Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mariana celebra centenário de nascimento de Dom Oscar de Oliveira

                                                                                          
Nesta segunda-feira, dia 9 de janeiro, a Arquidiocese de Mariana (MG) celebra o nascimento de Dom Oscar de Oliveira, que esteve à frente da Arquidiocese no período de 1960 a 1988. Nascido na cidade de Entre Rios de Minas cumpriu de modo exemplar seu apostolado episcopal em Mariana.
Para bem exaltar o momento, logo mais, às 18h30, será celebrada missa em sua homenagem na Catedral da Sé. Presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Geraldo Lyrio Rocha, a celebração eucarística contará com a presença de boa parte do clero arquidiocesano, familiares e de vários outros convidados.
É extensa a lista de benfeitorias que a arquidiocese ficou devendo à operosa administração de Dom Oscar. Entre elas, aprontou duas novas dioceses (Itabira e São João Del Rei), criou cerca de 30 paróquias, sagrou e benzeu uma centena de igrejas e altares, construiu o prédio do seminário Menor, Comunidade da Filosofia onde funciona a FAM (Faculdade Dom Luciano Mendes de Almeida), escolas e hospitais em expressivo número, a cripta na Catedral, onde ainda ressuscitou o belo órgão de Dom Frei Manoel da Cruz, abriu quatro novos museus, instituiu a Gráfica e Editora Dom Viçoso, expandiu o Evangelho pelos ares com a Rádio Emissora de Congonhas, fez circular semanalmente o jornal “O Arquidiocesano”, ensinou como professor e escritor, foi um dos padres conciliares do Vaticano II, visitou regularmente as paróquias, crismou milhares de fiéis, ordenou seis bispos e uma centena de padres, soube ser amigo do seu clero e do seu povo.
Depois de tanta fadiga apostólica, neste volumoso e fecundo apostolado, Dom Oscar usufruiu digno e merecido descanso em sua amada terra natal, como arcebispo emérito, onde faleceu no dia 24 de fevereiro de 1997.
Para mais informações sobre as comemorações em homenagem aos cem anos do nascimento de Dom Oscar, entre em contato com a paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Mariana, através do telefone (31) 3557-1216.


Tributo a Dom Oscar de Oliveira
Há 50 anos, retornava à sua diocese natal Dom Oscar de Oliveira, para assumir como bispo coadjutor do arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, com direito a sucessão. O momento delicado, principalmente pelo receio de magoar a quem deu tanto de si por esta Igreja Particular, promovendo uma grande obra de evangelização, como o fez Dom Helvécio, aquele momento delicado mereceu de Dom Oscar uma cautela especial, sem descuidar das transformações que previam-nas inevitáveis doravante, fossem pelas alterações culturais e sociais que o mundo atravessava, fossem pelo prenúncio de um novo tempo, com a convocação do Concílio Ecumênico, que fizera o Beato João XXIII na solenidade da Conversão de São Paulo naquele ano.

À sua diocese natal retornava Dom Oscar de Oliveira cheio de planos, com o ardor missionário acendrado, disposto a continuar a obra daquele a quem acompanharia até os seus derradeiros dias, findo o seu combate. De volta à sua casa, o prelado entrerriense conhecia bem a seara que o aguardava e, sem nenhum temor, confiante na graça de Deus e na intercessão de Maria - como, aliás, já trazia em seu brasão expressa a máxima do Abade de Claraval, “Ipsa Duce” – imediatamente colocou-se a peregrinar pela vasta arquidiocese primaz de Minas, reencontrando-se com seus colegas, conhecendo de perto a realidade de cada paróquia e as necessidades de cada comunidade. No ano seguinte, após o falecimento de seu predecessor, a 25 de abril de 1960, Dom Oscar assume a cátedra marianense.

As instabilidades que assombravam aquele momento, não apenas no meio eclesiástico, mas em todos os setores, contudo não prejudicaram o ministério do novo arcebispo de Mariana. E quando tentaram impor-lhe alguma pecha que não condizia com sua conduta, logo se via nele o lídimo sucessor dos Apóstolos, primando pela missão de conduzir sua Igreja Particular à unidade com a Igreja Católica, constituindo um só rebanho e um só pastor a caminho da Jerusalém Celeste.

Exerceu especial zelo na reorganização dos seminários e fomentou a Obra das Vocações Sacerdotais. Preparou a criação de duas dioceses sufragâneas e erigiu novas paróquias. Construiu um novo prédio para o Seminário Menor, escolas, faculdades e hospitais. Na Sé, reuniu os restos mortais dos bispos de Mariana na cripta que fez construir no subsolo do templo e conseguiu a restauração do bicentenário órgão de tubos. Não se descurou da formação do clero. Nas visitas pastorais, nos retiros anuais, reuniões das foranias, bem como pelos temas abordados semanalmente em seus artigos em “O Arquidiocesano”, traçava sempre as linhas-mestras para o constante aperfeiçoamento de seu presbitério, atentando-o da missão do sacerdote no mundo hodierno e das atualizações necessárias, consonantes com as orientações pós-conciliares.

Dom Oscar destacou-se, também, no cuidado para com o acervo histórico da arquidiocese, alertando sobre sua importância e orientando sobre a sua preservação. Abriu museus, organizou o arquivo eclesiástico, reunindo na Cúria os livros de registros paroquiais, evitando que desaparecessem. Teve atenção para com os veículos de comunicação, reconhecendo-os como valiosos auxiliares no processo de evangelização, através da Rádio Difusora de Congonhas e do jornal “O Arquidiocesano”, fundando a Gráfica Dom Viçoso, que também comemora seus 50 anos em 2009.

Escritor apreciado e sensível poeta, publicou diversos livros, além de artigos em jornais e revistas. Foi recebido pela Academia Mineira de Letras e pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Instituto Histórico de Minas Gerais e de São Paulo, além de outras instituições congêneres.

Cumprindo a uma disposição canônica, Dom Oscar renunciou ao governo da arquidiocese, ao completar 75 anos de idade, sendo substituído por Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, que tomou posse a 28 de maio de 1988. Dom Oscar retirou-se para sua terra natal, Entre Rios de Minas, onde faleceu a 24 de fevereiro de 1997.

“Et erit in pace memória ejus”. Na cripta da Sé Catedral de Mariana descansam os restos mortais de Dom Oscar de Oliveira, à espera da feliz ressurreição no Senhor. Seu nome, no entanto, pompeia rutilante na lembrança de tantos que o evocam como lídimo pastor, dedicado cura das almas, cultor do belo, mecenas das artes, glória fúlgida do episcopado brasileiro “cuja memória permanecerá em paz” pelos séculos futuros, pelo bem que fez neste mundo.

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