Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fátima espera milhares de crianças em peregrinação anual



O Santuário de Fátima, em Portugal, prepara-se para acolher hoje e amanhã milhares de crianças que se dirigem à Cova da Iria numa peregrinação iniciada há 35 anos.
O programa inicia-se hoje pelas 18h, com a visita aos locais onde em 1916 um anjo apareceu a Jacinta e Francisco Marto, beatificados pelo Papa João Paulo II, e a Lúcia, crianças que então pastoreavam rebanhos.
Às 21h vão ser oferecidas flores à imagem da Virgem situada na Capelinha das Aparições e meia hora depois decorre o Rosário (Terço), seguido da procissão de velas no recinto.
O domingo, dia mais importante da peregrinação, inicia-se às 9h00 com nova oferta de flores, e às 9h30 a Igreja da Santíssima Trindade recebe a iniciativa “A atitude dos Pastorinhos, magia de Deus”, com o ilusionista Nuno André, que se repete às 15h.

O encontro prossegue às 10h com o Rosário, continua às 11h com a missa presidida pelo bispo de Coimbra e anterior reitor do Santuário, Dom Virgílio Antunes, e termina às 16h com uma celebração de despedida na Igreja da Santíssima Trindade.
A peregrinação subordina-se à pergunta “Que é que vossemecê me quer?”, que Lúcia dirigiu a 13 de maio de 1917 à Virgem Maria, quando da primeira das seis aparições que ocorreram até outubro.
A interrogação traduz a “atitude de disponibilidade dos Pastorinhos” assinala o desdobrável da peregrinação, onde também se explica a “campanha de maio”, que visou aprofundar nos mais novos o acolhimento à vontade da mãe de Cristo.
As 18 mil crianças que aderiram à iniciativa escolheram palavras associadas à disponibilidade e escreveram-nas num postal, dentro de folhas de azinheira desenhadas, uma referência à árvore ainda hoje plantada junto à Capelinha das Aparições e onde a Virgem apareceu pela primeira vez, segundo o relato dos pastorinhos.
A peregrinação começou experimentalmente em 1977, organizada pelo Secretariado da Catequese do Patriarcado de Lisboa, Cruzada Eucarística, Comissão da Causa de Canonização dos Pastorinhos e Santuário de Fátima.


Brincadeira, família e fé aproximam pastorinhos das crianças de hoje, diz responsável pela causa de canonização
Francisco era «tranquilo» e «não gostava de brigas ou lutas», enquanto Jacinta «era mais extrovertida, mais brincalhona, mais espontânea»
Há mais semelhanças do que diferenças entre os pastorinhos de Fátima e as crianças nascidas no século 21, apesar dos cem anos que separam essas gerações, considera a responsável pela causa de santificação de Francisco e Jacinta Marto.
“Os pastorinhos, que foram crianças do início do século 20, têm bastante a dizer às crianças do século 21. Ainda que com 100 anos de diferença, a natureza humana essencialmente não vai mudando. O ser humano é o mesmo”, sublinhou a irmã Ângela Coelho, vice-postuladora da Causa dos Pastorinhos.
Francisco e Jacinta Marto, beatificados no ano 2000 pelo Papa João Paulo II, e a sua prima, Lúcia, que de maio a outubro de 1917 testemunharam seis aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e imediações, “gostavam de brincar, gostavam da família e gostavam de estar uns com os outros”, afirmou.
A vice-postuladora da Causa dos Pastorinhos sublinha que as aparições de um anjo, ocorridas em 1916, “potencializaram” características já existentes nas três crianças, como a “a abertura ao transcendente” e a “disponibilidade para o que Deus vai fazendo delas”.
“Os pastorinhos ensinam-nos a confiar e a não nos fecharmos a uma relação com Deus”, manifestando a sua espiritualidade através de “orações simples e ofertas à sua medida”, assinala a religiosa, que traça o perfil psicológico dos videntes.
Francisco era “tranquilo” e “não gostava de brigas ou lutas”, enquanto que Jacinta “era mais extrovertida, mais brincalhona, mais espontânea”, embora tivesse o “defeito de amuar quando as coisas não lhe corriam bem”, assinala.
Este sábado e domingo a Cova da Iria recebe a 35.ª peregrinação das crianças, que o Santuário tem procurado adaptar às capacidades de entendimento dos mais novos, ao mesmo tempo que insiste nos “modelos concretos” dos pastorinhos, exemplos com que as crianças se podem relacionar.
“É fácil perceber que houve um menino Francisco, como eles, que gostava de um Jesus escondido, e que eles podem aprender nas suas paróquias a fazer companhia ao Jesus escondido, por exemplo antes da missa”, aponta a responsável, referindo-se à adoração ao Santíssimo Sacramento, hóstia consagrada que para os católicos é o próprio Cristo.
Também se torna claro que Jacinta “gostava muito de Nossa Senhora e por isso rezava todos os dias o terço”, hábito que as crianças também podem imitar, apontou a vice-postuladora.
“Creio que uma criança que em pequena vem a Fátima, nunca mais o esquece. Por muito que a sua vida na juventude e idade adulta a afaste de Deus, fica esta semente”, declarou. peregrinação tem-se tornado “numa das maiores” da Cova da Iria “porque com as crianças vêm os adultos, os pais e os avós, os catequistas e tios”: “o santuário fica colorido e evidencia-se a vivência da família”.

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