caminhada com a Cruz Peregrina da JMJ
9h30: Missa da Juventude
12 horas: Almoço /Animação
14h às 14h30: Rodas de conversa I
14h30 às 15 horas: Apresentações culturais I
15h às 15h30: Rodas de conversa II
15h30 às 16 horas: Apresentações culturais II
16h às 16h15: Leitura da carta
16h15: Show de encerramento
17 horas: Encerramento


Fonte: Paróquia Nossa Senhora da Conceição
Porto Firme

DNJ 2012 marca início da divulgação da Campanha da Fraternidade 2013


O último domingo de outubro é sempre voltado para os jovens brasileiros, pois, em todos os anos, se celebra o Dia Nacional da Juventude (DNJ). Neste ano, em especial, o DNJ dá a largada para a divulgação de um dos importantes eventos do ano que vem: a Campanha da Fraternidade 2013, cujo tema será a Juventude.
Nesta quarta-feira, 24, foi lançado o twitter @cf2013Oficial e, no próximo domingo, serão lançados a página no Facebook e o site www.cf2013.org.br.
A CF acontece sempre, na Igreja no Brasil, no período da Quaresma e, para já incentivar a participação do público-alvo, uma equipe de comunicação específica para a Campanha foi criada com o objetivo de disseminar o conteúdo do texto base da CF por meio das redes sociais, produção de vídeos e interação com os jovens de todo país.

DNJ e CF 2013
Todos os anos, a CNBB elabora um subsídio próprio para que os jovens e as dioceses celebrem o Dia Nacional da Juventude, a partir de orientações para realização de encontros, dinâmicas e meditações. O subsídio do DNJ 2012, em especial, foi construído à luz da CF 2013, como aponta o assessor nacional da Comissão para a Juventude da CNBB, padre Antônio Ramos do Prado, na apresentação do material.
De acordo com o assessor, a construção deste documento teve a participação da Coordenação Nacional de Jovens que se debruçou sobre a realidade do jovem da atualidade para a redação dos textos. “Essas reflexões vem fortalecer cada vez mais a importância do DNJ, que todos os anos, com um tema novo, ajuda o povo brasileiro a olhar para a juventude, refletir e acompanhar suas propostas”, destacou.
O DNJ sempre acontece no último domingo de outubro. Contudo, como o próximo dia 28 é segundo turno das eleições municipais, as (arqui)dioceses, pastorais, movimentos e comunidade têm escolhido para celebrar outros domingos de outubro ou o primeiro de novembro.

Produtos Campanha da Fraternidade
A CF 2013 tem como tema “Fraternidade e Juventude” e como lema “Eis-me aqui, Senhor. Envia-me” (Is 6,8). E para melhor aprofundar este conteúdo e as reflexões, as Edições CNBB disponibilizam para venda, além do texto base, diversos materiais como o CD com o hino, Via Sacra, cartão postal, livretos quaresmais etc.
Vendas e informações por telefone (61-2193 3019) ou no site das Edições CNBB.

Fonte: Jovens Conectados

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Novena de Natal 2012


“O Anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus’” (Lc 1,35).
Mais uma vez, agraciados por Deus, iremos celebrar o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo, luz que vem para dissipar as trevas do pecado e da morte e para renovar a face da terra e o coração do Homem e da Mulher (cf. Is 60,1-22).
É a esperança que reacende a chama da fé em nossos corações para vivermos, com passos firmes, o discipulado missionário, centrados na Palavra de Deus e na vida Eucarística, com atenção missionária em favor dos mais necessitados, excluídos e afastados.
Tendo em vista a proclamação do “Ano da Fé” instituído pelo papa Bento XVI, bem como a celebração dos 20 anos de publicação do Novo Catecismo da Igreja Católica, a Equipe do Grupo de Reflexão juntamente com o arcebispo, dom Geraldo Lyrio Rocha, tem a alegria de apresentar às comunidades da Arquidiocese a Novena de Natal 2012 para que assim possam refletir sobre este momento tão singular na vida da Igreja.
É preciso proclamar, com o testemunho de comunhão e serviço, a fé em Deus Uno e Trino, que concede a vida e a salvação e pelo Espírito Santo santifica a humanidade e constitui colaboradores na construção do Seu Reino de Vida e Verdade. Com a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe do céu, queremos dizer sempre “SIM” à missão em família, na comunidade cristã e na vida em sociedade.
Para bem rezarmos esta novena percorreremos o seguinte caminho:
Tema: Eu creio em Deus Uno e Trino
Lema: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

1. Introdução: Nossa fé na Trindade Santa
2. Creio em Deus Pai criador de todas as coisas
3. Creio em Deus Filho que se fez carne
4. Creio em Deus Filho morto, ressuscitado e que subiu ao céu
5. Creio em Deus Filho Salvador
6. Creio em Deus Espírito Santo, vida da Igreja
7. Creio em Deus Espírito Santo, Santificador
8. Creio na Vida Eterna 9. Eu creio em Deus Uno e Trino

Lembramos que a Editora Dom Viçoso, responsável pelas tiragens e distribuição da Novena, já começou o processo de produção do material. A tabela de preços e condições de pagamento foram encaminhadas às paróquias.
Para mais informações, entre em contato com a Editora, pelos telefones (31) 3557-1233 ou 3557-3329 e também pelo email edv@graficadomvicoso.com.br.
Segue a tabela de preços da Novena:
Até 100 –> 1,75
De 101 a 500 –> 1,66
De 501 a 1000 –> 1,57
Acima de 1001 –> 1,48

Condições de pagamento:
1. À vista (no ato do pedido), 5% de desconto
2. 30% no ato do pedido + 2 parcelas iguais (janeiro e fevereiro de 2013)
3. 40% no ato do pedido + 3 parcelas iguais (janeiro, fevereiro e março de 2013).
 

Comitiva do Vaticano e COL analisam novos locais da JMJ


Uma Comitiva do Vaticano chega ao Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, para visitar os locais da JMJ Rio2013. O responsável pelas viagens do Santo Padre, Alberto Gasbarri, analisará distâncias e uma nova proposta para local de encerramento da jornada, mudando o local anterior que era a Base Aérea de Santa Cruz.
Os organizadores acreditam que esta mudança será melhor para a Jornada e seus peregrinos. A nova localização continuará sendo na Zona Oeste da cidade. O secretário executivo da JMJ Rio2013, monsenhor Joel Portella, garante que estão sendo verificadas as alternativas. “Com alegria e esperança, continuamos a construção da JMJ”, diz.
Inscrições
Sob a responsabilidade do Setor de Atos Culturais do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Rio2013, o Festival da Juventude está com inscrições abertas até o dia 15 de dezembro para apresentações culturais do Brasil e do mundo. O evento é uma oportunidade de encontrar Deus por meio da arte, dentro da programação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013).
No site da JMJ estão disponíveis três formulários para música, artes cênicas e exposição. Os grupos interessados em se apresentar podem preencher o formulário correspondente. Essas apresentações poderão acontecer em um dos palcos da JMJ, espalhados por toda a cidade do Rio de Janeiro, em auditórios, teatros e museus.
Na seleção, serão contemplados, como critérios principais, a coerência com o Magistério da Igreja, a qualidade técnica e a adequação ao espírito jovem da JMJ. Para apresentações musicais serão aceitas as cristãs, em qualquer ritmo. As bandas, grupos e exposições irão se apresentar em diversos teatros da cidade e em palcos distribuídos pelos bairros. Os participantes dos grupos que forem aprovados para participar do Festival da Juventude não precisam ser peregrinos.
O Festival promove um intercâmbio cultural por meio da evangelização dos jovens nesta grande festa de fé, que será realizada no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho do próximo ano. Segundo a Secretária Executiva do Setor de Atos Culturais do Comitê Organizador Local da JMJ Rio2013, Paloma Lladó, o Festival da Juventude é uma forma de encontrar Deus nas apresentações artísticas.
“Uma alma contente é uma alma que canta. Queremos mostrar a alegria de ser povo de Deus por meio da música, teatro, dança e exposições”, disse.
Inscrições no site www.rio2013.com/pt/festival-da-juventude. Mais informações através do e-mail: festival@rio2013.com .
Fonte: Pascom Brasil

Estão abertas as inscrições para o XII Seminário da Pastoral da Saúde dos Hospitais Camilianos de Mariana e Itabirito


 
As inscrições para a 12ª edição do Seminário da Pastoral da Saúde dos Hospitais Camilianos de Mariana e Itabirito seguem até o próximo dia 5 de novembro. Interessados em participar do evento que acontece no dia 10 de novembro no Centro de Convenções Alphonsus de Guimarães Filho, em Mariana, podem fazer contato pelo telefone (31) 3557-1329, com a responsável Josiane. As inscrições são gratuitas.
O Seminário será realizado das 08h às 16 horas, com intervalos entre quatro palestras, momentos de interação e de espiritualidade e lanches. O diretor do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde, ICAPS, padre. Anísio Baldesin irá participar do evento com uma palestra sobre “Pastoral da Saúde em defesa da vida” e outra sobre “Assistência Pastoral entre a vida e a morte”.
Clique aqui e confira a programação do evento.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Dom Geraldo fala da perspectiva para a última semana do Sínodo dos Bispos


Em mais uma entrevista à Rádio Vaticano, em Roma, o arcebispo metropolitano de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, faz um balanço geral das atividades que permeiam o Sínodo.
Leia abaixo a declaração do arcebispo:
“O balanço do Sínodo dos Bispos, que trata da nova evangelização para a transmissão da fé, é altamente positivo. Primeiro, a perspectiva que se tem de implementar, de verdade, uma nova Evangelização, o que é desafio para toda a Igreja, em todos os Continentes. Cada Continente traz seus traços próprios, suas características distintas, mas todos sentimos igual necessidade de um empenho renovado, com novo ardor, com novos métodos, como dizia o papa João Paulo II. Os conteúdos são os mesmos, porque a Palavra de Deus não muda, mas o modo de transmitir essa Palavra, o ardor que deve estar no coração de todos os evangelizadores e o despertar do espírito missionário para todos nós, bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas, e aí vem, sem dúvida alguma, um papel muito importante dos leigos. O protagonismo dos leigos e das leigas nesta ação evangelizadora é da máxima importância.   Estamos chegando, então, a reta final do Sínodo. As expectativas são positivas pela demonstração que já tivemos ao ouvir os relatórios dos grupos linguísticos. Esperamos que o Sínodo aponte caminhos novos, traga entusiasmo novo e proponha, de forma nova, a verdade de sempre, o Evangelho de Jesus.”
Clique aqui e ouça na íntegra a entrevista com dom Geraldo.

Fonte: CNBB

Em entrevista à Rádio Vaticano, dom Geraldo fala sobre a JMJ


O site oficial da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 lança o canal Pré-Jornada nesta terça-feira, 23 de outubro. Além do novo conteúdo entrar no ar para todos os internautas, será realizada também uma apresentação no auditório do edifício João Paulo II (Rua Benjamim Constant, 23, Glória), no Rio de Janeiro, no mesmo dia, às 19h30min.
Na ocasião, será lançada uma parceria de ação catequética entre a JMJ Rio2013, o Programa Nacional Caixa de Ferramenta (PNCF) e as mídias sociais da arquidiocese do Rio. A proposta do canal Pré-Jornada é oferecer voz às dioceses do Brasil no site www.rio2013.com, envolvendo-as no plano da Semana Missionária e em tudo o que for de preparação para a JMJ Rio2013. As peregrinações dos Símbolos da Jornada também ganharão destaque.
Em entrevista à Rádio Vaticano, dom Geraldo Lyrio Rocha, falou sobre o percurso da JMJ até o momento e suas expectativas para o grande evento, em 2013.
“Estamos vendo como a Arquidiocese do Rio de Janeiro e toda a Igreja no Brasil estão se preparando para este momento tão bonito e tão importante, que será a JMJ, e que certamente vai trazer um novo vigor para a Pastoral da Juventude, nas suas várias expressões, em todo o nosso país. A peregrinação dos Símbolos da Jornada já estão anunciando o que há de ser a Jornada, porque a capacidade de mobilização têm sido muito grande, além das expectativas em muitas partes. Claro que a JMJ é fruto de esforço de muita gente, nossas, no Brasil, do Pontifício Conselho para os Leigos, e, pelo que tenho ouvido dos bispos participantes do Sínodo dos Bispos, e de muitos países, pois já há a movimentação de caravanas de jovens que irão ao Brasil. Tenho certeza que a Jornada Mundial da Juventude vai ser um momento forte para a vida do nosso país, para a vida da Igreja Católica no Brasil e, de um modo muito especial, há de trazer muitos frutos para a atuação da Igreja junto à juventude nos dia que correm. Tenho a certeza que as expectativas vão ser plenamente respondidas e será marcante a presença do papa Bento XVI no Rio, em 2013”, destacou o ex-presidente da CNBB, dom Geraldo, um dos escolhidos, na última Assembleia Geral dos Bispos da CNBB, a representar o episcopado brasileiro no Sínodo dos Bispos, em Roma.

Fonte: CNBB

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

21 de outubro: Dia Nacional de Valorização da Família


No próximo domingo, dia 21 de outubro, a Igreja no Brasil celebrará o Dia Nacional de Valorização da Família. A data, que será comemorada anualmente em todo o território nacional, foi instituída pela Lei nº 12.647, publicada no Diário Oficial da União no dia 17 de maio de 2012.

O secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, e o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, João Carlos Petrini, sugeriram em mensagem enviada aos Bispos do Brasil, que a data possa proporcionar uma reflexão em favor da evangelização e da valorização da família brasileira.

“No Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), celebrado no final de setembro do corrente ano, abordamos a publicação do Diário Oficial da União de 17 de maio de 2012 a Lei nº 12.647, que institui o Dia Nacional de Valorização da Família. A reflexão nos levou a sugerir que os Irmãos Bispos, nas Dioceses onde servem, possam aproveitar este dia em favor da evangelização da família brasileira, promovendo atividades e eventos que sinalizem nossa adesão católica. Este dia pode tornar-se um precioso recurso para promover a Família como espaço privilegiado e insubstituível para que um homem e uma mulher possam, através do matrimônio, gerar e educar seus filhos (cf. Carta às Família,10) no exercício da família cidadã”, afirma a carta.

O documento também sugere que Igrejas, comunidades, fiéis e cidadãos valorizem este dia através de instrumentos publicitários de propaganda, bem como por meio de celebrações e atividades evangelizadoras em prol da família. E ainda, propõe que seja divulgado este dia na perspectiva católica através dos meios de comunicação.
Para ler a carta completa, obter frases sugestivas do Papa para o dia e sugestão de cartaz da CNBB, acesse: www.cnpf.org.br.  

Liberdade de Expressão

Liberdade de Expressão - Até mesmo Direitos Fundamentais devem ser exercidos sem abusos.
A Constituição Brasileira declara, no seu artigo primeiro, que nosso País é um Estado Democrático de Direito que tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Estes são os chamados Princípios Fundamentais de nosso País.  Cada uma das expressões mencionadas traduz valores fundamentais, que devem ser compreendidos e respeitados.  Por exemplo, a soberania traduz a independência do Brasil, e o fato de que nosso País não se curva à vontade de outras nações.  Já a Cidadania, é um atributo que torna uma pessoa apta a participar da política do País, votando e sendo votado.  Somente compreendendo os princípios que orientam nosso Estado poderemos observá-los e respeitá-los adequadamente.   Esses Princípios enunciam valores que devem irradiar-se de todos os atos da comunidade brasileira, sendo observados e respeitados por cada cidadão que a forma.  Somente assim pode-se alcançar a paz social tão desejada por todos.

Essa mesma Constituição que define Princípios também assegura a todos que aqui vivem certos Direitos Fundamentais, que são, na verdade, os direitos humanos, que protegem as pessoas contra abusos praticados por quem quer que seja.  Esses Direitos também devem ser compreendidos, para que possam ser adequadamente exercidos e respeitados.

Um desses Direitos Fundamentais é a Liberdade de Expressão.  Trata-se, sem dúvida alguma, de um dos mais importantes, que foi conquistado após muitos anos  ao longo da história mundial.  A Liberdade de expressão é protegida em todos os países civilizados nos quais a liberdade impera.
Por outro lado, a Constituição de nossa República, entre os mesmos Direitos Fundamentais, também estabelece ser “inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.  Trata-se de outro Direito Fundamental, tão importante quanto a liberdade de expressão.

Desta forma, não é permitido a ninguém, supostamente em nome da Liberdade de expressão, ferir crenças religiosas, utilizando de forma desrespeitosa símbolos sagrados para milhões de pessoas.

É fácil verificar que mesmo os Direitos Fundamentais são limitados por outros direitos fundamentais.  Resta claro que a Liberdade de expressão deve ser exercida de forma responsável, de modo que se respeitem os direitos alheios, porque todo o direito exercido de forma abusiva converte-se em um mal.

Atitudes que, em nome da Liberdade de expressão, excedem os limites morais e éticos geram o caos social, a vingança e o ódio entre as pessoas, ameaçando até mesmo a paz, como se tem assistido em conflitos entre culturas diferenciadas, com reflexos nas comunidades internacionais.

Lamentavelmente têm sido frequentes esses abusos praticados em nome da Liberdade de expressão. Muitas pessoas, em busca desesperada por alguns minutos de exposição na mídia desprezam os direitos alheios e os lançam por terra, enlameando vidas, culturas, valores e até mesmo a fé. Zombam, caricaturam e ridicularizam o que têm de mais sagrado nos corações de outras pessoas, almejando apenas ganhos pessoais. Alguns grupos fundamentalistas destroem verdadeiras obras de arte do passado em razão de suas atuais crenças. Assistimos aqui no Brasil a outros tipos de fundamentalismos. É muito sério o posicionamento desses grupos diante de valores e símbolos que nosso povo venera, e que fazem parte de nossa cultura.

Nosso Estado é laico, não tendo religião oficial ou oficiosa. Mas, como já visto, por ser um Estado Democrático de Direito, o Brasil assegura a liberdade de consciência, a profissão da própria fé, bem como a proteção ao culto e à liturgia, que abrange a proteção dos símbolos que marcam a crença de cada brasileiro. O Estado, ao consagrar em sua Constituição esses Direitos, tem o inafastável dever de protegê-los, assegurando a liberdade religiosa e o devido respeito para com seus símbolos.

Fato notório nestes dias ocorrido em um órgão de imprensa escrita: desrespeitou a fé religiosa e cultural de nossa formação pátria. A pretexto de comentar críticas a fatos ocorridos nos esportes, uma revista publicou o signo sagrado da cruz, que se ergueu soberana sobre o sangue dos mártires, nela substituindo a imagem do Filho de Deus que por nós deu a vida, como Cabeça de todos os mártires - na expressão de Santo Agostinho - pela de um atleta. Repudiamos o ocorrido que gerou dentro de todos os que professam a fé católica uma dor muito grande, ao ver um símbolo nosso profanado dessa forma.

Feriu-se também a mente e o coração de todos os que reconhecem os valores do Evangelho e das pessoas de bom senso e boa vontade. Poderíamos enumerar muitos outros fatos, como fotomontagens, charges ou escritos que têm ferido, última e constantemente, o sentimento cristão de nosso povo. Infelizmente este fato não foi o único que ocorreu nesses últimos tempos, em que também se vê a ridicularização da Palavra de Deus usada como galhofa nas representações cênicas, ou mesmo a tentativa de caracterização negativa da figura de um sacerdote e de outros representantes cristãos ou não.

Foi um longo caminho da humanidade até se chegar a este momento em que se assegura a igualdade de todos e o respeito às divergências. A sociedade não pode se calar diante de tais transgressões abusivas e desrespeitosas que disfarçadas de liberdade de expressão, aviltam o que é mais caro a outras pessoas, apenas para a satisfação de propósitos egoísticos.

Um órgão de imprensa, formador de opiniões através da análise dos fatos, até mesmo quando quer satirizar tem o dever primordial de fazê-lo criteriosamente. Há um provérbio milenar que pode servir como orientação a casos como o que a Revista quer expor, e que diz que “rindo se corrige os costumes”. Há muitos meios de se fazer uma brincadeira, um comentário alegre e até mesmo uma cobrança de atitudes, sem necessidade de ofender a quem quer que seja.

Pelo que se sabe, o responsável pela publicação teria tentado justificar-se nesse caso, dizendo que não tinha intenção de profanar o símbolo cristão. Mas, infelizmente, o fez e a publicação já percorre o País nesta semana, causando mal-estar a todos os que na cruz de Cristo reverenciam o seu amor. A veiculação da imagem não denotou criatividade alguma, e muito menos qualquer ousadia, sendo apenas inadequada, desrespeitosa e ofensiva.  Podemos afirmar que não se coaduna com a moral ou com a ética a veiculação de textos ou imagens que agridem e ofendem, com o propósito único de obter promoção.

Nestes tempos em que necessitamos dos valores morais e espirituais para o nosso povo cansado e angustiado por tantos escândalos acontecem esses lamentáveis fatos. A história deverá julgar os caminhos que estão sendo percorridos atualmente em nossa sociedade ocidental. Resta a certeza de contarmos com o apoio da sociedade, que tem compreendido que exemplos de mau jornalismo, que em razão de evidente falta de conteúdo buscam apenas polemizar, ao invés de informar, merecem apenas o esquecimento.

Em Nota Oficial, a nossa Conferência Episcopal (CNBB) pede a conscientização da Comunidade Cristã sobre o fato, a que deve repudiar e denunciar com os ideais evangélicos do respeito aos que erram e prosseguir no seu trabalho de evangelização, para que sejam sempre respeitados os direitos da pessoa e se possa viver na paz.
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro -  RJ

29º Domingo do Tempo Comum - Ano B – 21/10/2012


A liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum lembra-nos, mais uma vez, que a lógica de Deus é diferente da lógica do mundo.
Convida-nos a prescindir dos nossos projetos pessoais de poder e de grandeza e a fazer da nossa vida um serviço aos irmãos. É no amor e na entrega de quem serve humildemente os irmãos que Deus oferece aos homens a vida eterna e verdadeira.
A primeira leitura apresenta-nos a figura de um “Servo de Deus”, insignificante e desprezado pelos homens, mas através do qual se revela a vida e a salvação de Deus. Lembra-nos que uma vida vivida na simplicidade, na humildade, no sacrifício, na entrega e no dom de si mesmo não é, aos olhos de Deus, uma vida maldita, perdida, fracassada; mas é uma vida fecunda e plenamente realizada, que trará libertação e esperança ao mundo e aos homens.
No Evangelho, Jesus convida os discípulos a não se deixarem manipular por sonhos pessoais de ambição, de grandeza, de poder e de domínio, mas a fazerem da sua vida um dom de amor e de serviço. Chamados a seguir o Filho do Homem “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida”, os discípulos devem dar testemunho de uma nova ordem e propor, com o seu exemplo, um mundo livre do poder que escraviza.
Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus fala-nos de um Deus que ama o homem com um amor sem limites e que, por isso, está disposto a assumir a fragilidade dos homens, a descer ao seu nível, a partilhar a sua condição. Ele não Se esconde atrás do seu poder e da sua onipotência, mas aceita descer ao encontro homens para lhes oferecer o seu amor.

LEITURA I – Is 53,10-11
Leitura do Livro de Isaías
Aprouve ao Senhor esmagar o seu Servo pelo sofrimento. Mas, se oferecer a sua vida como vítima de expiação, terá uma descendência duradoira, viverá longos dias, e a obra do Senhor prosperará em suas mãos. Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará saciado. Pela sua sabedoria, o Justo, meu Servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades.
AMBIENTE
O nosso texto pertence ao “Livro da Consolação” do Deutero-Isaías (cf. Is 40-55). “Deutero-Isaías” é um nome convencional com que os biblistas designam um profeta anônimo da escola de Isaías, que cumpriu a sua missão profética na Babilônia, entre os exilados judeus. Estamos na fase final do Exílio, entre 550 e 539 a.C..
A missão do Deutero-Isaías é consolar os exilados judeus. Nesse sentido, ele começa por anunciar a iminência da libertação e por comparar a saída da Babilônia ao antigo êxodo, quando Deus libertou o seu Povo da escravidão do Egito (cf. Is 40-48); depois, anuncia a reconstrução de Jerusalém, essa cidade que a guerra reduziu a cinzas, mas à qual Deus vai fazer regressar a alegria e a paz sem fim (cf. Is 49-55).
No meio desta proposta “consoladora” aparecem, contudo, quatro textos (cf. Is 42,1-9; 49,1-13; 50,4-11; 52,13-53,12) que fogem um tanto a esta temática. São cânticos que falam de uma personagem misteriosa e enigmática, que os biblistas designam como o “Servo de Javé”: ele é um predilecto de Javé, a quem Deus chamou, a quem confiou uma missão profética e a quem enviou aos homens de todo o mundo; a sua missão cumpre-se no sofrimento e numa entrega incondicional à Palavra; o sofrimento do profeta tem, contudo, um valor expiatório e redentor, pois dele resulta o perdão para o pecado do Povo; Deus aprecia o sacrifício deste “Servo” e recompensá-lo-á, fazendo-o triunfar diante dos seus detractores e adversários.
Quem é este profeta? É Jeremias, o paradigma do profeta que sofre por causa da Palavra? É o próprio Deutero-Isaías, chamado a dar testemunho da Palavra no ambiente hostil do Exílio? É um profeta desconhecido? É uma figura coletiva, que representa o Povo exilado, humilhado, esmagado, mas que continua a dar testemunho de Deus no meio das outras nações? É uma figura representativa, que une a recordação de personagens históricas (patriarcas, Moisés, David, profetas) com figuras míticas, de forma a representar o Povo de Deus na sua totalidade? Não sabemos; no entanto, a figura apresentada nesses poemas vai receber uma outra iluminação à luz de Jesus Cristo, da sua vida, do seu destino.
O texto que nos é proposto é parte do quarto cântico do “servo de Javé”. Nele, porém, o “Servo” não fala; quem proclama este “cântico” parece ser um coro, que percebeu, no aparente sem sentido da vida do “Servo”, um profundo significado à luz da lógica de Deus.
MENSAGEM
A primeira parte do nosso texto (vers. 2-3) apresenta-nos o “Servo de Javé”. Não se diz quem é ele, quais são os seus pais, qual é a sua terra. É uma figura anônima, sem história, obscura, ignorada, insignificante à luz dos critérios humanos. Recorrendo à imagem vegetal, o profeta compara-o a uma raiz crescida no deserto, marcada pela aridez do ambiente circundante, sem beleza e sem características que atraiam o olhar ou a atenção dos homens (vers. 2). Mais: é uma figura desprezada e abandonada pelos homens, que vêem o seu sofrimento como um castigo de Deus e que tapam o rosto diante dele para não se contaminarem (vers. 3). Numa época em que o sofrimento é sempre visto como castigo pelo pecado, o notório sofrimento desse “Servo” devia aparecer, aos olhos dos seus concidadãos, como o castigo de Deus para faltas particularmente graves…
À luz dos critérios de avaliação usados pelos homens, o “Servo” é um fracassado, um vencido, um ser trágico, abandonado por Deus e desprezado pelos homens. Seguramente, ele nunca será contado entre os grandes, os vencedores, aqueles que têm um papel preponderante na construção do mundo e da história.
À luz da lógica de Deus, porém, a existência do “Servo” não é uma existência insignificante, perdida, sem sentido… O sofrimento que o atingiu ao longo de toda a existência não é num castigo de Deus por causa dos seus pecados pessoais, mas um sacrifício de reparação que justificará os pecados de muitos. A palavra “reparação” aqui utilizada pelo Deutero-Isaías é um termo cúltico por excelência. Refere-se a um ritual sacrifical através do qual o crente vétero-testamentário oferecia um animal em sacrifício e, por essa oferta, alcançava de Deus o perdão para os seus pecados. Ao dizer que o sofrimento do “Servo” é um sacrifício de reparação, o profeta está a dizer que esse sofrimento não é, nem um castigo, nem uma inutilidade; mas é um sofrimento que servirá para eliminar o pecado e para gerar vida nova para toda a comunidade do Povo de Deus (os muitos de que fala o texto). Ao abençoar o seu “Servo”, ao dar-lhe “uma posteridade duradoura”, uma “vida longa” (vers. 10) e a possibilidade de “ver a luz” (vers. 11), Deus garante a verdade e a autenticidade da vida do “Servo”.
Dito por outras palavras: o autor deste texto está convencido de que uma vida vivida na simplicidade, na humildade, no sacrifício, na entrega e no dom de si mesmo não é, aos olhos de Deus, uma vida maldita, perdida, fracassada; mas é uma vida fecunda e plenamente realizada, que trará libertação, verdade, esperança e amor ao mundo e aos homens.
Os primeiros cristãos, impressionados pela beleza e pela profundidade deste texto, utilizaram-no frequentemente para procurar compreender a figura de Jesus, que “morreu pela salvação do povo”. Em Jesus, esta enigmática figura do “Servo de Javé” alcançou o seu pleno significado.
ATUALIZAÇÃO
• O nosso texto mostra, uma vez mais, como os valores de Deus e os valores dos homens são diferentes. Na lógica dos homens, os vencedores são aqueles que tomam o mundo de assalto com o seu poder, com o seu dinheiro, com a sua ânsia de triunfo e de domínio, com a sua capacidade de impor as suas ideias ou a sua visão do mundo; são aqueles impressionam pela forma como vestem, pela sua beleza, pela sua inteligência, pelas suas brilhantes qualidades humanas… Na lógica de Deus, os vencedores são aqueles que, embora vivendo no esquecimento, na humildade, na simplicidade, sabem fazer da própria vida um dom de amor aos irmãos; são aqueles que, com as suas atitudes de serviço e de entrega, trazem ao mundo uma mais valia de vida, de libertação e de esperança. Qual destes dois modelos faz mais sentido para mim? Quando, no dia a dia, tenho de estabelecer as minhas prioridades e de fazer as minhas escolhas, deixo-me conduzir pela lógica de Deus ou pela lógica dos homens? Quem são as pessoas que eu admiro, que eu tenho como modelos, que me impressionam?
• Onde está Deus? Onde podemos encontrar o seu rosto, as suas propostas, os seus apelos e desafios? Apresentando-nos a figura desse “Servo” insignificante e desprezado pelos homens, mas através do qual se revela a vida e a salvação de Deus, o nosso texto lembra-nos que Deus, seguindo a sua lógica muito própria vem, tantas vezes, ao nosso encontro na pobreza, na pequenez, na simplicidade, na fragilidade, na debilidade… Conscientes desta realidade, poderemos perceber a presença de Deus a nosso lado nos pequenos gestos que todos os dias testemunhamos e que nos dão esperança, nas coisas simples e banais que nos enchem o coração de paz, nas pessoas humildes que o mundo despreza e marginaliza, mas que são capazes de gestos impressionantes de serviço, de partilha, de doação, de entrega… Não nos deixemos enganar: Deus não está naquilo que é brilhante, sedutor, majestoso, espampanante; Deus está na simplicidade do amor que se faz dom, serviço, entrega humilde aos irmãos.
• Qual o sentido do sofrimento? Porque é que há tantas pessoas boas, honestas, justas, generosas, que atravessam a vida mergulhadas na dor e no sofrimento? Trata-se de uma pergunta que fazemos frequentemente e que o autor do quarto cântico do “Servo” também punha a si próprio. A resposta que ele encontra é a seguinte: o sofrimento do justo não se perde; através dele, os pecados da comunidade são expiados e Deus dará vida e salvação ao seu Povo. Trata-se, sem dúvida, de uma resposta incompleta, parcial, não totalmente satisfatória; mas encontra-se já nesta resposta a convicção de que, nos misteriosos caminhos de Deus, o sofrimento pode ser uma dinâmica geradora de vida nova. Jesus Cristo demonstrará, com a sua paixão, morte e ressurreição, a verdade desta afirmação.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 32 (33)
Refrão: Desça sobre nós a vossa misericórdia,
 porque em Vós esperamos, Senhor.
A palavra do Senhor é reta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a retidão:
a terra está cheia da bondade do senhor.
Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.
A nossa alma espera o Senhor:
Ele é o nosso amparo e protetor.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor.

LEITURA II – Heb 4,14-16
Leitura da Epístola aos Hebreus
Irmãos: Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Jesus, Filho de Deus, permaneçamos firmes na profissão da nossa fé. Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, exceto no pecado. Vamos, portanto, cheios de confiança ao trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno.
AMBIENTE
Já vimos, nos domingos precedentes, que a Carta aos Hebreus se destina a comunidades cristãs em situação difícil, expostas a tribulações várias e que, por isso mesmo, estão fragilizadas, cansadas e desalentadas. Os crentes que compõem essas comunidades necessitam urgentemente de redescobrir o seu entusiasmo inicial, de revitalizar o seu compromisso com Cristo e de apostar numa fé mais coerente e mais empenhada.
Nesse sentido, o autor da “carta” apresenta-lhes o mistério de Cristo, o sacerdote por excelência, cuja missão é pôr os crentes em relação com o Pai e inseri-los nesse Povo sacerdotal que é a comunidade cristã. Uma vez comprometidos com Cristo, os crentes devem fazer da sua vida um contínuo sacrifício de louvor, de entrega e de amor. Desta forma, o autor oferece aos cristãos um aprofundamento e uma ampliação da fé primitiva, capaz de revitalizar a sua experiência de fé, enfraquecida pela hostilidade do ambiente, pela acomodação, pela monotonia e pelo arrefecimento do entusiasmo inicial.
O texto que nos é proposto está incluído na segunda parte da Carta aos Hebreus (cf. Heb 3,1-5,10). Aí, o autor apresenta Jesus como o sacerdote fiel e misericordioso que o Pai enviou ao mundo para mudar os corações dos homens e para os aproximar de Deus. Aos crentes pede-se que “acreditem” em Jesus – isto é, que escutem atentamente as propostas que Cristo veio fazer, que as acolham no coração e que as transformem em gestos concretos de vida.
MENSAGEM
Jesus é, para todos os crentes, o grande sumo-sacerdote que “atravessou os céus” para alcançar misericórdia para todos os crentes (vers. 14). A expressão “atravessou os céus” refere-se, naturalmente, à realidade da encarnação: Jesus, o Filho de Deus, veio ao encontro dos homens como sumo-sacerdote, a fim de eliminar o pecado que impedia a comunhão entre os homens e Deus e levar os homens ao encontro de Deus. Aqui evoca-se o esforço de Deus, através do seu Filho, no sentido de refazer uma comunidade de vida com os homens e de os reconduzir ao encontro da vida eterna e verdadeira.
Diante dessa ação incrível de Deus, fruto do seu amor pelo homem, os crentes devem responder com a fé – isto é, com a aceitação incondicional da proposta de Jesus (“conservemos firme a fé que professamos”). Aderir à proposta de Jesus é reentrar na comunhão com Deus, assumir-se como família de Deus, receber de Deus vida em abundância.
Apesar de ser Filho de Deus, Jesus, o sumo-sacerdote, não é, no entanto, um ser celestial estranho, incapaz de perceber os crentes na sua dramática luta de todos os dias, na sua fragilidade face à perseguição, na sua dificuldade em vencer o confronto com o egoísmo, a acomodação, a preguiça, a monotonia… Ele próprio foi submetido à mesma prova, conheceu a mordedura das mesmas tentações, experimentou as mesmas dificuldades. No entanto, Ele soube sempre manter-Se fiel a Deus e aos seus projetos, mostrando-nos que também nós podemos viver na fidelidade a Deus e às suas propostas (vers. 15).
Nós, os seguidores de Jesus, não estamos numa situação desesperada, apesar das nossas falhas e incoerências. Podemos e devemos aceitar a proposta de Jesus e dirigir-nos a Deus, na certeza de que seremos acolhidos por Ele como filhos muito amados. Graças a Jesus, o sumo-sacerdote que veio ao nosso encontro, que experimentou e entendeu a nossa fragilidade, que restabeleceu a comunhão entre nós e Deus, que nos leva ao encontro de Deus e que nos garante a sua misericórdia, estamos agora numa nova situação de graça e de liberdade. Podemos, com tranquilidade e confiança, sem qualquer medo, aproximar-nos desse “trono da graça” de onde brota a vida eterna e verdadeira. Esta certeza deve ajudar-nos e dar-nos esperança nos momentos mais dramáticos da nossa caminhada pela história (vers. 16).
ATUALIZAÇÃO
• Em total consonância com as outras leituras deste domingo, o autor da Carta aos Hebreus fala-nos de um Deus que ama o homem com um amor sem limites e que, por isso, está disposto a assumir a fragilidade dos homens, a descer ao seu nível, a partilhar a sua condição. Ele não se esconde atrás do seu poder, da sua autoridade, da sua importância, da sua onipotência; Ele não tem medo de perder a sua dignidade ou as suas prerrogativas divinas quando assume a pobreza, a fragilidade, a debilidade dos homens… Na lógica de Deus, o que é mais importante não é aquele que protege a sua autoridade e a sua importância através de barreiras intransponíveis, mas é aquele que é capaz de descer ao encontro dos últimos, dos desclassificados, dos marginalizados, dos sofredores, para lhes oferecer o seu amor. É esta a lógica de Deus – lógica que somos chamados a compreender, a assumir e a testemunhar.
• Os seguidores de Cristo são, naturalmente, convidados, a assumir o seu exemplo… Assim como Cristo, por amor, vestiu a nossa fragilidade e veio ao nosso encontro, também nós devemos – despindo-nos do nosso egoísmo, da nossa acomodação, da nossa preguiça, da nossa indiferença – ir ao encontro dos nossos irmãos, vestir as suas dores e fragilidades, fazer-nos solidários com eles, partilhar os seus dramas, lágrimas, sofrimentos, alegrias e esperanças. Não podemos, do alto da nossa situação cômoda, limpa, arrumada, decidir que não temos nada a ver com o sofrimento do mundo ou com a carência que aflige a vida de um nosso irmão. Somos sempre responsáveis pelos irmãos que conosco partilham os caminhos deste mundo, mesmo quando não os conhecemos pessoalmente ou mesmo que deles estejamos separados por fronteiras geográficas, históricas, étnicas ou outras.
• Ao assegurar-nos que nada temos a temer pois Deus ama-nos, quer integrar-nos na sua família e oferecer-nos vida em abundância, o nosso texto convida-nos a encarar a vida e os seus caminhos com serenidade e confiança. Os cristãos são pessoas serenas e com o coração em paz. Estão conscientes de que as suas fragilidades e debilidades não os afastam, nunca, de Deus e do seu amor.

ALELUIA – Mc 10,45
Aleluia. Aleluia.
O Filho do homem veio para servir
e dar a vida pela redenção de todos.

EVANGELHO – Mc 10,35-45
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te  vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?» Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?» Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».
AMBIENTE
Continuamos a percorrer, com Jesus e com os discípulos, o caminho para Jerusalém. Marcos observa que, nesta fase, Jesus vai à frente e os discípulos seguem-n’O “cheios de temor” (cf. Mc 10,32). Haverá aqui alguma má vontade dos discípulos, por causa das últimas polêmicas e das exigências radicais de Jesus? Este “temor” resultará do fato de Jesus se aproximar do seu destino final, em Jerusalém, destino que o grupo não aprova? Seja como for, Jesus continua a sua catequese e, mais uma vez (é a terceira, no curto espaço de poucos dias), lembra aos discípulos que, em Jerusalém, vai ser entregue nas mãos dos líderes judaicos e vai cumprir o seu destino de cruz (cf. Mc 10,33-34). Desta vez, não há qualquer reação dos discípulos.
Já observamos, no passado domingo, que o caminho percorrido por Jesus e pelos discípulos é, além de um caminho geográfico, também um caminho espiritual. Durante esse caminho, Jesus vai completando a sua catequese aos discípulos sobre as exigências do Reino e as condições para integrar a comunidade messiânica. A resposta dos discípulos às propostas que Jesus lhes vai fazendo nunca é demasiado entusiasta.
O texto que nos é proposto desta vez demonstra que os discípulos continuam sem perceber – ou sem querer perceber – a lógica do Reino. Eles ainda continuam a raciocinar em termos de poder, de autoridade, de grandeza e vêem na proposta do Reino apenas uma oportunidade de realizar os seus sonhos humanos.
MENSAGEM
Na primeira parte do nosso texto (vers. 35-40), apresenta-se a pretensão de Tiago e de João, os filhos de Zebedeu, no sentido de se sentarem, no Reino que vai ser instaurado, “um à direita e outro à esquerda” de Jesus. A questão nem sequer é apresentada como um pedido respeitoso; mas parece mais uma reivindicação de quem se sente com direito inquestionável a um privilégio. Certamente Tiago e João imaginam o Reino que Jesus veio propor de acordo com Dn 7,13-14 e querem assegurar nesse Reino poderoso e glorioso, desde logo, lugares de honra ao lado de Jesus. O fato mostra como Tiago e João, mesmo depois de toda a catequese que receberam durante o caminho para Jerusalém, ainda não entenderam nada da lógica do Reino e ainda continuam a refletir e a sentir de acordo com a lógica do mundo. Para eles, o que é importante é a realização dos seus sonhos pessoais de autoridade, de poder e de grandeza.
Uma vez mais Jesus vê-se obrigado a esclarecer as coisas. Em primeiro lugar, Jesus avisa os discípulos de que, para se sentarem à mesa do Reino, devem estar dispostos a “beber o cálice” que Ele vai beber e a “receber o batismo” que Ele vai receber. O “cálice” indica, no contexto bíblico, o destino de uma pessoa; ora, “beber o mesmo cálice” de Jesus significa partilhar esse destino de entrega e de dom da vida que Jesus vai cumprir. O “receber o mesmo batismo” evoca a participação e imersão na paixão e morte de Jesus (cf. Rom 6,3-4; Col 2,12). Para fazer parte da comunidade do Reino é preciso, portanto, que os discípulos estejam dispostos a percorrer, com Jesus, o caminho do sofrimento, da entrega, do dom da vida até à morte. Apesar de Tiago e João manifestarem, com toda a sinceridade, a sua disponibilidade para percorrer o caminho do dom da vida, Jesus não lhes garante uma resposta positiva à sua pretensão… Jesus evita associar o cumprimento da missão e a recompensa, pois o discípulo não pode seguir determinado caminho ou embarcar em determinado projeto por cálculo ou por interesse; de acordo com a lógica do Reino, o discípulo é chamado a seguir Jesus com total gratuidade, sem esperar nada em troca, acolhendo sempre como graças não merecidas os dons de Deus.
Na segunda parte do nosso texto (vers. 41-45), temos a reação dos discípulos à pretensão dos dois irmãos e uma catequese de Jesus sobre o serviço.
A reação indignada dos outros discípulos ao pedido de Tiago e de João indica que todos eles tinham as mesmas pretensões. O pedido de Tiago e de João a Jesus aparece-lhes, portanto, como uma “jogada de antecipação” que ameaça as secretas ambições que todos eles guardavam no coração.
Jesus aproveita a circunstância para reiterar o seu ensinamento e para reafirmar a lógica do Reino. Começa por recordar-lhes o modelo dos “governantes das nações” e dos grandes do mundo (vers. 42): eles afirmam a sua autoridade absoluta, dominam os povos pela força e submetem-nos, exigem honras, privilégios e títulos, promovem-se à custa da comunidade, exercem o poder de uma forma arbitrária… Ora, este esquema não pode servir de modelo para a comunidade do Reino. A comunidade do Reino assenta sobre a lei do amor e do serviço. Os seus membros devem sentir-se “servos” dos irmãos, apostados em servir com humildade e simplicidade, sem qualquer pretensão de mandar ou de dominar. Mesmo aqueles que são designados para presidir à comunidade devem exercer a sua autoridade num verdadeiro espírito de serviço, sentindo-se servos de todos. Excluindo do seu universo qualquer ambição de poder e de domínio, os membros da comunidade do Reino darão testemunho de um mundo novo, regido por novos valores; e ensinarão os homens que com eles se cruzarem nos caminhos da vida a serem verdadeiramente livres e felizes.
Como modelo desta nova atitude, Jesus propõe-Se a Si próprio: Ele apresenta-Se como “o Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos” (vers. 45). De fato, toda a vida de Jesus pode ser entendida em chave de amor e serviço. Desde o primeiro instante da encarnação, até ao último momento da sua caminhada nesta terra, Ele pôs-se ao serviço do projeto do Pai e fez da sua vida um dom de amor aos homens. Ele nunca Se deixou seduzir por projetos pessoais de ambição, de poder, de domínio; mas apenas quis entregar toda a sua vida ao serviço dos homens, a fim de que os homens pudessem encontrar a vida plena e verdadeira.
O fruto da entrega de Jesus é o “resgate” (“lytron”) da humanidade. A palavra aqui usada indica o “preço” pago para resgatar um escravo ou um prisioneiro. Atendendo ao contexto, devemos pensar que o resgate diz respeito à situação de escravidão e de opressão a que a humanidade está submetida. Ao dar a sua vida (até à última gota de sangue) para propor um mundo livre da ambição, do egoísmo, do poder que escraviza, Jesus pagou o “preço” da nossa libertação. Com Ele e por Ele nasce, portanto, uma comunidade de “servos”, que são testemunhas no mundo de uma ordem nova – a ordem do Reino.
ATUALIZAÇÃO
• No centro deste episódio está Jesus e o modelo que Ele propõe, com o exemplo da sua vida. A frase “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos” (Mc 10,45) resume admiravelmente a existência humana de Jesus… Desde o primeiro instante, Ele recusou as tentações da ambição, do poder, da grandeza, dos aplausos das multidões; desde o primeiro instante, Ele fez da sua vida um serviço aos pobres, aos desclassificados, aos pecadores, aos marginalizados, aos últimos. O ponto culminante dessa vida de doação e de serviço foi a morte na cruz – expressão máxima e total do seu amor aos homens. É preciso que tenhamos a consciência de que este valor do serviço não é um elemento acidental ou acessório, mas um elemento essencial na vida e na proposta de Jesus… Ele veio ao mundo para servir e colocou o serviço simples e humilde no centro da sua vida e do seu projeto. Trata-se de algo que não pode ser ignorado e que tem de estar no centro da experiência cristã. Nós, seguidores de Jesus, devemos estar plenamente conscientes desta realidade.
• O episódio que nos é hoje proposto como Evangelho mostra, contudo, a dificuldade que os discípulos têm em entender e acolher a proposta de Jesus. Para Tiago, para João e para os outros discípulos, o que parece contar é a satisfação dos próprios sonhos pessoais de grandeza, de ambição, de poder, de domínio. Não os preocupa fazer da vida um serviço simples e humilde a Deus e aos irmãos; preocupa-os ocupar os primeiros lugares, os lugares de honra… Jesus, de forma simples e direta, avisa-os de que a comunidade do Reino não pode funcionar segundo os modelos do mundo. Aqui não há meio-termo: quem não for capaz de renunciar aos esquemas de egoísmo, de ambição, de domínio, para fazer da própria vida um serviço e um dom de amor, não pode ser discípulo desse Jesus que veio para servir e para dar a vida.
• Ao apresentar as coisas desta forma, o nosso texto convida-nos a repensar a nossa forma de nos situarmos, quer na família, quer na escola, quer no trabalho, quer na sociedade. A instrução de Jesus aos discípulos que o Evangelho deste domingo nos apresenta é uma denúncia dos jogos de poder, das tentativas de domínio sobre aqueles que vivem e caminham a nosso lado, dos sonhos de grandeza, das manobras patéticas para conquistar honras e privilégios, da ânsia de protagonismo, da busca desenfreada de títulos, da caça às posições de prestígio… O cristão tem, absolutamente, de dar testemunho de uma ordem nova no seu espaço familiar, colocando-se numa atitude de serviço e não numa atitude de imposição e de exigência; o cristão tem de dar testemunho de uma nova ordem no seu espaço laboral, evitando qualquer atitude de injustiça ou de prepotência sobre aqueles que dirige e coordena; o cristão tem sempre de encarar a autoridade que lhe é confiada como um serviço, cumprido na busca atenta e coerente do bem comum…
• Na comunidade cristã encontramos também, com muita frequência, a tentação de nos organizarmos de acordo com princípios de poder, de autoridade, de predomínio, à boa maneira do mundo. Sabemos, pela história, que sempre que a Igreja tentou esses caminhos, afastou-se da sua missão, deu um testemunho pouco credível e tornou-se escândalo para tantos homens e mulheres bem intencionados… Por outro lado, testemunhamos todos os dias, nas nossas comunidades cristãs, como os comportamentos prepotentes criam divisões, rancores, invejas, afastamentos… Que não restem dúvidas: a autoridade que não é amor e serviço é incompatível com a dinâmica do Reino. Nós, os seguidores de Jesus, não podemos, de forma alguma, pactuar com a lógica do mundo; e uma Igreja que se organiza e estrutura tendo em conta os esquemas do mundo não é a Igreja de Jesus.
• Na nossa sociedade, os primeiros são os que têm dinheiro, os que têm poder, os que frequentam as festas badaladas nas revistas da sociedade, os que vestem segundo as exigências da moda, os que têm sucesso profissional, os que sabem colar-se aos valores politicamente corretos… E na comunidade cristã? Quem são os primeiros? As palavras de Jesus não deixam qualquer dúvida: “quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos”. Na comunidade cristã, a única grandeza é a grandeza de quem, com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos. Na comunidade cristã não há donos, nem grupos privilegiados, nem pessoas mais importantes do que as outras, nem distinções baseadas no dinheiro, na beleza, na cultura, na posição social… Na comunidade cristã há irmãos iguais, a quem a comunidade confia serviços diversos em vista do bem de todos. Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir, de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu.
• A atitude de serviço que Jesus pede aos seus discípulos deve manifestar-se, de forma especial, no acolhimento dos pobres, dos débeis, dos humildes, dos marginalizados, dos sem direitos, daqueles que não nos trazem o reconhecimento público, daqueles que não podem retribuir-nos… Seremos capazes de acolher e de amar os que levam uma vida pouco exemplar, os marginalizados, os estrangeiros, os doentes incuráveis, os idosos, os difíceis, os que ninguém quer e ninguém ama?

Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)