Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Papa saúda participantes do simpósio sobre o pensamento de “Joseph Ratzinger”



O Papa Bento XVI saudou, no final da Catequese desta quarta-feira, 7 de novembro, os peregrinos de língua portuguesa.
Na saudação, o Pontífice fez referência ao 2º Simpósio sobre o pensamento de “Joseph Ratzinger”, intitulado “Humanização e Sentido da Vida”, que já recebeu a adesão de mais de 90 Universidades e será realizado nos dias 8 e 9 de novembro, na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio).
— O homem traz dentro de si um misterioso desejo de Deus. E, embora muitos dos nossos contemporâneos possam objetar que não sentem tal desejo, este não desapareceu completamente do seu coração. Na verdade, por detrás dos mais diversos desejos que o movem, esconde-se um desejo fundamental, que nunca está plenamente saciado. O homem conhece bem aquilo que não o sacia, mas não pode imaginar nem definir o que lhe faria experimentar aquela felicidade de que sente nostalgia no coração. O homem é um “mendigo de Deus” e só em Deus encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso. Por isso, não se trata de sufocar o desejo que está no coração do homem mas de o libertar, a fim de que possa alcançar a sua verdadeira altura. (...) Saúdo os Reitores, Professores, Autoridades e estudantes das diversas Universidades que amanhã, no Rio de Janeiro, começam o Simpósio sobre “Humanização e Sentido da Vida”. Em um mundo em rápida mudança, é preciso ajudar o homem a descobrir, juntamente com o sentido da vida, a própria arte de viver. Faço votos de que os trabalhos destes dias mostrem como a razão, iluminada pela fé, é capaz de alargar o seu horizonte para enfrentar, com alegria, os grandes desafios da vida, afirmou Bento XVI.
O evento é organizado pela PUC-Rio, pela Fondazione Vaticana Joseph Ratzinger – Benedetto XVI e pela Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Em seu artigo intitulado “II Simpósio sobre o pensamento de Joseph Ratzinger”, publicado no Portal da Arquidiocese em 06/11/2012, o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, recordou que "Bento XVI vem amiudando e aprofundando o diálogo com os jovens" e que a Universidade, com esse encontro, irá proporcionar ao mundo acadêmico importantes reflexões: 

"Este momento que a Igreja vive, na convergência de tantos propósitos, motivou os organizadores do Simpósio a refletirem sobre o pensamento do Papa como forma de diálogo com os jovens a respeito da fé. Assim é que a PUC-Rio, em parceria com a Fondazione Vaticana Joseph Ratzinger - Benedetto XVI e a Arquidiocese do Rio de Janeiro, trouxe à nossa cidade este evento, em comemoração aos 40 anos do seu Departamento de Teologia. Quando me refiro ao momento em que a Igreja vive, sem dúvida devemos reconhecer que ele é, em grande parte, fruto da inspiração e da iniciativa do nosso atual Papa. Bento XVI vem amiudando e aprofundando o diálogo com os jovens, e este Simpósio, promovido pela PUC-Rio, descortina à nova geração do mundo acadêmico alguns pontos importantes das suas reflexões", ressaltou Dom Orani no artigo.
O Arcebispo do Rio considera o Simpósio uma excelente oportunidade para se conhecer melhor o grande tesouro que o pensamento de Joseph Ratzinger representa para a Igreja e o mundo.
— O encontro pretende apresentar o pensamento de Joseph Ratzinger enquanto teólogo, sua interpretação do dado revelado, sua visão do mundo e o diálogo com a cultura atual. Essa interpretação, por sua vez, enquanto autêntica reflexão sobre a verdade, fornece à sua atuação no Magistério da Igreja a solidez e a argúcia de espírito que caracterizam os documentos do seu pontificado. Não se pode esquecer, também, a conotação mística que permeia suas reflexões, ao lembrar que tudo parte de Cristo e a Ele retorna, como fonte e arremate de nossa vida e missão. (...) Felizmente, nós temos Bento XVI como Supremo Pastor da Igreja, que nos guia e ensina, em nome de Jesus Cristo, concluiu.
Programação (www.simposiopucrio.teo.br

Indulgências: o que são?



As indulgências são obras boas que devem ser praticadas com profundo amor a Deus e total repúdio ao pecado já absolvido pelo sacramento da Penitência, a fim de que o amor a Deus, assim animado nos corações, apague os resquícios do pecado que costumam permanecer no cristão mesmo após a absolvição sacramental.
O fiel católico que lucra uma indulgência pode aplicá-la às almas do purgatório, isto é, pedindo a Deus que o amor ao Senhor existente naquelas almas acabe de erradicar qualquer vestígio de pecado nela.

Para ter noção do que são as indulgências na Igreja, devemos aprofundar alguns pontos doutrinários:

Todo pecado acarreta a necessidade de expiação ou reparação, pois o pecado não é somente a transgressão de uma lei, mas é também a violação da ordem de coisas estabelecidas pelo criador. Por isso, para que haja plena remissão do pecado, é necessário não somente que o pecador obtenha de Deus o perdão, mas também repare a ordem violada (é o que se chama expiação). Assim quem rouba um relógio, não precisa apenas pedir perdão a quem foi roubado, mas deve também devolver o relógio ao seu dono. A própria Sagrada Escritura nos mostra que o Senhor Deus, mesmo após haver perdoado a culpa do pecador, exigiu a expiação (cf. Tb 4,11s) – ler também Catecismo da Igreja Católica (CIC), nº 1472.

1. Com a sua paixão, morte e ressurreição, Jesus adquiriu um tesouro infinito de graças para a humanidade, e confiou este tesouro à Sua Igreja. A chave deste tesouro foi dada a Pedro e seus sucessores. Não só o tesouro da Eucaristia, mas todos os méritos de Cristo foram confiados à Igreja. Falando deste “tesouro da Igreja”, o Catecismo ensina que ele são os bens espirituais da comunhão dos santos, “que não é uma soma de bens comparáveis às riquezas materiais acumuladas no decorrer dos séculos, mas é o valor infinito e inesgotável que tem, junto a Deus, as expiações e os méritos de Cristo nosso Senhor, oferecidos para que a humanidade toda seja libertada do pecado e chegue à comunhão com o Pai. É em Cristo, nosso redentor, que se encontra em abundância as satisfações e os méritos de sua redenção”. (cf. Hb 9,11-22; 7,23-25). Cristo confiou a sua Igreja as chaves para administrar o tesouro da redenção, como podemos ler em Mt 16,16-19.

2. Consciente do poder das chaves que Cristo lhe concedeu, a Mãe Igreja distribui aos seus filhos este tesouro infinito de graças. Só a Igreja, que é o “Sacramento universal da salvação da humanidade” (LG nº 48), por vontade expressa do Pai e do Filho, pode conceder as indulgências. O Catecismo ensina sobre as indulgências que: “a indulgência se obtém pela Igreja que, em virtude do poder de ligar e desligar que Cristo Jesus lhe concedeu, intervém em favor do cristão, abrindo-lhe o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos para obter do Pai das misericórdias as remissões das penas temporais devidas aos seus pecados. Assim, a Igreja não só vem em auxílio do cristão, mas também o incita a obras de piedade, de penitência e de caridade” (CIC, 1478).

Após o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI procedeu a uma revisão da instituição das indulgências, promulgando a Constituição “Indulgentiarum Doctrina”, datada de 1967. Eis alguns traços do citado documento: a Igreja continua a conceder indulgências plenárias e indulgências parciais. Aquelas significam a remissão de toda a satisfação correspondente a pecados já absolvidos; estas, a remissão de parte desta satisfação. Fica, porém, abolida a indicação de dias e anos de indulgência parcial. O valor das indulgências parciais é doravante expresso em termos mais compreensíveis. Com efeito, sabemos que toda boa obra (prece, esmola, mortificação...) tem anexa a si um determinado mérito; se alguém realiza tal obra em espírito de contrição, adquire a remissão de uma parte de sua satisfação purgatória. Pois bem, o Papa Paulo VI determinou que as pessoas que praticam uma ação indulgenciada pela Igreja obtêm, além da remissão anexa ao ato bom como tal, uma igual remissão devida à intervenção da Igreja. Isto significa, em última análise, que a medida das indulgências parciais é a medida do arrependimento e do amor a Deus com que alguém pratica a ação indulgenciada; se o cristão a realiza com ânimo rotineiro e tíbio, pouco lucra; ao contrário, quanto mais fervor ele empenhar na execução da obra indulgenciada, tanto mais também será ele indulgenciado.

Para que alguém possa lucrar indulgência plenária, requer-se que, além de executar a obra indulgenciada, faça uma confissão sacramental, receba a Comunhão Eucarística, ore segundo as intenções do Sumo Pontífice (um Pai Nosso e uma Ave Maria, por exemplo) e não guarde o mínimo apego a qualquer pecado, ainda que seja leve. A confissão sacramental pode ser efetuada alguns dias antes ou (se não houver pecado grave) depois da obra indulgenciada. A Comunhão, porém, e a oração pelo Sumo Pontífice deverão ocorrer no dia mesmo em que se realizar a obra. Basta uma confissão sacramental para se adquirir mais de uma indulgência plenária. Requer-se, porém, uma Comunhão e uma oração pelo Santo Padre para cada indulgência plenária.

O novo catálogo de indulgências assinala várias obras de piedade como indulgenciadas. Antes do mais, porém, propõe três grandes concessões:

1. É concedida indulgência parcial a todo cristão que, no cumprimento de seus deveres e no suportar das tribulações da vida presente, levante a mente a Deus com humildade, confiança, proferindo ao mesmo tempo alguma invocação piedosa (com os lábios ou só com a mente);

2. É concedida indulgência parcial ao cristão que, movido por espírito de fé e de misericórdia, coloca a sua pessoa ou os seus bens ao serviço dos irmãos que padecem necessidade; e,

3. É concedida indulgência parcial ao cristão que, movido por espírito de penitência, se abstenha espontaneamente de algo que lhe seja lícito e agradável.

Mediante estas três normas, a Igreja visa estimular os seus filhos a uma vida fervorosa, animada por espírito de fé, de amor e de configuração a Cristo.

Escola Mater Ecclesiae / RJ

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Bento XVI: "O amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis"


Milhares de fiéis e peregrinos participaram do Angelus deste domingo, 4 de novembro, na Praça São Pedro, conduzido por Bento XVI, dia em que a Igreja no Brasil celebra a Solenidade de Todos os Santos.
O Papa destacou que este domingo nos repropõe o ensinamento de Jesus sobre o mandamento do amor, que é duplo: amar a Deus e amar o próximo.
"Os Santos, que celebramos recentemente juntos numa única festa solene, são aqueles que confiando na graça de Deus, buscam viver segundo essa lei fundamental. Na verdade, o mandamento do amor pode ser colocado em prática plenamente somente por quem vive uma relação profunda com Deus, assim como a criança se torna capaz de amar a partir de um bom relacionamento com sua mãe e seu pai" – frisou o Papa.
"São João de Ávila, que recentemente proclamei Doutor da Igreja, assim escreve no início de seu Tratado do Amor de Deus: 'A causa que mais impulsiona o nosso coração ao amor de Deus é considerar profundamente o amor que Ele teve por nós. Isto, mais que os benefícios, impele o coração para amar, porque quem faz a outro um benefício, lhe dá algo que possui; mas aquele que ama, se doa com o que tem, sem que lhe sobre algo para oferecer. Antes de ser um mandamento, o amor é um dom, uma realidade que Deus nos revela e nos faz experimentar, para que como uma semente possa germinar também dentro de nós e se desenvolver em nossa vida'" – sublinhou ainda Bento XVI.
"Se o amor de Deus aprofundou suas raízes numa pessoa, ela se torna capaz de amar até mesmo quem não merece, como Deus faz conosco. O pai e a mãe não amam os filhos somente quando eles merecem: os ama sempre, até mesmo quando faz com que eles entendam que estão errados. De Deus aprendemos a querer sempre e somente o bem e nunca o mal. Aprendemos a olhar o outro não somente com os nossos olhos, mas com os olhos de Deus, que é o olhar de Jesus Cristo. Um olhar que vem do coração e não para na superfície, mas vai além das aparências e consegue captar os anseios profundos do outro: de ser ouvido, de uma atenção; numa palavra: de amor. Mas se verifica também o sentido inverso: abrindo-me ao outro assim como ele é, indo ao seu encontro, tornando-me disponível, eu me abro também para conhecer a Deus, para sentir que Ele existe e é bom" – destacou o pontífice.
O Papa explicou que o "amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis e estão em relação recíproca. Jesus não inventou nem um nem outro, mas revelou que eles são um único mandamento, e o fez não só com palavras, mas, sobretudo, com o seu testemunho: a Pessoa de Jesus e todo o seu mistério encarnam a unidade do amor a Deus e ao próximo, como os dois braços da Cruz, vertical e horizontal. Na Eucaristia, Ele nos doa esse duplo amor, doando-nos a Si mesmo, para que, alimentados por esse Pão, nos amemos uns aos outros como Ele nos amou."
Bento XVI concluiu sua alocução, pedindo a intercessão da Virgem Maria a fim de que "todo cristão saiba mostrar a sua fé no único Deus verdadeiro com um testemunho claro de amor ao próximo".