Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

segunda-feira, 25 de março de 2013

NOMEAÇÕES DE NOVOS CÔNEGOS


Depois de ouvir o Cabido Metropolitano, em sua reunião extraordinária no dia 14 deste mês de março, tendo em vista a comemoração dos 265 anos do Cabido de Mariana, criado em 1748, pelo primeiro Bispo, Dom Frei Manoel da Cruz, e de acordo com seu Estatuto, atualizado em 08 de dezembro de 1985, por Dom Oscar de Oliveira, em conformidade com os cânones 503-510 do Código de Direito Canônico, o Senhor Arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha nomeou as quatro tradicionais dignidades, evocando os primórdios do Cabido de Mariana, a saber: Arcediago: Mons. Celso Murilo Sousa Reis, Arcipreste: Mons. Caetano Cenaque Piovezzani, Chantre: Mons. Roberto Natali Starlino, Tesoureiro-mor: Mons. Flávio Carneiro Rodrigues; Cônego Penitenciário da igreja catedral (cf. cânon 508§1): Cônego Jadir Trindade Lemos; Cônego titular: Pe. Nedson Pereira de Assis; Cônegos honorários: Pe. Geraldo Francisco Leocádio, Pe. Lauro Sérgio Versiani Barbosa, Pe. Luiz Carlos César Ferreira Carneiro e Pe. Tarcísio Sebastião Moreira. A promulgação dessas nomeações foi feita na Missa da Unidade, na Sé de Mariana, na manhã deste sábado, dia 23 de março. Na ocasião, Dom Geraldo proferiu a seguinte homilia:
Neste ano, esta celebração da Missa da Unidade vem marcada por acontecimentos que, em tom profético, repercutem na Igreja e no mundo: o gesto humilde e corajoso de Bento XVI ao renunciar o exercício do ministério petrino e a eleição do Papa Francisco como Bispo de Roma e Sumo Pontífice. Além disso, a celebração de hoje está emoldurada pelo Ano da Fé, estabelecido pelo Papa Bento XVI para comemorar o jubileu de ouro da abertura do Concilio Vaticano II e o vigésimo aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica.
O Santo Padre Francisco, em seu discurso no encontro com os Delegados Fraternos, no último dia 20, referindo-se à celebração do Ano da Fé, assim se expressou: “O meu venerável predecessor Bento XVI, com intuição verdadeiramente inspirada, com esta iniciativa, que desejo continuar e espero seja de estímulo para o caminho de fé de todos. Ele quis assinalar o 50º aniversário do Concílio Vaticano II, propondo uma espécie de peregrinação em direção ao que para cada cristão representa o essencial, isto é, a relação pessoal e transformante com Jesus Cristo, o filho de Deus, morto e ressuscitado para nossa salvação. O coração da mensagem conciliar resite exatamente no desejo de anunciar este tesouro perenemente válido da fé aos homens e mulheres de nosso tempo”.
Como os ouvintes da sinagoga de Nazaré, também nós temos “os olhos fixos” (Lc 4,20) na figura extraordinária e fascinante do Senhor Jesus. Com os lábios, o coração e a vida, queremos proclamar, com novo vigor e renovado ardor as palavras do Apocalipse há pouco proclamadas: Jesus Cristo “é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dos mortos, o soberano dos reis da terra. Ele é o Alfa e o Ômega, aquele que é, que era e que vem, o Todo-Poderoso” (Ap 1,5.8).
Em Jesus, cumprem-se plenamente as palavras, por ele mesmo repetidas, escritas pelo profeta Isaías. Ungido pelo Espírito, ele vem “anunciar a Boa-nova aos pobres; proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; libertar os oprimidos e proclamar um ano da graça do Senhor”(Lc 4,18). Que este Ano da Fé seja, pois, para todos nós um “ano da graça do Senhor”.
Na Carta Apostólica Porta Fidei, Bento XVI afirma: “Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que se beneficiou a Igreja no século XX. Nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa».
Pela vivência da fé, assumida em atitudes concretas de serviço a todos, especialmente aos pobres, abertos ao diálogo com crentes e não-crentes, anunciando Jesus Cristo e sua mensagem, em testemunho de comunhão fraterna é que nós cristãos proclamaremos para o mundo: “hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (Lc 4,21).
Amados irmãos no ministério sacerdotal,
Celebrando antecipadamente o dia da instituição do sacerdócio ministerial, agradecido pela preciosa ajuda que recebo de cada um dos irmãos presbíteros no pastoreio desta querida Igreja Particular de Mariana, dirijo-lhes minha palavra afetuosa e minha saudação fraterna. Ao término desta celebração, desejo cumprimentar e abraçar pessoalmente cada um dos irmãos presbíteros para manifestar-lhes meu apreço e meu reconhecimento pela dedicação generosa de cada um no serviço ao povo santo de Deus confiado aos seus cuidados pastorais.
Amados irmãos e irmãs no sacerdócio batismal,
Jesus Cristo fez de nós um reino e sacerdotes para Deus o Pai” (Ap 1,6) ouvimos há pouco na segunda leitura. Pela graça do Batismo, todos nós nos tornamos participantes do sacerdócio de Cristo Jesus. Somos um povo sacerdotal!
Iluminadoras são as palavras de Bento XVI em sua Carta Apostólica já mencionada: “A renovação da Igreja realiza-se também por meio do testemunho prestado pela vida daqueles que creem: de fato, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra da verdade que o Senhor Jesus nos deixou /…/. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada, mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».
Caríssimos jovens,
Neste ano em que vocês foram o tema da Campanha da Fraternidade, em vista da celebração da Jornada Mundial da Juventude, a se realizar no Rio de Janeiro, no próximo mês de julho, guardem no coração e coloquem em prática na vida as belas palavras do Papa Francisco: “Caminhemos à luz do Senhor (Is 2, 5). Trata-se da primeira coisa que Deus disse a Abraão: ‘caminha na minha presença e sê irrepreensível’. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando paramos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua promessa”.
Maria, Mãe de Jesus, sustente, com sua contínua proteção, os nossos passos, sobretudo quando o caminho se torna árduo e o cansaço se faz sentir mais pesadamente.

Missa do Crisma e da Unidade abre as celebrações da Semana Santa na arquidiocese


A Arquidiocese de Mariana abre neste sábado, dia 22, as cerimônias religiosas da Semana Santa com a celebração da Missa do Crisma e da Unidade.
A Celebração Eucarística presidida pelo arcebispo metropolitano, dom Geraldo Lyrio Rocha e concelebrada pelos padres da arquidiocese será realizada às 10 horas, na Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, no Centro Histórico de Mariana.
Na ocasião, dom Geraldo fará a bênção dos santos óleos que serão utilizados ao longo do ano pelas paróquias. Além de contar com a presença de todo o clero arquidiocesano, esta celebração também terá a presença da comunidade paroquial, demais fiéis e de jovens enviados por todas as paróquias.
À noite, a partir das 19 horas, será realizada a Via Sacra, saindo da Catedral Basílica para a igreja de São Pedro, contando com a participação dos jovens de diversos grupos da paróquia.

terça-feira, 19 de março de 2013

O Sacramento da Penitência


A Igreja possui sete sacramentos, ou seja, sinais sagrados visíveis e eficazes da graça divina. Destes sete, dois, de forma especial, estão ligados mais estritamente ao perdão dos pecados: o batismo e a penitência. 
Através deles, o Senhor Ressuscitado continua perdoando e santificando os homens, os admitindo a sua comunhão. Segundo o Compêndio do Catecismo, na pergunta 297, “Cristo instituiu o sacramento da penitência para a conversão dos batizados que se afastaram dele pelo pecado”. Assim, os batizados, precisam conhecer e celebrar este sacramento para voltarem a viver próximos de Jesus após o pecado.

Os diversos nomes deste sacramento
Este sacramento possui muitos nomes em virtude da riqueza de experiências vividas nele. Quando ele é chamado “da Penitência”, se coloca a ênfase na prática da contrição, do arrependimento pelas atitudes pecaminosas e das práticas de satisfação. Pode se chamar “da Conversão”, mostrando a vontade de afastar-se do caminho do pecado e de retornar ao caminho de Deus. É nomeado, ainda, como “da Confissão” porque em sua celebração o penitente confessa diante do sacerdote seus pecados. Outro nome dado a ele é “do Perdão” porque pela absolvição sacramental se consegue a paz e a absolvição das faltas. Também é conhecido como “da Reconciliação”, pois enfatiza a relação de amizade retomada com Deus.

O Sacramento da Penitência na Sagrada Escritura
Olhando a missão de Jesus, nos evangelhos, podemos ver que Ele veio para anunciar a conversão (Mc 1,15), para perdoar os pecados (Mt 9,6) e para chamar os pecadores ao discipulado (Mc 2,17). A entrega da sua vida na Cruz foi entendida como o grande sacrifício de amor para a remissão dos pecados (Mt 26,27-28). Esta mesma missão de perdoar os pecados, o Senhor confiou a sua Igreja por intermédio de seus apóstolos (Jo 20,23). Assim, podemos ver na Igreja apostólica o exercício deste ministério quando os apóstolos anunciam a conversão, o discipulado e efetuam, pelo poder de Cristo, o perdão dos pecados (At 3,19.26; 10,43; 13,38). A prática de confessar os pecados e rezar pelos penitentes também aparece no texto de Tg 5,16. 

O Sacramento da Penitência na História
Os estudiosos nos mostram que nestes vinte séculos de exercício do ministério do perdão, a Igreja se utilizou de quatro formas para melhor conduzir o pecador ao arrependimento, à conversão e à reconciliação com Deus. A penitência canônica (do século segundo ao sexto) era celebrada em três momentos: confissão dos pecados ao bispo, a prática de obras penitenciais e a reconciliação. A penitência tarifada (do século sétimo ao 12) constava de três momentos: a confissão, a reconciliação e a obra penitencial aplicada pelo confessor. É nesta segunda fase que se multiplicou a possibilidade de se confessar. Antes só se podia celebrar a penitência uma única vez após o batismo. A penitência de confissão (do séc. 13 ao 107) fez recair a ênfase na acusação da consciência, atrita ou contrita, diante do confessor. 

O Sacramento da Penitência 
A quarta fase é a atual. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos apresenta as fases do sacramento: a contrição ou a atrição; a confissão dos pecados diante do ministro; e a satisfação. Para celebrar o sacramento da reconciliação, é necessário ter sido batizado e ter cometido pecado. O exame de consciência auxilia o cristão a averiguar quais pensamentos, palavras, atos e omissões o levaram a pecar. É diante desta consciência que nasce a contrição (uma dor da alma e detestação do pecado cometido, com uma resolução de não mais pecar) ou a atrição (se dá pela consciência de ter cometido uma falta contra Deus, com o propósito de emenda). 

A segunda parte do sacramento é a confissão destes pecados ao sacerdote. A consciência do pecador, devidamente examinada, oferece a matéria para o perdão. Na celebração se recomenda a leitura da Sagrada Escritura para iluminar a ação salvadora de Deus sobre o penitente. Após a acusação de si, o ministro vai impor uma penitência. Esta deve visar sempre à reparação dos atos cometidos e o restabelecimento da ordem ferida pelo pecado. Assim, a terceira parte é o cumprimento da penitência posta pelo confessor. O sacramento é devidamente celebrado quando estas três etapas (arrependimento, confissão e prática penitencial) são vividas.

Para aprofundar...
Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC, do número 1422 até 1498; o Compêndio do Catecismo, da pergunta 296 a 312; e, o Youcat, da pergunta 224 até a 239.

Pe. Vitor Gino Finelon
Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese
Mater Ecclesiae e Luz e Vida

segunda-feira, 18 de março de 2013

“Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão”, disse o papa Francisco durante sua primeira oração do Angelus



Uma multidão de mais de 150 mil pessoas lotou a Praça São Pedro e todas as ruas vizinhas, para assistir e rezar junto com o papa a sua primeira oração do Angelus, neste domingo, 17 de março. Francisco apareceu na janela de seu apartamento para rezar e abençoar os fiéis, turistas e romanos.
Desde as primeiras horas do dia, o movimento já era grande. Toda a área foi interditada ao tráfico e ao estacionamento. Francisco fez um discurso informal, falando de improviso e apenas em italiano.
Ele saudou com as mãos e com um grande sorriso, recebendo em troca aplausos e muito entusiasmo. A popularidade do papa Francisco tem aumentado a cada dia desde que se tornou, na quarta-feira 13, o primeiro papa latino-americano da história. Chegou ao balcão com o seu modo simples, os braços ao longo do corpo e a mão direita ao alto, saudando o povo. “Bom dia!” – foram as suas primeiras palavras.
Lembrando o episódio da mulher adúltera que Jesus salva da condenação, Francisco ressaltou o valor e a importância da misericórdia e do perdão nos dias de hoje: “Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão. Temos de aprender a ser misericordiosos com todos”, afirmou.
Antes disso, Francisco disse que estava contente de estar com os fiéis domingo, “dia do Senhor, dia de se cumprimentar, de se encontrar e conversar, como aqui, agora, nesta Praça, uma praça que graças à mídia, é do tamanho do mundo!”.
A propósito da leitura evangélica, Francisco encorajou os fiéis citou a atitude de Jesus, que não desprezou nem condenou a adúltera, mas disse apenas palavras de amor e misericórdia, que convidavam à conversão. “Vocês já pensaram na paciência que Deus tem com cada um de nós? É a sua misericórdia: Ele nos compreende, nos recebe, não se cansa de nos perdoar se soubermos voltar a Ele com o coração arrependido. É grande a misericórdia do Senhor!”.
Dando andamento ao discurso, o papa citou um livro lido nestes dias sobre a misericórdia, de autoria do Cardeal Walter Kasper, “um ótimo teólogo”. “O livro faz entender que a palavra ‘misericórdia’ muda tudo; torna o mundo menos frio e mais justo” – disse, ressalvando que com isso “não quer fazer publicidade ao livro do cardeal”. Depois, completou lembrando o Profeta Isaias, que afirma que “se nossos pecados fossem vermelho escarlate, o amor de Deus os tornaria brancos, como a neve”.
Sem ler um texto preparado, Francisco contou à multidão um fato de quando era bispo, em 1992, e uma senhora de mais de 80 anos, muito simples (uma ‘vovó’, ele disse) quis se confessar com ele. Diante de sua surpresa, a idosa lhe disse “Nós todos temos pecados! Se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria…!”. De seu balcão, Francisco brincou com os fiéis arriscando que a senhora “havia estudado na Universidade Gregoriana de Roma”.
Telões foram montados em toda a área para transmitir as imagens do papa, enquanto helicópteros sobrevoavam o centro de Roma, Francisco continuava seu discurso: “É, o problema é que nós nos cansamos de pedir perdão a Deus. Invoquemos a intercessão de Nossa Senhora, que teve em seus braços a misericórdia de Deus em pessoa, no menino Jesus”.
O bispo de Roma, que é argentino, lembrou ainda que as origens da sua família são italianas, sublinhando, no entanto, que “nós fazemos parte de uma família maior, a família da Igreja, que caminha unida no Evangelho”.
Despedindo-se dos fiéis, Francisco disse palavras ainda mais simples: “Bom domingo e bom almoço!”.

Papa Francisco encontra com os jornalistas


No encontro com os profissionais de imprensa neste sábado, 16, o papa Francisco disse que, no Conclave, logo após sua eleição, ouviu de dom Claudio Hummes: “não se esqueça dos pobres”. O comentário do arcebispo emérito de São Paulo, seu grande amigo, o ajudou a escolher o nome de Francisco.
Papa Francisco foi ovacionado pelo público. Sentou-se em sua cadeira no centro do palco e ouviu a saudação do Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, o arcebispo Claudio Maria Celli.
Em seguida, leu um breve discurso, agradecendo todos pelo precioso serviço realizado nos dias passados, na cobertura do Conclave e em sua eleição.
“Vocês trabalharam!” – exclamou, recebendo um imediato aplauso. Disse ainda que a Igreja e a mídia estão juntas para comunicar a verdade, a bondade e a beleza: “Todos nós somos chamados a comunicar esta tríade, essencial”.
Papa Francisco quis explicar porque “o Bispo de Roma quis se chamar Francisco”. E contou, de modo informal, que a seu lado, no Conclave, estava sentado o arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, “um grande amigo, grande amigo”.
“Quando a coisa ficou “mais perigosa” – prosseguiu – ele me confortava, e quando os votos chegaram a dois terços, momento em que há o aplauso habitual porque o papa é eleito – ele me abraçou, me beijou e disse “não se esqueça dos pobres”.
“Aquela palavra entrou aqui – disse, indicando a cabeça – ‘os pobres, os pobres’. Aí, pensei em Francisco de Assis e depois, nas guerras. E Francisco é o homem da paz, o homem que ama e tutela a Criação… neste momento em que nosso relacionamento com o meio-ambiente não é tão bom, né?”.
Francisco é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre… “Ai, como gostaria de uma Igreja pobre e pelos pobres!”.
Depois de saudar pessoalmente alguns jornalistas, o papa Francisco concluiu, em espanhol:
“Disse que lhes daria a minha benção de coração. Muitos de vocês não pertencem à Igreja Católica, outros não crêem. Concedo minha benção, de coração, no silêncio, a cada um de vocês, respeitando a consciência de todos, mas sabendo que cada um de vocês é filho de Deus. Que Deus os abençoe”.

Programação da Semana Santa em Mariana


Divulgada a programação da Semana Santa 2013 de Mariana. As paróquias Nossa Senhora da Assunção e Sagrado Coração de Jesus disponibilizam a programação completa da Semana Santa na cidade de Mariana que contará com a presença do arcebispo metropolitano de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha nas cerimônias realizadas na Catedral Basílica, praças e procissões que irão percorrer as ruas do Centro Histórico da cidade.
A seguir, confira a programação completa através dos links a seguir:
PROGRAMAÇÃO DA SEMANA SANTA 2013
MARIANA

Papa Francisco celebra sua primeira missa com os cardeais na Capela Sistina



O papa Francisco presidiu nesta quinta-feira, dia 14, a missa de conclusão do Conclave que o elegeu. A celebração foi realizada na Capela Sistina. Restrita aos cardeais eleitores e às pessoas que trabalharam no Conclave, a missa foi transmitida ao vivo por emissoras de rádio, televisão e sites de internet em todo o mundo.
As leituras da Missa – pro Ecclesia, pela Igreja, incluem um texto de Isaías (2,2-5) em que o profeta anuncia tempos de paz, em que serão transformadas em foices as espadas. A segunda leitura, da primeira Carta de São Pedro, recorda Cristo como pedra angular. Finalmente, o Evangelho (Mt 16, 13-19) contém a profissão de fé de Pedro, em Cesareia de Filipo e a promessa de Jesus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas dos infernos não prevalecerão”.
“Caminhar, edificar, professar Jesus Cristo crucificado” foi a ideia central da primeira homilia do papa Francisco. Ele convidou os presentes a “caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com irrepreensibilidade”.
“Quando não se confessa Jesus, confessa-se a mundanidade do diabo”, alertou. A celebração, vista como o primeiro momento em que o papa apresenta o seu “programa”, contou em 2005 com uma homilia em latim de Bento XVI, mas o papa Francisco optou por falar em italiano, sem qualquer texto.

terça-feira, 12 de março de 2013

Missa de abertura do Conclave é realizada na manhã desta terça



A Basílica de São Pedro, no Vaticano, ficou lotada na manhã desta terça-feira, 12, para a missa pro Eligendo Pontifice, presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, Card. Angelo Sodano. Em sua homilia, Sodano renovou a gratidão de toda a Igreja ao “amado e venerado Pontífice Bento XVI”. E recordou a intenção desta Missa, ou seja, “implorar do Senhor que mediante a solicitude pastoral dos Padres Cardeais queira em breve conceder outro Bom Pastor à sua Santa Igreja”.
Comentando as leituras do dia, o Decano falou primeiramente sobre a mensagem de amor de Deus – mensagem que se realiza plenamente em Jesus, vindo ao mundo para tornar presente o amor do Pai pelos homens. É um amor que se faz notar particularmente no contato com o sofrimento, a injustiça, a pobreza, com todas as fragilidades do homem, tanto físicas quanto morais.
“É este amor que impele os Pastores da Igreja a realizar a sua missão de serviço aos homens de todos os tempos, do serviço caritativo mais imediato até o serviço mais alto, o serviço de oferecer aos homens a luz do Evangelho e a força da graça.”   A seguir, o Card. Sodano falou da mensagem de unidade. O Apóstolo São Paulo ensina-nos que também todos nós devemos colaborar para edificar a unidade da Igreja, porque para realizá-la é necessária “a colaboração de cada conexão, segundo a energia própria de cada membro” (Ef 4,16). “Todos nós, portanto, somos chamados a cooperar com o Sucessor de Pedro, fundamento visível de tal unidade eclesial.”
Essa cooperação levou o Decano a falar sobre a missão do Papa: a atitude fundamental de todo bom Pastor é dar a vida por suas ovelhas (cfr Jo 10,15). Isto vale, sobretudo, para o Sucessor de Pedro, Pastor da Igreja universal. Porque quanto mais alto e mais universal é o ofício pastoral, tanto maior deve ser a caridade do Pastor.
No sulco deste serviço de amor pela Igreja e pela humanidade inteira, recordou, os últimos Pontífices foram artífices de muitas iniciativas benéficas também para os povos e a comunidade internacional, promovendo sem cessar a justiça e a paz. Rezemos para que o futuro Papa possa continuar esta incessante obra em nível mundial, disse o Card. Sodano, que concluiu:   “Meus irmãos, rezemos a fim de que o Senhor nos conceda um Pontífice que realize com coração generoso tal nobre missão. É o que Lhe pedimos por intercessão de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos, e de todos os Mártires e Santos que ao longo dos séculos deram glória a esta igreja de Roma.”
Com a Missa Pro Eligendo Pontefice, abriu-se oficialmente o Conclave. Desde as 7h (3h de Brasília), os 115 cardeais eleitores começaram a se acomodar na Casa Santa Marta, dentro do Vaticano, onde ficarão hospedados durante toda a duração das votações. Cada um terá seu quarto – os aposentos foram definidos por sorteio.   Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, os cardeais devem seguir às 15h45 (11h45 no horário de Brasília) para o palácio apostólico. Depois, às 16h20 (12h20 em Brasília), seguirão em procissão da Capela Paulina para a Capela Sistina. O rito será transmitido ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português.
Os cardeais entram na capela, ocupam seus lugares e fazem o juramento previsto na Constituição Apostólica. O Cardeal Giovanni Batista Re, decano do conclave (por ser o mais idoso dos cardeais-bispos) fará uma introdução em latim.   Depois, cada um dos cardeais vai ao centro da capela, e com a mão sobre o Evangelho, profere o juramento, também em latim. Então, a capela é fechada pelo Mestre das Celebrações Pontifícias, Mons. Guido Marini, que intima “Extra omnes”. Antes de todos os que não participam do conclave deixarem a Capela Sistina, o Cardeal Prosper Grech, 87 anos, maltês, propõe a última meditação aos cardeais eleitores. Em seguida, começam as votações.
O cronograma prevê que a operação termine às 19h15 (15h15 em Brasília) e retornem para a Casa Santa Marta às 19h30 (15h30 em Brasília). Às 20h (16 horas em Brasília), será servido o jantar. Padre Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa, disse que “dificilmente” o nome do novo Papa deve sair na primeira votação, nesta tarde.
A partir de quarta-feira, 13, serão feitas duas votações pela manhã e duas à tarde, até um dos candidatos receber mais de dois terços dos votos. As cédulas serão queimadas apenas uma vez por período e a previsão é que a fumaça seja expelida pela chaminé da Capela Sistina às 12h e às 19 horas (8h e 15 horas em Brasília).
Fonte: CNBB

segunda-feira, 4 de março de 2013

Roma – Quais serão os próximos caminhos da Igreja?



Muitas são as perguntas feitas por católicos e não católicos durante estes dias, após a renúncia do Papa emérito Bento 16. Algumas frequentes são: O Papa podia fazer isso? Como fica a Igreja agora? O que é a Sé Vacante? Como se dá a escolha do novo Papa? E tantas outras. Este pequeno artigo visa apresentar pistas diante destas inquietações e buscar entender melhor a organização da Igreja.
O bem-aventurado João Paulo II escreveu uma Constituição Apostólica, um documento, chamado UniversiDominiGregis, que apresenta, realça o bispo de Roma, o Pontífice, como o pastor supremo da Igreja. O referido documento tem como objetivo oferecer à Igreja as normas que devem ser observadas durante a Sé Vacante. Mas o que vem a ser a Sé Vacante? É o período de tempo em que a Igreja de Roma, está sem o seu bispo, ou seja, é período que em a Igreja Católica não tem um papa a frente de seu governo. Por motivo de morte ou de renúncia.
Muitas pessoas ficaram admiradas com a postura do Papa emérito Bento 16 em renunciar e se questionavam: ele podia fazer isso? Sim. Ele podia fazer isso. O documento que rege as leis da Igreja, o Código de Direito Canônico, prevê em seu cânone 332 §2 esta possibilidade: “Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie a seu múnus, para a validade se requer que a renúncia seja livremente feita e devidamente manifestada, mas não que seja aceita por alguém.” Can. 332 §2. Assim foi feito o Papa emérito, em pleno uso de sua razão e de sua liberdade comunicou aos cardeais reunidos de consistório no dia 11 de fevereiro e sendo ele o supremo legislador, não precisa ter a sua renúncia aceita por nenhum outro.
Enquanto a Sé Apostólica estiver Vacante, o governo da Igreja é confiado ao Colégio Cardinalício, mas somente para assuntos ordinários e essenciais. Para tal governo se constitui as Congregações, grupos de cardiais que estarão a frente dos assuntos de interesse da Igreja. Duas Congregações são assim constituídas: uma Geral, que conta com a presença de todos os cardeais já presentes em Roma e uma segunda Congregação, particular, que conta com a presença do Camerlengo e outros três cardeias, sendo que estes três a cada três dias são mudados, por sorteio, permanecendo o Camerlengo. O camerlengo é o cardeal responsável por administrar a Igreja interinamente.
As Congregações gerais que antecedem o Conclave são chamadas preparatórias, devem realizar-se diariamente. Uma das finalidades desta Congregação é fazer uma profunda análise da realidade eclesial e ao mesmo tempo levar os cardeais eleitores, inspirados pelo Espírito Santo, a um maior e profundo discernimento sobre as exigências da Igreja e um nome que possa conduzi-la. Nesta segunda-feira, 04 de março, tem inicio as Congregações para o próximo Conclave.
Participam do Conclave, ou seja, da eleição do novo Papa, todos os cardeais com menos de 80 anos e o número máximo de eleitores não deve superar 120 cardeais. No conclave que está por iniciar, 117 cardeais teriam direito a voto, mas dois já disseram da impossibilidade de estarem em Roma, deixando assim, o número de eleitores em 115.
Quando começará realmente o conclave? O documento UniversiDominiGregis, prevê 15 – 20 dias após a Sé vacante, mas este intervalo de tempo pode ser mudado. Um dos últimos documentos emanados do Papa emérito Bento 16 foi um MotuProprio, onde ele prevê que diante do comparecimento de todos os cardeais com direito a voto, em Roma, este tempo ficaria, a critério de decisão da Congregação Geral. Tudo indica que para este Conclave, o tempo de 15 – 20 dias não será observado, será um tempo menor, porque quase todos os cardeais com direito a voto já estão em Roma, seguindo assim o Motu Proprio de Bento 16.
O Conclave terá inicio com uma solene celebração litúrgica, Missa votiva pro eligendo Papa. Em seguida os cardeais se dirigem à Capela sistina em um cortejo cantando o VeniCreator, Vinde Espírito Santo. As portas da Capela Sistina são fechadas e efetivamente se começa o Conclave, a eleição do novo Papa.
Após o início efetivo do Conclave os Cardeais presentes na Capela Sistina permanecem “isolados” do mundo externo, não é permitido nenhum tipo de contato, telefones, internet, escritos … O Conclave acontece sob juramento de sigilo. Não é permitido aos cardeais comentarem nada daquilo que diz respeito à eleição do Romano Pontífice.
A eleição se dá por escrutínio, voto direto, mas sigiloso. Para que um Papa seja eleito é preciso de 2/3 dos votos. Se realmente comparecerem ao Conclave 115 cardeais será necessário no mínimo 77 votos para que o Papa seja eleito. “O escrutínio desenrola-se em três fases, a primeira das quais – designada pré-escrutínio – compreende: 1) a preparação e a distribuição das fichas pelos Cerimoniários, que entregarão ao menos duas ou três a cada um dos Cardeais eleitores; 2) a extração à sorte entre todos os Cardeais eleitores de três Escrutinadores, três encarregados de ir recolher os votos dos doentes – aqui designados por razões de brevidade Infirmarii -, e três Revisores; esse sorteio é feito em público pelo último Cardeal Diácono, o qual extrairá sucessivamente os nove nomes daqueles que deverão desempenhar tais funções; 3) se, na extração dos Escrutinadores, Infirmarii e Revisores, saírem nomes de Cardeais eleitores que, por doença ou outro motivo, se achem impedidos de desempenhar tais funções, sejam extraídos para o seu lugar os nomes de outros não impedidos. Os primeiros três extraídos farão o papel de Escrutinadores, os três seguintes de Infirmarii, e os outros três de Revisores .”
Em seguida os escrutinadores devem fazer a apuração dos votos se ninguém tiver conseguido dois terços dos votos nessa votação, o Papa não foi eleito; se, pelo contrário, resultar que alguém obteve os dois terços, verificou-se a eleição do Romano Pontífice canonicamente válida.
Depois de efetuada canonicamente a eleição, o último dos Cardeais Diáconos chama o Secretário do Colégio dos Cardeais e o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias; em seguida, o Cardeal Decano, ou o primeiro dos Cardeais segundo a ordem e os anos de cardinalato, em nome de todo o Colégio dos eleitores, pede o consenso do eleito com as seguintes palavras: Aceitas a tua eleição canónica para Sumo Pontífice? E, uma vez recebido o consenso, pergunta-lhe: Como queres ser chamado? Então o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, na função de Notário e tendo por testemunhas dois Cerimoniários, que serão chamados naquele momento, redige um documento com a aceitação do novo Pontífice e o nome por ele assumido.
Durante os escrutínios, a comunicação com o mundo externo é feito por um sinal bem visível e conhecido de todos nós, a fumaça. Após cada escrutínio as cédulas, com os votos são queimadas. Quando a eleição não atinge os 2/3 de votos é adicionado um produto químico nas cédulas para que a coloração da fumaça expelida da Capela Sistina seja negra, escura. Quando é alcançado os 2/3 é adicionado um produto que faz com que a fumaça expelida seja branca, este sinal visível comunica ao mundo a eleição do novo Romano Pontífice. Um outro sinal é o som dos sinos da Basílica Vaticana. Que comunicam assim o fim da Sé Vacante.
Vivemos um momento único na vida da Igreja. Momento de mudanças, mas sobre tudo momentos de mantermos viva a fé e a esperança. Desde já nos coloquemos em oração por nossos cardais, para que realmente guiados pelo Espírito Santo, possam eleger aquele que melhor poderá guiar a Igreja, ajudando-nos a superar os ventos contrários e mantendo viva a certeza que é o próprio Cristo que a Conduz.

Pe. Anderson Eduardo de Paiva
Mestrando em Direito Canônico
Pontíficia Universidade Gregoriana de Roma
Colégio Pio Brasileiro