Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Martírio de São Joao Batista


Com satisfação lembramos a santidade de São João Batista que, pela sua vida e missão, foi consagrado por Jesus como o último e maior dos profetas: "Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista...De fato , todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar." (Mt 11,11-14)

Filho de Zacarias e Isabel, João era primo de Jesus Cristo, a quem "precedeu" como um mensageiro de vida austera, segundo as regras dos nazarenos.

São João Batista, de altas virtudes e rigorosas penitências, anunciou o advento do Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzí-lo ao cumprimento da profecia do Anjo a seu respeito: "Pois ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho, nem bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe. Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus: e ele mesmo caminhará à sua frente..." ( Lc 1, 15)

São João Batista desejava que todos estivessem prontos para acolher o Mais Forte por isso, impelido pela missão profética, denunciou o pecado do governador da Galileia: Herodes, que escandalosamente tinha raptado Herodíades - sua cunhada - e com ela vivia como esposo.

Preso por Herodes Antipas em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto, aconteceu que a filha de Herodíades (Salomé) encantou o rei e recebeu o direito de pedir o que desejasse, sendo assim, proporcionou o martírio do santo, pois realizou a vontade de sua vingativa mãe: "Quero que me dês imediatamente num prato, a cabeça de João, o Batista" (Mc 6,25)

Desta forma, através do martírio, o Santo Precursor deu sua vida e recebeu em recompensa a Vida Eterna reservada àqueles que vivem com amor e fidelidade os mandamentos de Deus.

São João Batista, rogai por nós!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Dia do Catequista: instruir na fé é ministério sagrado


No último domingo de agosto, este ano 26, a Igreja comemora o Dia do Catequista, que, de fato, é em 28 de agosto. Celebrar o catequista é sempre motivo de alegria e de reflexão mais profunda sobre a doação deste católico que, na Igreja, abraça com zelo a sua vocação e missão para com a sociedade.

O catequista é, sobretudo, aquele que responde a uma vocação específica: a de alcançar os corações dos filhos e filhas de Deus e despertá-los para a consciência do Cristo. E, como em toda vocação, o chamado a ser catequista não é algo pessoal, é iniciativa de Deus. Deus convoca o homem a assumir a sua vocação, recebida no batismo, de ser profeta — aquele que fala em nome de Deus e da comunidade a que pertence.

Catequista, conforme a raiz da palavra catequese, que vem do grego Katechein — que quer dizer fazer eco — é aquele que se coloca a serviço da Palavra, que se deixa usar por Deus como um instrumento para que a Palavra ecoe. É este indivíduo que, hoje, tão fundamental à iniciação cristã, atende à “tarefa verdadeiramente primordial da missão da Igreja”, conforme as palavras do Beato João Paulo II.

Com a certeza de que educar é mandato sublime, em qualquer área do conhecimento humano, mas instruir na fé é ministério sagrado, o Portal da Arquidiocese do Rio de Janeiro parabeniza a todos os catequistas.

A catequese faz parte da história do Brasil
Em 1549 o Padre Manuel da Nóbrega começou a catequizar os índios. Em 1553, o beato José de Anchieta evangelizou por meio da poesia, do teatro e da música, compondo até o catecismo para os indígenas. A partir de 1589, os primeiros missionários jesuítas, e em seguida também os franciscanos, também se dedicaram à mesma causa.

Mais tarde, com a expulsão dos jesuítas e a escassez do clero, a catequese passou um pouco mais às mãos dos leigos, tendo, então, um enfoque mais familiar e pouco doutrinal.

Após a reforma tridentina, surgiram as dioceses e paróquias e teve inicio o incentivo à participação feminina. Nessa ocasião, houve também a vinda de imigrantes e de congregações religiosas dedicadas ao ensino.

O catecismo de São Pio X e o incentivo à comunhão das crianças estimulou a catequese infantil, fosse paroquial ou colegial.

Mas foi o Concílio Vaticano II que motivou a evangelização através dos agentes leigos de pastoral, que, desde então e até hoje, têm sido os que primam pela pedagogia de ensino e de modernos instrumentos de comunicação e de educação.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

21º Domingo do Tempo Comum – Ano B – 26/08/2012


A liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum fala-nos de opções. Recorda-nos que a nossa existência pode ser gasta a perseguir valores efêmeros e estéreis, ou a apostar nesses valores eternos que nos conduzem à vida definitiva, à realização plena. Cada homem e cada mulher têm, dia a dia, de fazer a sua escolha.
Na primeira leitura, Josué convida as tribos de Israel reunidas em Siquém a escolherem entre “servir o Senhor” e servir outros deuses. O Povo escolhe claramente “servir o Senhor”, pois viu, na história recente da libertação do Egito e da caminhada pelo deserto, como só Javé pode proporcionar ao seu Povo a vida, a liberdade, o bem estar e a paz.
O Evangelho coloca diante dos nossos olhos dois grupos de discípulos, com opções diversas diante da proposta de Jesus. Um dos grupos, prisioneiro da lógica do mundo, tem como prioridade os bens materiais, o poder, a ambição e a glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. Outro grupo, aberto à ação de Deus e do Espírito, está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; os membros deste grupo sabem que só Jesus tem palavras de vida eterna. É este último grupo que é proposto como modelo aos crentes de todos os tempos.
Na segunda leitura, Paulo diz aos cristãos de Éfeso que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser o lugar onde se manifestam os valores de Jesus, os valores do Reino. Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja.

LEITURA I – Jos 24,1-2a.15-17.18b
Leitura do Livro de Josué
Naqueles dias, Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém. Convocou os anciãos de Israel, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus. Josué disse então a todo o povo: «Se não vos agrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se os deuses que os vossos pais serviram no outro lado do rio, se os deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha família serviremos o Senhor». Mas o povo respondeu: «Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir outros deuses; porque o Senhor é o nosso Deus, que nos fez sair, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da escravidão. Foi Ele que, diante dos nossos olhos, realizou tão grandes prodígios e nos protegeu durante o caminho que percorremos entre os povos por onde passamos. Também nós queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus».

AMBIENTE
O Livro de Josué (de onde é tirada a nossa primeira leitura) abarca uma parte do séc. XII a.C., desde a época da entrada na Terra Prometida das tribos do Povo de Deus libertadas do Egito, até à morte de Josué. O livro oferece-nos uma visão muito simplificada da ocupação de Canaã: as doze tribos, unidas sob a liderança de Josué, realizaram várias expedições militares fulgurantes e apoderaram-se, quase sem oposição, de todo o território anteriormente nas mãos dos cananeus…
Historicamente, contudo, as coisas não se passaram nem de forma tão fácil, nem de forma tão linear: é mais verossímil a versão apresentada no Livro dos Juízes e que fala de uma conquista lenta e difícil (cf. Jz 1), incompleta (cf. Jz 13,1-6; 17,12-16), que não foi obra de um povo unido à volta de um chefe único, mas de tribos que fizeram a guerra isoladamente.
O Livro de Josué, antes de ser um livro de história, é um livro de catequese. O objetivo dos autores deuteronomistas que o escreveram era destacar o poder imenso de Javé, posto ao serviço do seu Povo: foi Deus (e não a capacidade militar das tribos) que, com os seus prodígios, ofereceu a Israel a Terra Prometida; ao Povo resta-lhe aceitar os dons de Deus e responder-Lhe com a fidelidade à Aliança e aos mandamentos.
O texto que nos é hoje proposto situa-nos na fase final da vida de Josué. Sentindo aproximar-se a morte, Josué teria reunido em Siquém (no centro do país) os líderes das diversas tribos do Povo de Deus e ter-lhes-ia proposto uma renovação do seu compromisso com Javé. De acordo com Jos 24,15, Josué teria colocado as coisas da seguinte forma: “escolhei hoje a quem quereis servir… porque eu e a minha casa serviremos o Senhor”.
Na versão do autor deuteronomista a quem devemos esta notícia, Josué parece dirigir-se a um grupo de tribos que partilha uma fé comum em Jahwéh. Estaremos diante de uma assembleia que reúne essas “doze tribos” que, mais tarde (na época de David) vão constituir uma unidade nacional? Alguns biblistas pensam que não. Entre as tribos presentes não estaria certamente a tribo de Judá, já que os contactos entre Judá e a “casa de José” só se estabeleceram na época do rei David. A “casa” de Josué a que o texto se refere é certamente constituída pelas tribos do centro do país – Efraim, Benjamim e Manassés – que há muito tempo tinham aderido a Javé e à Aliança. E as outras tribos, convidadas a comprometer-se com Javé? Provavelmente, o convite a escolher entre “o Senhor” e os outros deuses (cf. Jos 24,14) dirige-se às tribos do norte do país que, sem dúvida, não abandonaram a Palestina desde a época dos patriarcas (e que, portanto, não viveram a experiência do Egito, nem fizeram a experiência de encontro com Javé, o Deus libertador).
Talvez a “assembleia de Siquém” referida em Jos 24 seja a primeira tentativa histórica de estabelecer laços entre as tribos do centro da Palestina (Efraim, Benjamim e Manassés – as tribos que viveram a experiência do Egito, a libertação, a caminhada pelo deserto e a Aliança com Javé) e as tribos do norte (Issacar, Zabulón, Neftali, Asher e Dan – tribos que nem sequer estiveram no Egito). A ligação far-se-ia à volta de uma fé comum num mesmo Deus. A união das diversas tribos do norte e do centro não se deu, contudo, de uma vez; mas foi uma caminhada lenta e progressiva, que só se completou muito tempo depois de Josué.
O ponto de partida para o texto que nos é proposto é o fato histórico em si (provavelmente, uma assembleia em Siquém, onde Josué propôs às tribos do norte que aceitassem Javé como seu Deus). No entanto, o autor deuteronomista responsável por este texto pegou na notícia histórica e transformou-a numa catequese sobre o compromisso que Israel assumiu para com Javé. O seu objetivo é convidar os israelitas da sua época (séc. VII a.C.) a não se deixarem seduzir por outros deuses e a manterem-se fiéis à Aliança.

MENSAGEM
Estamos, portanto, em Siquém, com “todas as tribos de Israel” (vers. 1) reunidas à volta de Josué. Na interpelação que dirige às tribos, Josué começa por elencar alguns momentos capitais da história da salvação, mostrando ao Povo como Javé é um Deus em quem se pode confiar; as suas ações salvadoras e libertadoras em favor de Israel são uma prova mais do que suficiente do seu poder e da sua fidelidade (cf. Jos 24,2-13).
Depois dessa introdução, Josué convida os representantes das tribos presentes a tirarem as devidas consequências e a fazerem a sua opção. É necessário escolher entre servir esse Senhor que libertou Israel da opressão, que o conduziu pelo deserto e que o introduziu na Terra Prometida, ou servir os deuses dos mesopotâmios e os deuses dos amorreus. Josué e a sua família já optaram: eles escolheram servir Javé (vers. 15).
A resposta do Povo é a esperada. Todos manifestam a sua intenção de servir o Senhor, em resposta à sua ação libertadora e à sua proteção ao longo da caminhada pelo deserto (vers. 16-18). Israel compromete-se a renunciar a outros deuses e a fazer de Javé o seu Deus.
A aceitação de Javé como Deus de Israel é apresentada, não como uma obrigação imposta a um grupo de escravos, mas como uma opção livre, feita por pessoas que fizeram uma experiência de encontro com Deus e que sabem que é aí que está a sua realização e a sua felicidade. Depois de percorrer com Javé os caminhos da história, Israel constatou, sem margem para dúvidas, que só em Deus pode encontrar a liberdade e a vida em plenitude.

ATUALIZAÇÃO
¨O problema fundamental posto pelo autor do nosso texto é o das opções: “escolhei hoje a quem quereis servir” – diz Josué ao Povo reunido. É uma questão que nunca deixará de nos ser posta… Ao longo da nossa caminhada pela vida, vamos fazendo a experiência do encontro com esse Deus libertador e salvador que Israel descobriu na sua marcha pela história; mas encontramo-nos também, muito frequentemente, com outros deuses e outras propostas que parecem garantir-nos a vida, o êxito, a realização, a felicidade e que, quase sempre, nos conduzem por caminhos de escravidão, de dependência, de desilusão, de infelicidade. A expressão “escolhei hoje a quem quereis servir” interpela-nos acerca da nossa servidão ao dinheiro, ao êxito, à fama, ao poder, à moda, às exigências dos valores que a opinião pública consagrou, ao reconhecimento público… Naturalmente, nem todos os valores do mundo são geradores de escravidão ou incompatíveis com a nossa opção por Deus… Temos, no entanto, que repensar continuamente a nossa vida e as nossas opções, a fim de não corrermos atrás de falsos deuses e de não nos deixarmos seduzir por propostas falsas de realização e de felicidade. O verdadeiro crente sabe que não pode prescindir de Deus e das suas propostas; e sabe que é nesse Deus que nunca desilude aqueles que n’Ele confiam que pode encontrar a sua realização plena.
¨Israel aceitou “servir o Senhor” e comprometer-se com Ele, não por obrigação, mas pela convicção de que era esse o caminho para a sua felicidade. Por vezes, Deus é visto como um concorrente do homem e os seus mandamentos como uma proposta que limita a liberdade e a independência do homem… Na verdade, o compromisso com Deus e a aceitação das suas propostas não é um caminho de servidão, mas um caminho que conduz o homem à verdadeira liberdade e à sua realização plena. O caminho que Deus nos propõe – caminho que somos livres de aceitar ou não – é um caminho que nos liberta do egoísmo, do orgulho, da auto-suficiência, da escravidão dos bens materiais e que nos projeta para o amor, para a partilha, para o serviço, para o dom da vida, para a verdadeira felicidade.
¨ Josué, o líder da comunidade do Povo de Deus, tem um papel fundamental no sentido de interpelar o Povo e de testemunhar a sua opção por Deus. Não é um líder que diz belas palavras e apresenta belas propostas, mas que desmente com a vida aquilo que diz… É um líder plenamente comprometido com Deus e que testemunha, com a própria vida, essa opção. Josué poderia ser um exemplo para todos aqueles que têm responsabilidades na condução da comunidade do Povo de Deus em marcha pela história. O seu exemplo convida aqueles que presidem à comunidade do Povo de Deus a serem uma voz de Deus que interpela e que questiona aqueles que caminham ao seu lado; e convida também os responsáveis pelas comunidades cristãs a testemunharem com a própria vida aquilo que ensinam ao Povo.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.
Os olhos do Senhor estão voltados para os justos
e os ouvidos atentos aos seus rogos.
A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as suas angústias.
O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor.
Guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.
A maldade leva o ímpio à morte,
os inimigos do justo serão castigados.
O Senhor defende a vida dos seus servos,
não serão castigados os que n’Ele se refugiam.

LEITURA II – Ef 5,21-32
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador. Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter em tudo aos maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela. Ele quis santificá-la, purificando-a no batismo da água pela palavra da vida, para a apresentar a Si mesmo como Igreja cheia de glória, sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem os maridos amar as suas mulheres, como os seus corpos. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém, de fato, odiou jamais o seu corpo, antes o alimenta e lhe presta cuidados, como Cristo à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua mulher, e serão dois numa só carne. É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja.

AMBIENTE
Continuamos a ler a parte moral e parenética da Carta aos Efésios (cf. Ef 4,1-6,20). Nessa parte, Paulo lembra aos crentes a opção que fizeram no dia do seu Batismo e que os obriga a viver como Homens Novos, à imagem de Jesus.
A vida desse Homem Novo que deixou as trevas e escolheu a luz deve traduzir-se em atitudes concretas. Por isso, Paulo enumera, a dado passo da sua reflexão, um conjunto de normas de conduta, através das quais se deve manifestar a opção que o crente assumiu no dia do seu Batismo.
Na secção de Ef 5,21-6,9 (a que o texto que hoje nos é proposto pertence), Paulo apresenta as normas que devem reger as relações familiares. De forma especial, Paulo refere-se aos deveres dos esposos, seguramente porque vê na sua união uma figura da união de Cristo com a sua Igreja. Trata-se de um dos temas mais importantes da teologia desenvolvida na Carta aos Efésios.

MENSAGEM
O nosso texto começa com um princípio geral que deve regular as relações entre os diversos membros da família cristã: “sede submissos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5,21). O “ser submisso” expressa aqui a condição daquele que está permanentemente numa atitude de serviço simples e humilde, sem deixar que a sua relação com o irmão seja dominada pelo orgulho ou marcada por atitudes de prepotência. A expressão “no temor de Cristo” recorda aos crentes que o Cristo do amor, do serviço, da partilha é o exemplo e o modelo que eles devem ter sempre diante dos olhos.
Depois, Paulo dirige-se aos vários membros da família e propõe-lhes normas concretas de conduta. O texto que nos é proposto, contudo, apenas conservou a parte que se refere à relação dos esposos um com o outro (na continuação, Paulo falará também da conduta dos filhos para com os pais, dos pais para com os filhos, dos senhores para com os escravos e dos escravos para com os senhores – cf. Ef 6,1-9).
Às mulheres, Paulo pede a submissão aos maridos, porque “o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu corpo” (vers. 23). Esta afirmação – que, à luz da nossa sensibilidade e dos nossos esquemas mentais modernos parece discriminatória – deve ser entendida no contexto sócio-cultural da época, onde o homem aparece como a referência suprema da organização do núcleo familiar. De qualquer forma, a “submissão” de que Paulo fala deve ser sempre entendida no sentido do amor e do serviço e não no sentido da escravidão.
Aos maridos, Paulo recomenda que amem as suas esposas, “como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela” (vers. 25). Não se trata de um amor qualquer, mas de um amor igual ao de Cristo pela sua comunidade – isto é, de um amor generoso e total, que é capaz de ir até ao dom da própria vida. Para Paulo, portanto, o amor dos maridos pelas esposas deve ser um amor completamente despido de qualquer sinal de egoísmo e de prepotência; e deve ser um amor cheio de solicitude, que se manifesta em atitudes de generosidade, de bondade e de serviço, que se faz dom total à pessoa a quem se ama.
Neste contexto, Paulo desenvolve a sua teologia da relação entre Cristo e a Igreja, para depois tirar daí as devidas consequências para a união dos esposos cristãos… Cristo santificou a Igreja, purificando-a “no batismo da água pela palavra da vida” (vers. 26). Há aqui, certamente, uma alusão ao batismo cristão (inspirada, provavelmente, nas cerimônias preparatórias do matrimônio, que contemplavam o “banho” da noiva antes de se apresentar diante do noivo), pelo qual Cristo edifica a sua comunidade e a purifica do pecado. O Batismo é o momento em que Cristo oferece a vida plena à sua Igreja e em que a Igreja se compromete com Cristo numa comunidade de amor. A partir desse momento, Cristo e a Igreja formam um só corpo… Como Cristo e a Igreja formam um só corpo, do mesmo modo marido e esposa, comprometidos numa comunidade de amor, formam um só corpo: “por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua mulher e serão dois numa só carne” (vers. 31). A expressão “uma só carne” aqui usada por Paulo não alude só à união carnal dos esposos, mas a toda a sua vida conjugal, feita de um empenho quotidiano na vivência do amor, da fidelidade e da partilha de toda a existência.
Este paralelismo estabelecido por Paulo entre a união de Cristo e da Igreja e o amor que une os esposos dá um significado especial ao casamento cristão: a vocação dos esposos é anunciar e testemunhar, com o seu amor e a sua união, o amor de Cristo pela sua Igreja. Dito de outra forma: a união dos esposos cristãos deve ser, aos olhos do mundo, um sinal e um reflexo do “mistério” de amor que une Cristo e a Igreja.

ATUALIZAÇÃO
¨O compromisso com Jesus e com a proposta de vida nova que Ele veio apresentar mexe com a totalidade da vida do homem e tem consequências em todos os níveis da existência, nomeadamente ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser também o lugar onde se manifestam os valores de Jesus, os valores do Reino. Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja. “Os esposos, feitos à imagem de Deus e estabelecidos numa ordem verdadeiramente pessoal, estejam unidos em comunhão de afeto e de pensamento e com mútua santidade de modo que, seguindo a Cristo, princípio da vida, se tornem, pela fidelidade do seu amor, através das alegrias e sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele mistério de amor que Deus revelou ao mundo com a sua morte e ressurreição” (Gaudium et Spes, 52).
¨Para Paulo, o amor que une o marido e a esposa deve ser um amor como o de Cristo pela sua Igreja. Desse amor devem, portanto, estar ausentes quaisquer sinais de egoísmo, de prepotência, de exploração, de injustiça… Deve ser um amor que se faz doação total ao outro, que é paciente, que não é arrogante nem orgulhoso, que compreende os erros e as falhas dos outro, que tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13,4-7).
¨Para Paulo, o amor que une a esposa e o marido deve ser um amor que se faz serviço simples e humilde. Não se trata de exigir submissão de um a outro, mas trata-se de pedir que os crentes manifestem total disponibilidade para servir e para dar a vida, sem esperar nada em troca. Trata-se de seguir o exemplo de Cristo que não veio para afirmar a sua superioridade e para ser servido, mas para servir e dar vida. O matrimônio cristão não pode tornar-se uma competição para ver quem tem mais direitos ou mais obrigações, mas uma comunhão de vida de pessoas que, a exemplo de Cristo, fazem da sua existência uma partilha e um serviço a todos os irmãos que caminham ao seu lado.
¨ Paulo utiliza, neste texto, a propósito das mulheres, uma palavra que não devemos absolutizar: “submissão”. Esta palavra deve ser entendida no contexto sócio-cultural da época, em que o marido era considerado a referência fundamental da ordem familiar. É claro que, nos dias de hoje, Paulo não teria usado este termo para falar da relação da esposa com o marido. A afirmação de Paulo não pode servir para fundamentar qualquer tipo de discriminação contra as mulheres… Aliás, Paulo dirá, noutras circunstâncias, que “não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus” (Gal 3,28).

ALELUIA – cf. Jo 6,63c.68c
Aleluia. Aleluia.
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna.

EVANGELHO – Jo 6,60-69
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram: «Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?» Jesus, conhecendo interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não acreditam». Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar. E acrescentou: «Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim, se não lhe for concedido por meu Pai». A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele. Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-Lhe Simão Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».

AMBIENTE
Estamos no final do episódio que começou com a multiplicação dos pães e dos peixes (cf. Jo 6,1-15) e que continuou com o “discurso do pão da vida” (cf. Jo 6,22-59). Trata-se de um episódio atravessado por diversos equívocos e onde se manifesta a perplexidade e a confusão daqueles que escutam as palavras de Jesus… A multidão esperava um messias rei que lhe oferecesse uma vida confortável e pão em abundância e Jesus mostrou que não veio “dar coisas”, mas oferecer-Se a Ele próprio para que a humanidade tivesse vida; a multidão esperava de Jesus uma proposta humana de triunfo e de glória e Jesus convidou-a a identificar-se com Ele e a segui-l’O no caminho do amor e do dom da vida até à morte… Os interlocutores de Jesus perceberam claramente que Jesus os tinha colocado diante de uma opção fundamental: ou continuar a viver numa lógica humana, virada para os bens materiais e para as satisfações mais imediatas, ou o assumir a lógica de Deus, seguindo o exemplo de Jesus e fazendo da vida um dom de amor para ser partilhado. Instalados nos seus esquemas e preconceitos, presos a aspirações e sonhos demasiado materiais, desiludidos com um programa que lhes parecia condenado ao fracasso, os interlocutores de Jesus recusaram-se a identificar-se com Ele e com o seu programa.
O nosso texto mostra-nos a reação negativa de “muitos discípulos” às propostas que Jesus faz. Nem todos os discípulos estão dispostos a identificar-se com Jesus (“comer a sua carne e beber o seu sangue”) e a oferecer a sua vida como dom de amor que deve ser partilhado com toda a humanidade. Temos de situar esta “catequese” no contexto em que vivia a comunidade joânica, nos finais do séc. I… A comunidade cristã era discriminada e perseguida; muitos discípulos afastavam-se e trilhavam outros caminhos, recusando-se a seguir Jesus no caminho do dom da vida. Muitos cristãos, confusos e perplexos, perguntavam: para ser cristão é preciso percorrer um caminho tão radical e de tanta exigência? A proposta de Jesus será, efetivamente, um caminho de vida plena, ou um caminho de fracasso e de morte? É a estas questões que o “catequista” João vai tentar responder.

MENSAGEM
A perícopa divide-se em duas partes. A primeira (vers. 60-66) descreve o protesto de um grupo de discípulos face às exigências de Jesus; a segunda (vers. 67-69) apresenta a resposta dos Doze à proposta que Jesus faz. Estes dois grupos (os “muitos discípulos” da primeira parte e os “Doze” da segunda parte) representam duas atitudes distintas face a Jesus e às suas propostas.
Para os “discípulos” de que se fala na primeira parte do nosso texto, a proposta de Jesus é inadmissível, excessiva para a força humana (vers. 60). Eles não estão dispostos a renunciar aos seus próprios projetos de ambição e de realização humana, a embarcar com Jesus no caminho do amor e da entrega, a fazer da própria vida um serviço e uma partilha com os irmãos. Esse caminho parece-lhes, além de demasiado exigente, um caminho ilógico. Confrontados com a radicalidade do caminho do Reino, eles não estão dispostos a arriscar.
Na resposta à objeção desses “discípulos”, Jesus assegura-lhes que o caminho que propõe não é um caminho de fracasso e de morte, mas é um caminho destinado à glória e à vida eterna. A “subida” do Filho do Homem, após a morte na cruz, para reentrar no mundo de Deus, será a “prova provada” de que a vida oferecida por amor conduz à vida em plenitude (vers. 61-62). Esses “discípulos” não estão dispostos a acolher a proposta de Jesus porque raciocinam de acordo com uma lógica humana, a lógica da “carne”; só o dom do Espírito possibilitará aos crentes perceber a lógica de Jesus, aderir à sua proposta e seguir Jesus nesse caminho do amor e da doação que conduz à vida (vers. 63).
Na realidade, esses discípulos que raciocinam segundo a lógica da “carne” seguem Jesus pelas razões erradas (a glória, o poder, a fácil satisfação das necessidades materiais mais básicas). A sua adesão a Jesus é apenas exterior e superficial. Jesus tem consciência clara dessa realidade. Ele sabe até que um dos “discípulos” O vai trair e entregar nas mãos dos líderes judaicos (vers. 64). De qualquer forma, Jesus encara a decisão dos discípulos com tranquilidade e serenidade. Ele não força ninguém; apenas apresenta a sua proposta – proposta radical e exigente – e espera que o “discípulo” faça a sua opção, com toda a liberdade.
Em última análise, a vida nova que Jesus propõe é um dom de Deus, oferecido a todos os homens (vers. 65). O termo deste movimento que o Pai convida o “discípulo” a fazer é o encontro com Jesus e a adesão ao seu projeto. Se o homem não está aberto à ação do Pai e recusa os dons de Deus, não pode integrar a comunidade dos discípulos e seguir Jesus.
A primeira parte da cena termina com a retirada de “muitos discípulos” (vers. 66). O programa exposto por Jesus, que exige a renúncia às lógicas humanas de ambição e de realização pessoal, é recusado… Esses “discípulos” mostram-se absolutamente indisponíveis para percorrer o caminho de Jesus.
Confirmada a deserção desses “discípulos”, Jesus pede ao grupo mais restrito dos “Doze” que façam a sua escolha: “também vós quereis ir embora?” (vers. 67). Repare-se que Jesus não suaviza as suas exigências, nem atenua a dureza das suas palavras… Ele está disposto a correr o risco de ficar sem discípulos, mas não está disposto a prescindir da radicalidade do seu projeto. Não é uma questão de teimosia ou de não querer dar o braço a torcer; mas Jesus está seguro que o caminho que Ele propõe – o caminho do amor, do serviço, da partilha, da entrega – é o único caminho por onde é possível chegar à vida plena… Por isso, Ele não pode mudar uma vírgula ao seu discurso e à sua proposta. O caminho para a vida em plenitude já foi claramente exposto por Jesus; resta agora aos “discípulos” aceitá-lo ou rejeitá-lo.
Confrontados com esta opção fundamental, os “Doze” definem claramente o caminho que querem percorrer: eles aceitam a proposta de Jesus, aceitam segui-l’O no caminho do amor e da entrega. Quem responde em nome do grupo (uso do plural) é Simão Pedro: “Para quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (vers. 68). A comunidade reconhece, pela voz de Pedro, que só no caminho proposto por Jesus encontra vida definitiva. Os outros caminhos só geram vida efêmera e parcial e, com frequência, conduzem à escravidão e à morte; só no caminho que Jesus acabou de propor (e que “muitos” recusaram) se encontra a felicidade duradoura e a realização plena do homem (vers. 68).
É porque reconhece em Jesus o único caminho válido para chegar à vida eterna que a comunidade dos “Doze” adere ao que Ele propõe (“cremos” – vers. 69a). A “fé” (adesão a Jesus) traduz-se no seguimento de Jesus, na identificação com Ele, no compromisso com a proposta que Ele faz (“comer a carne e beber o sangue” que Jesus oferece e que dão a vida eterna).
A resposta posta na boca de Pedro é precisamente a resposta que a comunidade joânica (a tal comunidade que vive a sua fé e o seu compromisso cristão em condições difíceis e que, por vezes, tem dificuldade em renunciar à lógica do mundo e apostar na radicalidade do Evangelho de Jesus) é convidada a dar: “Senhor, as tuas propostas nem sempre fazem sentido à luz dos valores que governam o nosso mundo; mas nós estamos seguros de que o caminho que Tu nos indicas é um caminho que leva à vida eterna. Queremos escutar as tuas palavras, identificar-nos contigo, viver de acordo com os valores que nos propões, percorrer contigo esse caminho do amor e da doação que conduz à vida eterna.

ATUALIZAÇÃO
¨O Evangelho deste domingo põe claramente a questão das opções que nós, discípulos de Jesus, somos convidados a fazer… Todos os dias somos desafiados pela lógica do mundo, no sentido de alicerçarmos a nossa vida nos valores do poder, do êxito, da ambição, dos bens materiais, da moda, do “politicamente correto”; e todos os dias somos convidados por Jesus a construir a nossa existência sobre os valores do amor, do serviço simples e humilde, da partilha com os irmãos, da simplicidade, da coerência com os valores do Evangelho… É inútil esconder a cabeça na areia: estes dois modelos de existência nem sempre podem coexistir e, frequentemente, excluem-se um ao outro. Temos de fazer a nossa escolha, sabendo que ela terá consequências no nosso estilo de vida, na forma como nos relacionamos com os irmãos, na forma como o mundo nos vê e, naturalmente, na satisfação da nossa fome de felicidade e de vida plena. Não podemos tentar agradar a Deus e ao diabo e viver uma vida “morna” e sem exigências, procurando conciliar o inconciliável. A questão é esta: estamos ou não dispostos a aderir a Jesus e a segui-l’O no caminho do amor e do dom da vida?
¨Os “muitos discípulos” de que fala o texto que nos é proposto não tiveram a coragem para aceitar a proposta de Jesus. Amarrados aos seus sonhos de riqueza fácil, de ambição, de poder e de glória, não estavam dispostos a trilhar um caminho de doação total de si mesmos em benefício dos irmãos. Este grupo representa esses “discípulos” de Jesus demasiado comprometidos com os valores do mundo, que até podem frequentar a comunidade cristã, mas que no dia a dia vivem obcecados com a ampliação da sua conta bancária, com o êxito profissional a todo o custo, com a pertença à elite que frequenta as festas sociais, com o aplauso da opinião pública… Para estes, as palavras de Jesus “são palavras duras” e a sua proposta de radicalidade é uma proposta inadmissível. Esta categoria de “discípulos” não é tão rara como parece… Em diversos graus, todos nós sentimos, por vezes, a tentação de atenuar a radicalidade da proposta de Jesus e de construir a nossa vida com valores mais condizentes com uma visão “light” da existência. É preciso estarmos continuamente numa atitude de vigilância sobre os valores que nos norteiam, para não corrermos o risco de “virar as costas” à proposta de Jesus.
¨Os “Doze” ficaram com Jesus, pois estavam convictos de que só Ele tem “palavras que comunicam a vida definitiva”. Eles representam aqueles que não se conformam com a banalidade de uma vida construída sobre valores efêmeros e que querem ir mais além; representam aqueles que não estão dispostos a gastar a sua vida em caminhos que só conduzem à insatisfação e à frustração; representam aqueles que não estão dispostos a conduzir a sua vida ao sabor da preguiça, do comodismo, da instalação; representam aqueles que aderem sinceramente a Jesus, se comprometem com o seu projeto, acolhem no coração a vida que Jesus lhes oferece e se esforçam por viver em coerência com a opção por Jesus que fizeram no dia do seu Batismo. Atenção: esta opção pelo seguimento de Jesus precisa de ser constantemente renovada e constantemente vigiada, a fim de que o nível da coerência e da exigência se mantenha.
¨Na cena que o Evangelho de hoje nos traz, Jesus não parece estar tão preocupado com o número de discípulos que continuarão a segui-l’O, quanto com o manter a verdade e a coerência do seu projeto. Ele não faz cedências fáceis para ter êxito e para captar a benevolência e os aplausos das multidões, pois o Reino de Deus não é um concurso de popularidade… Não adianta escamotear a verdade: o Evangelho que Jesus veio propor conduz à vida plena, mas por um caminho que é de radicalidade e de exigência. Muitas vezes tentamos “suavizar” as exigências do Evangelho, a fim de que ele seja mais facilmente aceite pelos homens do nosso tempo… Temos de ter cuidado para não desvirtuarmos a proposta de Jesus e para não despojarmos o Evangelho daquilo que ele tem de verdadeiramente transformador. O que deve preocupar-nos não é tanto o número de pessoas que vão à Igreja; mas é, sobretudo, o grau de radicalidade com que vivemos e testemunhamos no mundo a proposta de Jesus.
¨Um dos elementos que aparece nitidamente no nosso texto é a serenidade com que Jesus encara o “não” de alguns discípulos ao projeto que Ele veio propor. Diante desse “não”, Jesus não força as coisas, não protesta, não ameaça, mas respeita absolutamente a liberdade de escolha dos seus discípulos. Jesus mostra, neste episódio, o respeito de Deus pelas decisões (mesmo erradas) do homem, pelas dificuldades que o homem sente em comprometer-se, pelos caminhos diferentes que o homem escolhe seguir. O nosso Deus é um Deus que respeita o homem, que o trata como adulto, que aceita que ele exerça o seu direito à liberdade. Por outro lado, um Deus tão compreensivo e tolerante convida-nos a dar mostras de misericórdia, de respeito e de compreensão para com os irmãos que seguem caminhos diferentes, que fazem opções diferentes, que conduzem a sua vida de acordo com valores e critérios diferentes dos nossos. Essa “divergência” de perspectivas e de caminhos não pode, em nenhuma circunstância, afastar-nos do irmão ou servir de pretexto para o marginalizarmos e para o excluirmos do nosso convívio.
Fonte: Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)

Santa Rosa de Lima


Isabel Flores y de Oliva nasceu em Lima em 1586. Seus pais eram espanhóis que se mudaram para o Peru. O nome Rosa foi o apelido dado pela empregada da família, a índia Mariana, maravilhada pela extraordinária beleza da menina. Ela exclamou: “Você é bonita como uma rosa!”
Sua crisma foi ministrada por São Turíbio de Mongrovejo. Levada à miséria com sua família, ainda na adolescência, ganhou a vida com o duro trabalho da lavoura e da costura, até altas horas da noite. Exatamente nessa situação de grande pobreza, apareceu-lhe a oportunidade de se tornar muito rica através de um casamento, mas Rosa o rejeitou por fidelidade a Jesus Cristo.
No jardim de sua casa, edificou um eremitério, uma pequena cela no fundo do quintal. A cama era um saco de estopa. Aos vinte anos entrou para a Ordem Terceira de São Domingos e fez os votos religiosos e passou a se chamar Rosa de Santa Maria.

Foi modelo de vida penitente e de oração contínua na simplicidade da vida laical. “Se não fosse mulher dedicar-me-ia inteiramente à salvação dos índios.” Particularmente devota de Nossa Senhora, pediu a ela, de modo especial, pelo crescimento da Igreja, especialmente entre os índios americanos. Frequentemente visitava os enfermos e os pobres.
Sua vida foi rica em provações dolorosas, contudo Rosa jamis perdeu a serenidade, imitando Cristo pobre e crucificado. Quando doente, disse: “Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena porque a graça é o fruto da paciência.”
Com não conseguia explicar seus sentimentos, acrescentava: “Posso explicar só com o silêncio. O prazer e a felicidade que o mundo pode me oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto.”
Ao mesmo tempo admitia: “Eu não acreditava que uma criatura pudesse ser acometida de tão grandes sofrimentos. Meu Deus, podes aumentar os sofrimentos, contando que aumentes meu amor por ti.”
Teve o conhecimento do dia em que morreria, por isso, a cada 24 de agosto, passava-o em oração e dizia: “ Este é o dia das minhas núpcias eternas.” Morreu em um deles, o do ano 1617, com 31 anos. Canonizada em 1671, foi a primeira santa das Américas. É padroeira do Peru, de toda América Latina e das Ilhas Filipinas.

JMJ 2013: começam as inscrições


Depois de lançar o Manual de Inscrições do Peregrino, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013 dá mais um passo para garantir a participação dos jovens e organizar dos grupos. As inscrições serão abertas no próximo dia 28 de agosto. Segundo a diretora do Setor de Inscrições da JMJ Rio2013, Irmã Maria Shaiane Machado, será um dia significativo para a JMJ.
“No momento da inscrição o grupo de peregrino poderá optar pelo tipo de pacote. Assim poderemos acolher o peregrino em suas necessidades”. “A inscrição no portal oficial da JMJ Rio2013 representa uma pré-reserva. A confirmação da inscrição é o pagamento”, disse. “O peregrino já pode optar pelo seu pacote e a JMJ está se organizando para acolhê-lo”.
Desde o último dia 31 de julho, está disponível online o Manual de Inscrições de Peregrinos. Nele estão todas as orientações necessárias para preparar da melhor forma o grupo. As inscrições serão feitas em grupo por meio de um responsável (chamado de “responsável pelo grupo”). Além desse, haverá um “segundo responsável”. Para grupos mistos, preferencialmente um responsável masculino e um feminino. Os valores têm variações, tanto da modalidade dos pacotes (que poderão ou não incluir alojamento e alimentação), quanto por classificação dos países. Para ajudar que peregrinos de países economicamente mais pobres possam participar das JMJs, eles são classificados nas classes A, B e C.
A classificação dos países e os tipos de pacotes definem os valores. Serão 21 tipos de pacotes com valores que variam de R$ 100,70 a R$ 577,60. Esses valores são válidos até 31 de janeiro de 2013, incluindo um desconto de 5%. Após esse período, as variações são de R$ 106,00 a R$ 608,00.
Os grupos deverão ter até 50 peregrinos, incluindo os responsáveis. Grupos maiores deverão ser divididos em subgrupos de até 50 pessoas, que poderão estar vinculados entre si por um grupo principal. A vinculação entre os grupos não garante que todos ficarão juntos. O alojamento oferecido pelo COL será por região linguística. Também outros fatores podem ser decisórios, como por exemplo, a distância dos pagamentos entre os grupos.
As inscrições serão realizadas exclusivamente online, através do portal oficial da Jornada – www.rio2013.com. “Incentivamos a todos que façam sua inscrição em grupo, que podem ser formados nas paróquias, comunidades, movimentos católicos, escolas, universidades”, diz irmã Shaiane.
Os candidatos ao voluntariado que não forem selecionados deverão fazer a inscrição como peregrinos.
TODAS AS INFORMAÇÕES NO SITE OFICIAL DA JORNADA ACESSE:   www.rio2013.com

Infância e Adolescência Missionária prepara celebração dos seus 170 anos



Em 2013, A Infância e Adolescência Missionária (IAM), uma das quatro Pontifícias Obras Missionárias (POM), celebra 170 anos de fundação.  Presente em todo o mundo, a obra nasceu em 1843 e deve seu nome à vontade de confiá-la à proteção do Menino Jesus. “Com a convicção de que as crianças podem ser uma força espiritual e social para uma real transformação do mundo, a IAM pretende suscitar um movimento de crianças cristãs dedicadas a ajudar outras crianças”. Com base nesses princípios, presentes no Estatuto das Pontifícias Obras Missionárias, o Ano da IAM será comemorado entre maio de 2013 e maio de 2014 para dar continuidade ao crescimento da Obra no Brasil. A celebração será aberta com a Jornada Nacional da Infância e Adolescência Missionária. Trata-se de um evento permanente que deve fazer parte da agenda anual da obra a partir de 2013.
“A Jornada Nacional da IAM será um evento anual que acontecerá sempre no terceiro domingo de maio, com o objetivo de consagrar as crianças de todo o Brasil aos cinco continentes. No próximo ano as consagraremos ao continente americano e, na Assembleia Nacional da IAM (dezembro), nós escolhemos o tema e o lema e o continente que será consagrado no ano seguinte”, explicou o secretário nacional da obra, padre André Luiz de Negreiros.
Durante a celebração do Ano da IAM, as crianças e adolescentes, a exemplo da Campanha Missionária, receberão em seus grupos, hoje em torno de 30 mil, espalhados em todo o Brasil, os materiais e subsídios de apoio como cartaz, logomarca, tema e lema, roteiros de celebração e, como compromisso, juntamente com os assessores, o lenço e escudo (símbolos da obra) e os novos materiais que estão em fase de reformulação.
Segundo padre André, a Jornada Nacional da IAM possibilitará também a organização do envio dos cofrinhos missionários que hoje acontece ao longo de todo o ano. “Maio seria dedicado ao envio dos cofrinhos missionários com data fixa para a arrecadação, como é feito hoje com a Campanha Missionária. Assim a prestação de contas seria acompanhada com mais proximidade”, disse o secretário.
Atividades no Ano da IAMA proposta das Pontifícias Obras Missionárias é que os regionais façam, durante a celebração do Ano da IAM, minicongressos diocesanos ou com o agrupamento de dioceses vizinhas. A temática deve estar em sintonia com o Congresso Americano da IAM que acontecerá em 2014, em Aparecida (SP), evento para assessores da IAM, que será o desfecho das celebrações dos 170 anos da Obra. “Sugerimos que os minicongressos sejam celebrados nas dioceses numa manhã ou tarde, ou no dia inteiro; as POM enviarão o material para que os estaduais acompanhem os congressos. Cada regional tem liberdade para fazer ao seu modo, mas em sintonia com todo o Brasil”.
No estado de São Paulo a equipe executiva da IAM começa a se organizar para preparar as celebrações. No próximo mês de setembro haverá uma reunião para definir a programação, mas a coordenadora estadual, Nádia Maria Fusinato, antecipa que as dioceses irão comemorar cada uma a seu modo. “Com missas, caminhadas, eventos de animação, gincanas, visitas, terços missionários”.
O Paraná, por sua vez, já deu início às celebrações, conforme nos relatou a coordenadora estadual, Elaine Machado. “Em nosso regional já estão acontecendo muitas atividades como minicongressos, congressos provinciais, Encontros de Formação da IAM, encontros diocesanos, preparação de materiais, terços missionários, conscientização das famílias e visitas nas escolas”.
O secretário vê nos eventos uma fórmula eficaz para dar visibilidade à Infância e Adolescência Missionária. É o que ele chama de “reforço para a catequese”, e explica por que. “A IAM deve ser reconhecida pela Igreja como o agir da catequese. Se na catequese a criança começa a conhecer e a amar a Igreja, na IAM ela faz a missão e a coloca em prática. Ela começa a entender e aprende o que é a missão permanente, o compromisso que ensinamos através da Infância e Adolescência Missionária”, afirmou.
Fonte: Assessoria de Imprensa POM

Homenagens marcarão os seis anos da morte de dom Luciano Mendes


“Por vocês sou bispo, com vocês sou cristão”

No dia 27 de agosto, festa de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, faleceu em São Paulo o arcebispo dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, uma das personalidades mais conhecidas e estimadas pela Igreja latino-americana, uma figura significativa do episcopado brasileiro e do processo democrático e social do país.
Uma série de homenagens estão previstas e vão marcar o sexto aniversário de falecimento do arcebispo de Mariana, dom Luciano Mendes de Almeida, no próximo dia 27. Entre elas, a tradicional Comenda Dom Luciano, instituída em 2008 por dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo metropolitano. Esta importante condecoração tem como objetivo homenagear personalidades e organizações que, por suas ações afirmativas, cumprem significativo papel no campo da Responsabilidade Social e da educação.
Anualmente realiza-se uma sessão solene, no dia 27 de agosto, data do falecimento de dom Luciano (2006), e comemorativa do aniversário da Faculdade Arquidiocesana (FAM), que a partir de 2007 passa a ter o nome de seu fundador.
Todos os anos o Conselho Permanente da Comenda reúne-se, tendo a responsabilidade de definir os nomes dos que serão agraciados com a “Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida, do Mérito Educacional e da Responsabilidade Social”. Neste ano de 2012 serão agraciados o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo; dom Francisco Barroso Filho, bispo emérito de Oliveira (MG); assim como o bispo emérito de Divinópolis (MG), dom José Belvino do Nascimento; monsenhor Flávio Carneiro Rodrigues, diretor do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana; padre Júlio Lancelloti e as irmãs da Beneficência Popular.
As homenagens terão início com a tradicional concelebração eucarística, na Catedral da Sé, em Mariana, às 18h30, seguida da sessão solene de entrega da Comenda, no centro Cultural Arquidiocesana Dom Frei Manoel da Cruz (Palácio dos Bispos).


Dom Luciano foi arcebispo de Mariana durante 18 anos (1988 a 2006), falecendo no dia 27 de agosto de 2006. Atuou como secretário e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por dois mandatos consecutivos em cada uma das funções. Estimado por todo o episcopado brasileiro, dom Luciano ficou conhecido especialmente pelo seu amor aos pobres e excluídos e pela defesa dos direitos humanos.

Biografia
Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida (1988 – 2006) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de outubro de 1930, filho de Cândido Mendes de Almeida e de Emília Mello Vieira Mendes de Almeida. Na juventude, entrou para a Companhia de Jesus, ordem religiosa de Santo Inácio – (Jesuíta). Fez seus estudos de filosofia em Nova Friburgo, de 1951 a 1953 e, em Roma, fez seus estudos de teologia, de 1955 a 1958 e doutorou-se em Filosofia (1965). Foi ordenado bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, em 2 de maio de 1976. Entre outras funções que assumiu no serviço à Igreja de Deus, destacam-se: o trabalho na CNBB, como secretário geral, de 1979 a1987; e depois seu presidente em dois mandatos sucessivos (1988 a 1995); membro da Pontifícia comissão de Justiça e Paz (1992 a 2006); 1º vice-Presidente do Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM) de 1995 a 1998.
Durante seu episcopado, Mariana comemorou o primeiro centenário como Arquidiocese, coincidindo com seus 30 anos de ordenação episcopal e 18 anos à frente desta Igreja particular. Seu pastoreio fez da Arquidiocese de Mariana, uma Igreja mais integrada à caminhada com a Igreja no Brasil, uma Igreja viva e atuante, solidária e comprometida, à luz da fé, no anúncio do evangelho, no fervor missionário e na erradicação da fome e da miséria. Estão entre algumas de suas muitas iniciativas pastorais: reestruturação dos serviços de atendimento pastoral e social na Arquidiocese; recuperação do acervo histórico, artístico e cultural; maior investimento nos Meios de Comunicação Social (como a criação do Departamento Arquidiocesano de Comunicação – DACOM), na formação e participação dos leigos e multiplicação dos serviços e casas de atendimento aos idosos, crianças, jovens, homem do campo, dependentes químicos, pessoas carentes e com deficiência.
Na organização Pastoral destaca-se, entre outros, a criação das cinco Regiões Pastorais e dos vicariatos, organização dos centros de pastoral: Arquidiocesano e Regionais; realização anual de assembleias pastorais e encontros dos presbíteros e diáconos; organização e nova configuração dos conselhos; organização das pastorais; planos de evangelização. Empenho para com a formação dos padres: reestruturação das casas de formação, investimento na qualificação dos padres formadores, construção de novas dependências, como a casa do Ensino Médio e Propedêutico, criação da FAM (Faculdade Arquidiocesana de Mariana). Ordenou quatro bispos e 186 padres (sendo 94 da Arquidiocese) e 15 diáconos permanentes.
Sua saúde foi abalada diante de uma enfermidade, que dia a dia, mais se agravava. Em 27 de agosto de 2006, faleceu dom Luciano. Mais que nos anais da história, seus feitos de amor estarão inscritos e se perpetuarão nos corações do povo que muito o amou e dele jamais se esquecerá.

Inscreva-se para os Encontros Vocacionais 2012


Com o intuito de ajudar os adolescentes e jovens a descobrir sua vocação e missão na vida da Igreja, o Serviço de Animação Vocacional (SAV) está preparando os Encontros Vocacionais 2012. Estes Encontros acontecerão durante o mês de setembro, nas seguintes datas e cidades: Região Sul, entre os dias 07 e 09, em Barbacena; Região Norte, dos dias 21 a 23, no Instituto de Teologia do Seminário José, Mariana; Região Leste, de 07 a 09, em Viçosa; a Região Oeste e Centro irão realizar juntas o Encontro Vocacional nos dias 28, 29 e 30, em Conselheiro Lafaiete.
A organização explica que estes encontros são mistos, isto é, para rapazes e moças. Quanto aos critérios de participação, o candidato(a) deve ter 14 anos, estar concluindo o Ensino Fundamental, cursando ou ter concluído o Ensino Médio. É importante que o jovem tenha também alguma participação na vida da comunidade. Após os Encontros Regionais, acontece em Mariana, o Encontro Vocacional Arquidiocesano, nos dias 09, 10 e 11 de novembro.
As fichas de inscrição para a participação já estão sendo encaminhadas a todas às paróquias da arquidiocese. Para mais informações, procure sua paróquia, a equipe do SAV na sua Região Pastoral ou então entre em contato pelo telefone: (31) 3557-1241.

Colaborou: Pe. Eliseu Donisete de Paiva Gomes
Assessor Arquidiocesano do Serviço de Animação Vocacional
savarqmariana@gmail.com

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Caminhada da Semana Nacional da Família

No último dia 19/08  aconteceu a 4ª caminhada da Semana Nacional da Família/2012 irmanando as paróquias N. Sra. da Assunção e Sagrado Coração de Jesus. Houve a presença maciça de famílias cantando e orando pelas Paz nas Famílias com faixas de ordem tais como:
“Tudo que fizermos pela família ainda é Pouco”.
“A verdadeira felicidade está em sua própria casa entre as alegrias da família”.
“Paz e harmonia: eis a verdadeira riqueza de uma família”.
“O futuro da humanidade passa pela família” (João Paulo II).
Foi demais!!!!!! Esperamos a participação de todos na 5ª caminhada.





Família e o trabalho


Hoje, o mercado do trabalho obriga não poucas pessoas, principalmente se são jovens e mulheres, as situações de incerteza constante, impedindo-os de trabalhar com a estabilidade e segurança econômica e social. Impondo “regras” individualistas e egoístas as gerações mais jovens na formação de uma família, e às famílias, a geração e a educação dos seus filhos.
O trabalho é o gesto de justiça com que as pessoas participam no bem da sociedade e contribuem para o bem comum.
A oportuna “flexibilidade” do trabalho, exigida pela chamada “globalização”, não justifica a permanente precariedade de quem tem na sua única “força trabalho” o recurso para assegurar para si mesmo e para a sua família o necessário para viver. Previdências sociais e mecanismos de proteção adequados devem fazer parte da economia do trabalho, a fim de que sobretudo as famílias que vivem os momentos mais delicados, como a maternidade, ou mais difíceis, como a enfermidade e o desemprego, possam contar com uma razoável segurança econômica.
Os ritmos de trabalho contemporâneos, estabelecidos pela economia consumista, limitam até quase anular os espaços da vida comum, sobretudo em família. O perigo de que o trabalho se torne um ídolo é válido também para a família que esquece de Deus, deixando-se absorver completamente pelas ocupações mundanas, na convicção de que nelas se encontra a satisfação de todos os seus desejos. Isto acontece quando a atividade de trabalho assume o primado absoluto das relações familiares e quando ambos os cônjuges buscam apenas o lucro econômico e depositam a sua felicidade unicamente no bem-estar material
O justo equilíbrio de trabalho exige que todos os membros da família tenham discernimento acerca das opções domésticas e profissionais: no trabalho doméstico, todos os membros da família são convidados a colaborar, e não somente as mulheres e a atividade profissional não diminua o relacionamento familiar. Infelizmente, atualmente, a ideologia do lucro e do consumo impedem muitos membros da família a buscarem, com sabedoria e harmonia, o equilíbrio entre trabalho e família. A condição da vida humana prevê para a família cansaço e dor, sobretudo no que diz respeito ao trabalho para o próprio sustento.
No entanto, o cansaço derivado do trabalho encontra sentido e alívio quando é assumido não para o enriquecimento egoísta pessoal, mas sim para compartilhar os recursos de vida na lógica cristã, dentro e fora da família, especialmente com os mais pobres.
No que se refere aos filhos, às vezes os pais “pecam“ ao evitar que os filhos enfrentem qualquer dificuldade. Pois, essa prática pode tornar os filhos incapazes de assumirem num futuro próximo suas responsabilidades.
Aos pais e filhos deve-se sempre recordar que a família é a primeira escola de trabalho e gratuidade, onde se aprende a ser responsável por si mesmo e pelos outros. A vida familiar, com as suas tarefas domésticas, ensina a apreciar o cansaço e a fortalecer a vontade em vista do bem-estar comum e do bem recíproco.
Precisamos promover políticas públicas e sociais que coloquem no centro o ser humano e salvaguardem a criação para garantir a dignidade humana/ familiar e o justo equilíbrio do trabalho na vida familiar.
Além é claro de uma atenção aos pobres, uma dimensão da família saudável, que é uma das mais bonitas formas de amor ao próximo, que uma família possa viver. Saber que mediante o próprio trabalho se ajuda aqueles que não dispõem do que lhes é necessário para viver, fortalece o compromisso e sustêm no cansaço. E mais ainda quando a família se empenha com a promoção da justiça social colaborando para que as políticas públicas tenham como centro a pessoa humana desde do início ao fim natural da sua vida.
Dessa forma a família se torna um sinal de contradição da propriedade egoísta da riqueza e da indiferença pelo bem comum.
Os membros da família ainda são convidados a oferecer aquilo que possuem a quantos nada têm, compartilhar com os pobres as próprias riquezas, procurando reconhecer que tudo o que recebemos é graça, e que na origem da nossa prosperidade existe um dom de Deus, que não pode ser conservado para nós mesmos, mas há de ser dividido com os outro.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Semana Nacional da Família: “família de coração”


Entre os dias 12 e 18 de agosto a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Família e para marcar este momento, o Portal da Arquidiocese preparou um especial que irá abordar a vocação de cada membro da família com o objetivo de valorizar o ambiente familiar e o ser humano, além de incentivar à família a ser uma educadora dos valores da Igreja. Nesta quarta-feira, 15 de agosto, o especial trata sobre a “família de coração”.

Numa iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja em nosso país realiza todos os anos a Semana Nacional da Família, que tem a finalidade de refletir, rezar e auxiliar as famílias na vivência diária da fé e na superação dos obstáculos comuns ao nosso tempo, que atentam contra os valores da família.

Para a Psicóloga Clínica e Psicanalista, Sheilah Kellner, numa semana em que a Igreja dá mais atenção para a família, não podemos deixar de refletir sobre sua situação atual: como se estrutura, como se interrelaciona, como se coloca em expectativa para o futuro, como os valores sociais e espirituais são vivenciados. E nessa perspectiva, destacamos as relações entre a “família de coração”.

Segundo o Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e Bispo Referencial da Pastoral Familiar no Regional Leste 1 e na Arquidiocese do Rio, Dom Antonio Augusto, há sempre a benção divina fortalecendo e fazendo crescer a família que se enraíza na vontade de Deus e na graça do sacramento do Matrimônio. De acordo com Dom Antonio, ter uma família de coração é uma forma bem abençoada de ser forte no amor matrimonial e de fazer crescer a alegria dos pais adotivos e dos filhos adotados.

— O coração preenchido com Amor Divino tem uma enorme capacidade de dilatação e, por isso mesmo, mesmo que se tenham filhos como benção divina do encontro íntimo-conjugal dos esposos ou mesmo quando não se consegue ter essa forma de paternidade/maternidade, a adoção representa sempre uma resposta à benção divina para a família. Adotar é amar alguém a quem lhe faltou o amor e o calor de quem lhe gerou, mas tem a oportunidade de encontrar quem não lhe gerou pelo corpo, mas através do encontro dos corações, afirmou Dom Antonio.

De acordo com os Assessores Arquidiocesanos do Setor Pré-Matrimonial do Rio, Ronaldo e Tatiana Melo, entrelaçam-se o desejo de um casal ter filhos e o desejo da criança ter uma família.

— A verdade é que o desejo e a possibilidade de ter filhos devem estar presentes na relação e nutrir o casal com a abertura ao outro. Este é o voto criador do matrimônio. Aí está à espera do desejo e a esperança de realizá-lo. O nascimento de um filho revela a verdade da vida, fato que dá a conhecer a presença de Deus. Por isso, os filhos não são propriedades dos pais, mas de Deus. Essa é a verdade antropológica que os pais celebram no Batismo: consagrar os filhos a Deus. A adoção é uma das formas que torna a esterilidade fecunda. Realiza um entrelace gracioso entre o sofrimento da esterilidade do casal e a dor do abandono de uma criança. Adoção é, ao mesmo tempo, uma resposta ao apelo de uma criança e um chamado – vocação – de Deus, ressaltaram.

A Semana Nacional da Família traz também em seu bojo a nova compreensão familiar, agora envolvida pelas novas tecnologias, renovando sua maneira de conviver e dialogar. Com o advento dessas transformações, nota-se um crescimento do que também poderíamos considerar como “família de coração” por parte das Novas Comunidades e repúblicas de estudantes, onde diversas pessoas de formações, realidades e culturas diferentes se reúnem com o mesmo propósito e constituem um laço familiar. A membro consagrada da Comunidade de Aliança da Canção Nova, Fátima Lima, mora com outras duas consagradas e fala sobre a experiência.

— Pra mim é um presente de Deus morar as com meninas, pois vivemos como uma família mesmo. Às vezes eu penso que a minha família biológica está longe, mas as pessoas que moram comigo acabam sendo como se fossem da minha família de sangue, pois além de participarem ativamente da minha vida, a afinidade, o carinho e a preocupação são da mesma proporção, disse Fátima.

A Semana Nacional da Família tem como objetivo geral promover, fortalecer e evangelizar a família. Essa evangelização se dá a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, (cf. Jo 10,10) rumo ao Reino definitivo (DGAE). Logo, cabe a “família de coração” promover o fortalecimento dos laços familiares nos ensinamentos evangélicos e apontar caminhos para a solução das crises e dos problemas intrafamiliares de todo tipo, e incentivar o crescimento da espiritualidade familiar de diferentes maneiras, de tal modo que todos encontrem no lar, o ambiente mais propício para o desenvolvimento da sua vida cristã.

Filhos: reflexo do amor de Deus na família


Numa iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja em nosso país realiza todos os anos a Semana Nacional da Família, que tem a finalidade de refletir, rezar e auxiliar as famílias na vivência diária da fé e na superação dos obstáculos comuns ao nosso tempo, que atentam contra os valores da família. Por isso, entre os dias 12 e 18 de agosto, o Portal da Arquidiocese preparou um especial que irá abordar a vocação de cada membro da família com o objetivo de valorizar o ambiente familiar e o ser humano, além de incentivar à família a ser uma educadora dos valores da Igreja. Nesta terça-feira, 14 de agosto, o especial trata sobre os filhos.

Os laços do matrimônio despertam no homem e na mulher a vocação ao amor, dada por Deus a todo ser humano. A partir desse matrimônio começa-se a construir uma nova família na qual o casal está unido em vista o bem de ambos e a geração e educação dos filhos. Os filhos são a semente do casal, são as paredes que ajudam na construção dessa família.

"Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra" ( Efésios 6:1-3). Em conformidade com esta passagem bíblica, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e Bispo Referencial da Pastoral Familiar no Regional Leste 1 e na Arquidiocese do Rio, Dom Antonio Augusto, recordou que, Jesus, Filho de Deus, ao proferir a sua aula magna sobre filiação aponta a obediência:

— Deus-Homem, é o Criador do Universo, é o Poder infinito, é o Amor sem fim. Jesus, Filho Eterno do Pai, filho no tempo de Maria, filho adotivo de José, profere a aula-magna sobre a filiação, cujo conteúdo principal consiste na virtude da obediência. (...) Ser filhos é ser pessoas em crescimento, em amadurecimento, desde que a obediência se viva com alegria e amor.

De acordo com os Assessores Arquidiocesanos do Setor Pré-Matrimonial do Rio, Ronaldo e Tatiana Melo, a vinda dos filhos reflete o amor de Deus.

— Nesse momento Ele nos mostra que o carinho, a atenção e o afeto que cada pai e cada mãe devem ter com seus filhos não é divido, mas é multiplicado. E, a exemplo do próprio Cristo, os filhos, enquanto irmãos, são apoio e sustento para toda a família, explicou o casal.

Os filhos são chamas vivas do amor de Deus na família, representam a unidade do casal e muitas vezes são eles que através de seus testemunhos conseguem levar a palavra do Evangelho para toda a família.

Confira o especial da Semana Nacional da Família. Amanhã, o tema abordado será "Família de Coração".

“Maria tem um coração alargado como o de Deus”


O Papa Bento XVI celebrou, na manhã desta quarta-feira, dia 15 de agosto, a Santa Missa na paróquia pontifícia de “São Tomás de Villanova”, em Castel Gandolfo. Neste dia, a Igreja celebra a Solenidade da Assunção da Virgem Maria. O Pontífice lembrou, na homilia, que na Assunção é possível ver que há espaço para o homem em Deus e que Maria, estando unida a Ele, não se distancia, mas participa da presença de Deus e tem um coração grande como o Dele.

— Em Deus, há espaço para o homem, e Deus está perto, e Maria, unida a Deus, está muito perto, tem um coração alargado como o coração de Deus, disse o Papa.

O Santo Padre também destacou outro aspecto, que é o fato de haver espaço no homem para Deus. E esta presença, segundo o Pontífice, se realiza na fé.

— Na fé abrimos as portas do nosso ser para que Deus entre em nós, para que Deus possa ser a força que dá vida e caminho ao nosso ser, afirmou.

Bento XVI explicou que a solenidade da Assunção é um convite para louvar a Deus e olhar para a grandeza de Nossa Senhora, “para que conheçamos Deus na face dos seus”. Para explicar o porquê de Maria ser glorificada na assunção ao céu, o Papa citou o trecho do Evangelho de São Lucas, em que se vê a raiz da exaltação e do louvor à Maria na expressão de Isabel: “Feliz aquela que acreditou” (Lc 1, 45).

— E o Magnificat, este canto ao Deus vivo e operante na história é um hino de fé e de amor, que brota do coração da Virgem. Ela viveu com fidelidade exemplar e guardou no mais íntimo do seu coração as palavras de Deus ao seu povo, as promessas feitas a Abraão, Isaac e Jacó, destacou Bento XVI.

O Papa lembrou ainda que Deus aguarda seus filhos, de forma que os fiéis não caminham sozinhos e, indo ao outro mundo, encontram a bondade da Mãe, o Amor eterno.

— Deus nos espera: esta é a grande alegria e a grande esperança que nasce exatamente desta festa. Maria nos visita, é a alegria da nossa vida e é a esperança da nossa alegria, ressaltou.

Leia na íntegra a homilia: Homilia de Bento XVI - Festa da Assunção de Maria.doc

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A família e a superação das dificuldades.


O sofrimento, o limite e a morte fazem parte da nossa condição de criaturas, assinalada pela experiência do pecado, ruína de toda a beleza, corrupção de toda a bondade. Mas isto não significa que somos vencidos; pelo contrário, a consciência e a aceitação desta condição estimula-nos a confiar na presença bondosa de Deus, que sabe renovar todas as coisas.
No texto Bíblico (Mt 2, 13-21): O anjo convida São José a despertar, levantar , “tomar” o menino, fugir... e confiar, permanecendo numa terra estrangeira até que o Senhor avise. José assume as suas responsabilidades, é protagonista da sua própria condição, mas não se sente sozinho, porque conta com o olhar d’Aquele que sustenta e é providente à vida de todo ser humano. José parte “durante a noite”.
A confiança de São José em Deus não tira as dificuldades que teve de passar, mas concede as condições para que ele possa viver em todas as situações, sem jamais desesperar. Notemos que São José está acordado (tem consciência de sua capacidade humana), é capaz de enfrentar os acontecimentos e proteger a vida da mãe e do menino; mas ele age também na plena consciência de que é assistido pela salvaguarda eficaz de Deus.
Eis o significado da viagem para o Egito: a busca de um lugar seguro, para além da noite, que proteja contra as ameaças, preserve da violência, restitua a esperança e permita conservar uma boa ideia de Deus e da vida.
O texto que narra a viagem da família de Jesus durante a noite rumo a uma terra estrangeira por causa da criança que estava em perigo nos exorta a refletir naquilo que acontece também nos dias de hoje em muitas famílias, que são obrigadas a deixar as suas habitações seja pelas exigências do trabalho, seja pela miséria, seja pela busca de melhores condições de vida e saúde, para poderem oferecer aos seus filhos um contexto de vida melhor. Os pais sentem-se mal quando os filhos choram; sofrem e fazem de tudo para aliviar a sua dor. Fazem aquilo que podem, para que a vida dos seus filhos seja boa, seja um dom, seja abençoada em nome de Deus.
Trata-se da viagem da construção da família, da geração e da educação dos filhos, caminho árduo, difícil e exigente, no qual as numerosas dificuldades, das quais nenhuma família é preservada, são situações que às vezes podem levar os membros da família a desanimar.
Assim com fez São José, é fundamental saber “ouvir o anjo”, discernir espiritualmente os acontecimentos e os momentos da nossa vida familiar, para que as relações sejam sempre purificadas, favorecidas e curadas. A família vive da graça de Deus, mas também de bons relacionamentos, de olhares recíprocos positivos, de estima e de garantias mútuas, de defesa e de proteção.
A família é a primeira escola dos afetos, o berço da vida humana, onde o mal pode ser enfrentado e superado. A família é um recurso precioso de bem para a sociedade. Ela constitui a semente da qual nascerão outras famílias, chamadas a melhorar o mundo.
Quando São José toma o menino e a sua mãe, ele obedece e afasta-os do perigo. Herodes, que devia ser garantia da vida do seu povo, na realidade transformou-se no perseguidor do qual precisa-se escapar. Também hoje, a família enfrenta muitos perigos: sofrimentos, egoísmos, pobrezas e infidelidades, mas também ritmos de trabalho excessivos, consumismo, competição, indiferença, abandono, solidão... aquilo que seria dom de Deus, se transforma em maldição.
Contudo, sabemos em quem colocamos nossa confiança e acreditamos e lutamos por um mundo cristão. Deus nos capacita a transformar as maldições em bênçãos.
A esta obra parece ser chamado, em primeiro lugar, o pai: é ele que acorda e toma a iniciativa. A São José estão confiados o filho e a mãe; ele sabe que deverá levá-los para o Egito, para um lugar seguro. “Toma o menino e a sua mãe”, diz duas vezes o anjo, e o texto retoma mais duas vezes estas mesmas palavras.
Elas ressoam como um encorajamento aos pais, a superar as incertezas, a ir em frente, a cuidar do menino e da mãe. Hoje, as ciências humanas redescobrem a importância decisiva da figura paterna para o crescimento integral dos filhos.
O pai encontra a sua identidade e o seu papel, quando protege a mãe, ou seja, quando cuida da relação conjugal. O entendimento dos pais é decisivo para proteger e encorajar os filhos.

Semana Nacional da família 2012
Faça algo pela sua família nesta semana!

- Crie um Santuário doméstico: local apropriado e de destaque na casa, em cima de uma mesa com toalha branca, coloque a Bíblia, o terço, a(s) imagem(ns) de Santos ou da Virgem Maria, vaso com flores e vela(s). Colocar papel e caneta para escrever pedidos de oração da família ( deixar montado até domingo).
- Visite, telefone, escreva carta ou envie um e mail para duas pessoas da sua família que se encontram em situações difíceis.

No Angelus, Papa afirma que a Assunção nos indica o futuro da humanidade.



Nesta quarta-feira, 15, quando a Igreja celebra a Assunção de Nossa Senhora ao céu, Bento XVI rezou a oração mariana do Angelus junto aos fiéis que foram a Castel Gandolfo neste dia feriado na Itália e na Europa.
Antes da oração, ele explicou que a festa da Assunção é uma realidade que toca também nós, porque nos indica de modo luminoso nosso destino, o da humanidade e da história. Retomando amplamente o que já havia ilustrado na Missa desta manhã, o Papa sintetizou a idéia que depois da morte, não há o vazio, mas o abraço amoroso de Deus. Por isso, a festividade de hoje, para o cristão, é “estritamente ligada à Ressurreição”.

Bento XVI recordou aos mais de 3 mil fiéis reunidos no pátio da residência que a proclamação do dogma da Assunta ocorreu em 1950 com o Papa Pio XII, e brevemente, citou a tradição das Igrejas ortodoxas russas, que fala de ‘Dormição’ e não de Assunção.

Encerrando, o Papa lembrou um trecho da Constituição conciliar Lumen Gentium: “Maria, depois de elevada ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Ela cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada”.

Após a oração, o Papa fez breves saudações em algumas línguas. Hoje foi a vez também do português:

Saúdo cordialmente os fiéis brasileiros de Umuarama e Paranavaí e demais peregrinos de língua portuguesa, sobre cujos passos e compromissos cristãos imploro, pela intercessão da Virgem Mãe, as maiores bênçãos divinas. Deixai Cristo tomar posse da vossa vida, para serdes cada vez mais vida e presença de Cristo! Ide com Deus”.

Semana nacional da Família: O Segredo de Nazaré e a Família gera a vida



De 12 a 18 de agosto está acontecendo em todo o Brasil, a Semana Nacional da Família. Como este é um momento de partilha, reflexão e celebração entre grupos familiares e comunitários pelas paróquias de todo país, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), organizou um texto a partir das Catequeses preparatórias ao 7º Encontro Mundial das Famílias, que aconteceu em Milão, Itália, para servir como mais um instrumento para trabalhar o tema da Semana Nacional da Família 2012: ‘A família: o trabalho e a festa.’

O Segredo de Nazaré
A família não gera apenas a vida física, mas se abre à promessa e à alegria. A família torna-se capaz de receber e compartilhar a história de cada um, as tradições familiares, a confiança na vida e a esperança no Senhor. A família torna-se capaz de gerar quando faz a partilha dos dons recebidos, quando conserva o ritmo da existência quotidiana entre trabalho e festa, entre afeto e caridade, e entre compromisso e gratuidade.
Na família se conserva e transmite a vida, no casal e aos filhos, com o seu ritmo, com as suas dores e alegrias, paz e sonho, ternura e responsabilidade. Ela é um lugar de descanso e de motivação, com chegadas e partidas. Por isso o trabalho não pode tornar a casa deserta e triste, mas a família é convidada a aprender a viver e a conjugar os tempos do trabalho com aqueles da festa.
Muitas vezes, os membros da família confrontam-se com situações desafiantes, que dificultam viver o ideal cristão. Entretanto, os discípulos do Senhor são aqueles que, vivendo na realidade das situações, sabem dar sabor a todas as coisas, mesmo aquilo que, aparentemente, não se consegue mudar: são o sal da terra.
De modo particular, o domingo deve ser tempo de confiança, de liberdade, de encontro, de descanso e de partilha. O domingo é o momento do encontro entre o homem e a mulher. É acima de tudo o Dia do Senhor, o tempo da oração, da Palavra de Deus, da Eucaristia e da abertura à comunidade e à caridade. E deste modo, também os dias da semana receberão luz do domingo e da festa: haverá menos dispersão e mais encontro, menos pressa e mais diálogo, menos coisas e mais presença.

Família gera a Vida
A família natural nasce do casal: homem e mulher, na sua própria diferença sexual, à imagem do Deus da aliança. Nela, a linguagem do corpo tem um grande relevo, narra algo acerca do próprio Deus. A aliança que um homem e uma mulher, na sua diferença e complementaridade, são chamados a viver revela a imagem e semelhança do Deus Trino aliado do seu povo.
O corpo feminino está predisposto a desejar e a receber o corpo, a “mente” e “coração” masculino, e vice-versa. O encontro com uma pessoa do outro sexo suscita sempre curiosidade, apreço, desejo de se fazer notar, de dar o melhor de si, de demonstrar o próprio valor, de cuidar, de proteger... Trata-se de um encontro sempre dinâmico, cheio de vitalidade, porque é no relacionamento com o outro que descobrimos e desenvolvemos a nós mesmos. A identidade masculina e feminina são evidenciadas especialmente quando, entre o casal, surge a maravilha do encontro e do desejo de estabelecer um vínculo – até que a morte os separe.
Quando os dois cônjuges se entregam totalmente um ao outro, pela atração, companhia, diálogo, amizade, companheirismo, amor, doação e comprometimento, doam-se entre si e também doam-se aos filhos. Tal dinâmica do dom é desvalorizada, cada vez que a lógica do amor e do Evangelho é substituída pela lógica do lucro e do individualismo, quando o dom de si mesmo é diminuído pela busca selvagem do poder, do domínio e da própria afirmação egoísta, e principalmente, quando a utilização da sexualidade exclui toda a abertura à vida.
O casal que compartilha admiração, gratidão, acolhimento, dedicação, comprometimento e principalmente amor cristão que se supera toda forma de solidão – gerando aliança e gratidão pelas obras maravilhosas de Deus –, se torna um terreno fértil onde a vida humana é semeada, germina e vem à luz. Lugar de vida, lugar de Deus: acolhendo tanto um como o outro, o casal humano realiza o seu destino ao serviço da criação, gerando filhos e, tornando-se cada vez mais semelhante ao seu Criador, podendo assim, percorrer o caminho rumo à santidade.