Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Santo Padre Francisco: um sim à vida, à família e ao matrimônio


O Santo Padre Francisco: um sim à vida, à família e ao matrimônio / Arqrio
Padre Jorge Lutz

No dia 19 de Setembro, 16 revistas jesuítas no mundo todo publicaram uma nova e extensa entrevista com o Santo Padre Francisco, feita pelo Pe. Antonio Spadaro, SJ, diretor da revista La Civiltà Cattolica ─ uma publicação jesuíta que é revisada pela Secretaria de Estado do Vaticano – que foi publicada em espanhol e foi apresentada pela revista “Razón y Fe”.
O Santo Padre Francisco nos fala dele, de porque se tornou Jesuíta e do que significa para um jesuíta ser Papa. Na entrevista nos fala também da vida na Companhia de Jesus, sua espiritualidade e missão, e de “como a Companhia deve ter sempre diante de si a procura da glória de Deus sempre maior”. Com muito carinho nos fala do Povo Santo de Deus e diz que “a imagem da Igreja de que gosto é a do povo santo e fiel de Deus”. Também aborda temas da sua experiência de governo, da importância de “sentir com a Igreja”, da importância da mulher, da doutrina moral da Igreja e das realidades mais interiores e profundas do ser humano. O Papa compartilha como reza e quanto é importante ter esperança na vida.
Infelizmente o conteúdo desta entrevista tem sido manipulado por diferentes meios de comunicação, apresentando o Santo Padre, como alguém que está contra da luta pela vida, e pró-família, concretamente em temas como o aborto e a homossexualidade e o papel da mulher na Igreja. Os comentários do Santo Padre aparecem especialmente dentro do parágrafo: “Igreja, hospital de campanha?” Onde o Santo Padre, longe de justificar estas ideologias contra a vida e a família, tenta nos alentar a entender quão importante é hoje “curar as feridas”, aproximando-nos das pessoas com verdadeira misericórdia.
Diante da pergunta de como devem ser as pastorais com os homossexuais e da segunda união, o Papa Francisco diz que “temos que anunciar o Evangelho em todas as partes, pregando a Boa Notícia do Reino e curando, também com a nossa pregação, todo tipo de ferida e qualquer doença. Em Buenos Aires, disse, recebeu cartas de pessoas homossexuais que são verdadeiros feridos sociais, porque me dizem que sentem que a Igreja sempre os condenou. Mas a Igreja não pode fazer isso. Durante o vôo em que retornava do Rio, disse que se uma pessoa homossexual tem boa vontade e procura Deus, quem sou eu para julgá-la? Ao dizer isto eu disse o que diz o Catecismo. A religião tem direito de expressar suas próprias opiniões a serviço das pessoas, mas Deus na criação nos fez livres, não é possível uma ingerência espiritual na vida pessoal”. Aqui quando o Papa se refere à vida pessoal, se refere a todo ser humano e seu interior, e em nenhum momento fala de pessoas homossexuais ou lésbicas como diz a mídia de forma tendenciosa.
O Papa lembrou também que “uma vez, uma pessoa, para me provocar, perguntou- me se eu aprovava a homossexualidade. Eu então respondi para ela com outra pergunta: ‘Diga-me se Deus, quando olha para uma pessoa homossexual, aprova sua existência com afeto ou a rejeita e a condena? ’ Há que se ter sempre em consideração a pessoa. Aqui entramos no Mistério do ser humano. Nesta vida Deus acompanha as pessoas e é nosso dever acompanhá-las a partir de sua condição. Há que se acompanhar com misericórdia. Quando acontece assim, o Espírito Santo inspira ao sacerdote as palavras oportunas”
O Santo Padre também falou “que esta é a grandeza da confissão, que avalia cada caso, onde se pode discernir o que é o melhor para uma pessoa que busca a Deus e sua graça. O confessionário não é um lugar de tortura, e sim aquele lugar da misericórdia em que o Senhor nos conduz para fazer o melhor que possamos. Estou pensando na situação de uma mulher que tem o peso do fracasso matrimonial em que aconteceu também um aborto. Depois disso a mulher casou-se novamente e agora vive em paz com cinco filhos. O aborto pesa-lhe enormemente e ela está sinceramente arrependida. Gostaria de retomar a vida cristã. O que faz o confessor?” Isto para nada é justificar o aborto, ir contra o matrimônio ou favorecer o divorcio.
O Papa Francisco afirma também que “não podemos seguir insistindo só em questões referentes ao aborto, ao matrimônio homossexual e ao uso de anticoncepcionais. É impossível.  Eu já falei muito destas coisas e recebi reclamações, mais ao falar destas coisas tem-se que se falar no seu contexto. Além do mais já conhecemos a opinião da Igreja e Eu sou filho da Igreja, e não é necessário estar falando destas coisas sem parar... O anúncio missionário concentra-se no essencial, no que é necessário, que por outra parte é o que mais apaixona e atrai e faz arder o coração... a proposta evangélica deve ser mais simples, mais profunda e irradiante. Só desta proposta depois surgem as conseqüências morais”. Os meios de comunicação têm informado de forma ambígua e mal intencionada que o Papa critica uma obsessão da Igreja nestes temas, mais o que o Papa Francisco tem feito é simplesmente com abertura, simplicidade e de forma direta e humilde deixar clara a doutrina da Igreja, que brota da pregação do Amor e da Misericórdia de Cristo e que devem se expressar numa autêntica pastoral para nossa época.
Todo este tema do Aborto se esclarece ainda mais com a firme postura do Santo Padre frente a cultura do descartável, que busca a eliminação dos seres humanos mais fracos. No discurso que fez aos ginecologistas católicos participantes do encontro promovido pela Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos, pronunciado em 20 de Setembro deste ano, o Papa disse que “nossa resposta a esta mentalidade é um SIM decidido e sem vacilações à vida, que sempre é sagrada é inviolável”. Este discurso tem ainda muita importância, diante da manipulação que alguns meios de comunicação seculares estão fazendo da entrevista do Santo Padre.
O Papa Francisco toca outros temas apaixonantes em sua entrevista. Para iluminar mais a nossa formação e não deixar que a mídia secular nos manipule, acho adequado abordar o tema da mulher. Longe de toda ideologização e com muita clareza no tema sobre a mulher e sua função e missão na Igreja, nos diz o Papa que “é necessário ampliar os espaços de uma presença feminina mais incisiva na Igreja... As mulheres têm colocado perguntas profundas que devem ser tratadas. A Igreja não pode ser ela própria sem a mulher e o seu papel. A mulher, para Igreja, é imprescindível. Maria, uma mulher, é mais importante que os bispos. Digo isto, porque não se deve confundir a função com a dignidade. É necessário aprofundar melhor a figura da mulher na Igreja. É preciso trabalhar mais para fazer uma teologia profunda da mulher. Só realizando esta etapa se poderá refletir melhor sobre a função da mulher no interior da Igreja. O gênio feminino é necessário nos lugares em que se tomam as decisões importantes. O desafio hoje é exatamente esse: refletir sobre o lugar específico da mulher”.
É o Santo Padre quem nos desafia e nos diz na entrevista: “Sonho com uma Igreja Mãe e Pastora... Em vez de ser apenas uma Igreja que acolhe e recebe, tendo as portas abertas, procuramos mesmo ser uma Igreja que encontra novos caminhos, que é capaz de sair de si mesma e ir ao encontro de quem não a freqüenta; de quem a abandonou ou lhe é indiferente... Mas é necessário audácia, coragem”.
Façamos a nossa parte e, como o Papa Francisco diz, trabalhemos por “procurar e encontrar Deus em todas as coisas... Devemos caminhar juntos: o povo, os Bispos e o Papa.

Leia a íntegra da entrevista

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Papa: “Paixão de Cristo e a doçura de Maria nos ajudam a viver o Evangelho”


“A humanidade sofredora” de Jesus e a “doçura” de Maria. São os dois polos sobre os quais o cristão deve se concentrar para conseguir viver o que pede o Evangelho. Foi o que disse o Papa na homilia da manhã desta quinta-feira, 12 de setembro, presidida na Casa Santa Marta.
Evangelho é exigente, pede atitudes fortes para um cristão: capacidade de perdoar, magnanimidade, amor pelos inimigos... Há um único modo para conseguir colocá-lo em prática: contemplar a Paixão, a humanidade de Jesus, e imitar o comportamento de sua Mãe. E a Nossa Senhora, de quem hoje a Igreja festeja o “Santo Nome”, o Papa Francisco dedicou o primeiro pensamento da homilia. Antigamente, disse ele, a festa de hoje era comemorada como o “doce Nome de Maria”. A definição mudou, mas permanece a doçura do seu nome”:
“Precisamos da doçura hoje de Nossa Senhora para entender essas coisas que Jesus nos pede, não? Porque é uma lista que não é fácil de viver. Amar os inimigos, fazer o bem, fazer sem esperar nada em troca, oferecer a outra face... coisas fortes que, a seu modo, foram vividas por Nossa Senhora... é a graça da humildade e da mansidão.”
Para 
nos preparar para realizar esses gestos, disse o Papa, não podemos contar somente com o nosso esforço, mas com uma graça: Pensar em Jesus. Sóisso. Se o nosso coração, a nossa mente está com Jesus, o triunfador, aquele que venceu a morte, o pecado, o demônio, tudo, podemos fazer o que ele nos pede. Mas se não olharmos para Ele, se não estivermos com Ele, nada podemos. É uma graça: a graça que vem da contemplação de Jesus.
Em especial, prosseguiu Francisco, há um aspecto da vida de Jesus para a qual a contemplação do cristão deve se voltar: a sua Paixão, a sua “humanidade sofredora”: “Pensar no seu silêncio humilde: este será nosso esforço. Ele fará todo o resto. Ele fará tudo o que falta. Não existe outra estrada. É a única. Para sermos bons cristãos, é preciso contemplar a humanidade de Jesus e a humanidade sofredora. Para perdoar, para não odiar o próximo, para não fofocar contra o próximo, contemplemos Jesus sofredor. Vivamos nossa vida com Cristo em Deus: este é o conselho que nos dá o apóstolo Paulo. É o conselho para nos tornar humildes, mansos, bons, magnânimos e ternos.”
* Foto: Rádio Vaticano
12/09/2013 11:07 - Atualizado em 12/09/2013 14:36 
Por: Rádio Vaticano

"A alegria de Deus é perdoar"


Cidade do Vaticano (RV) - Qual é a alegria de Deus? Foi o que perguntou o Papa Francisco na manhã deste domingo, 15 de setembro, antes de rezar a Oração mariana do Angelus na Praça São Pedro, cheia de fiéis apesar da chuva que caia sobre a Cidade Eterna. A resposta do Santo Padre foi imediata: “é perdoar, a alegria de Deus é perdoar! É a alegria de um pastor que reencontra a sua ovelha; a alegria de uma mulher que reencontra a sua moeda; é a alegria de um pai que recolhe em casa, o filho que estava perdido, estava morto, e voltou à vida. Aqui está todo o Evangelho, todo o Cristianismo! O Papa disse isso recordando que na liturgia deste domingo, lemos o capítulo 15 do Evangelho de Lucas, que contém as três parábolas da misericórdia: a da ovelha perdida, a da moeda perdida, e depois a mais longa de todas as parábolas, típico de Lucas, a do pai e dos dois filhos, o filho "pródigo" e o filho que acredita ser o justo, o santo. Todas estas três parábolas falam da alegria de Deus, da misericórdia de Deus.
“Mas olhem que não é sentimento, não é “ser bonzinho”! Pelo contrário, a misericórdia é a verdadeira força que pode salvar o homem e o mundo do “câncer” que é o pecado, o mal moral, espiritual. Só o amor preenche os espaços vazios, os abismos negativos que o mal abre no coração e na história”.
Jesus é todo misericórdia, todo amor: é Deus feito homem. Cada um de nós é a ovelha perdida, a moeda perdida; cada um de nós é o filho que desperdiçou sua liberdade seguindo ídolos falsos, ilusões de felicidade, e perdeu tudo. Mas Deus não se esquece de nós, o Pai nunca nos abandona. Respeita a nossa liberdade, mas permanece sempre fiel. E quando voltarmos a Ele, nos acolhe como filhos, em sua casa, porque ele não pára nunca, nem por um momento, de nos esperar, com amor. E o seu coração está em festa por cada filho que retorna.
“Qual é o perigo? Que supomos ser justos, e julgamos os outros. Julgamos também Deus, porque pensamos que deveria punir os pecadores, condená-los à morte, em vez de perdoar. Então, sim, corremos o risco de ficar fora da casa do Pai! Como o irmão mais velho da parábola, que, em vez de ficar feliz porque seu irmão voltou, fica com raiva do pai, que o acolheu e faz festa. Se no nosso coração, não há misericórdia, a alegria do perdão, não estamos em comunhão com Deus, mesmo se observamos todos os preceitos, porque é o amor que salva, não só a prática dos preceitos. É o amor a Deus e ao próximo, que realiza todos os mandamentos”.
E o Papa pediu então que os fiéis reunidos na Praça São Pedro rezassem em silêncio por aquela pessoa com a qual se desentenderam. “Eu peço uma coisa agora – disse -, em silêncio, todos, vamos pensar, cada um pense a uma pessoa com a qual se desentendeu, que não nos faz estar bem”. “Vamos pensar naquela pessoa e em silêncio vamos rezar por ela e assim nos tornaremos misericordiosos com ela”.
Se vivermos de acordo com a lei "olho por olho, dente por dente", jamais sairemos da espiral do mal, continuou o Papa Francisco. O Maligno é inteligente, e nos ilude que com a nossa justiça humana podemos nos salvar e salvar o mundo. Na realidade, somente a justiça de Deus pode nos salvar! E a justiça de Deus se revelou na Cruz: a Cruz é o julgamento de Deus sobre todos nós e sobre este mundo. Mas como Deus nos julga?
Dando a vida por nós! Eis o ato supremo de justiça que derrotou, uma vez por todas, o Príncipe deste mundo; e esse ato supremo de justiça é também ato supremo de misericórdia. Jesus chama todos a seguirem este caminho: "Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso" (Lc 6:36).
Após o Angelus o Papa Francisco recordou que neste sábado, na Argentina, foi proclamado Bem-aventurado José Gabriel Brochero, um sacerdote da diocese de Córdoba, que nasceu em 1840 e faleceu em 1914. Impulsionado pelo amor de Cristo, dedicou-se inteiramente ao seu rebanho, para conduzir todos ao Reino de Deus com imensa misericórdia e zelo pelas almas. Ele estava com o povo, e procurava levar muitos aos exercícios espirituais. No final da vida, ficou cego e leproso, mas cheio de alegria, da alegria do Bom Pastor!
Gostaria de unir-me à alegria da Igreja na Argentina pela beatificação deste pastor exemplar, que percorreu incansavelmente com uma mula, os caminhos áridos de sua paróquia, procurando casa por casa, as pessoas a ele confiadas para levá-las a Deus. Peçamos a Cristo, por intercessão do novo Beato, que se multipliquem os sacerdotes que, imitando Brochero, entreguem as suas vidas ao serviço da evangelização, de joelhos diante do Crucifixo, como também testemunhando em todos os lugares o amor e a misericórdia Deus.
O Papa lembrou ainda que neste domingo, em Turim, norte da Itália se conclui a Semana Social dos católicos italianos, sobre o tema "Família, esperança e futuro para a sociedade italiana." “Saúdo todos os participantes e congratulo-me pelo grande compromisso que existe na Igreja na Itália para com as famílias e pelas famílias, e isso é também um forte estímulo para as instituições e para todo o país. Coragem! Continuem neste caminho!” Concluiu o Papa.


* Foto: Rádio Vaticano