Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

terça-feira, 19 de março de 2013

O Sacramento da Penitência


A Igreja possui sete sacramentos, ou seja, sinais sagrados visíveis e eficazes da graça divina. Destes sete, dois, de forma especial, estão ligados mais estritamente ao perdão dos pecados: o batismo e a penitência. 
Através deles, o Senhor Ressuscitado continua perdoando e santificando os homens, os admitindo a sua comunhão. Segundo o Compêndio do Catecismo, na pergunta 297, “Cristo instituiu o sacramento da penitência para a conversão dos batizados que se afastaram dele pelo pecado”. Assim, os batizados, precisam conhecer e celebrar este sacramento para voltarem a viver próximos de Jesus após o pecado.

Os diversos nomes deste sacramento
Este sacramento possui muitos nomes em virtude da riqueza de experiências vividas nele. Quando ele é chamado “da Penitência”, se coloca a ênfase na prática da contrição, do arrependimento pelas atitudes pecaminosas e das práticas de satisfação. Pode se chamar “da Conversão”, mostrando a vontade de afastar-se do caminho do pecado e de retornar ao caminho de Deus. É nomeado, ainda, como “da Confissão” porque em sua celebração o penitente confessa diante do sacerdote seus pecados. Outro nome dado a ele é “do Perdão” porque pela absolvição sacramental se consegue a paz e a absolvição das faltas. Também é conhecido como “da Reconciliação”, pois enfatiza a relação de amizade retomada com Deus.

O Sacramento da Penitência na Sagrada Escritura
Olhando a missão de Jesus, nos evangelhos, podemos ver que Ele veio para anunciar a conversão (Mc 1,15), para perdoar os pecados (Mt 9,6) e para chamar os pecadores ao discipulado (Mc 2,17). A entrega da sua vida na Cruz foi entendida como o grande sacrifício de amor para a remissão dos pecados (Mt 26,27-28). Esta mesma missão de perdoar os pecados, o Senhor confiou a sua Igreja por intermédio de seus apóstolos (Jo 20,23). Assim, podemos ver na Igreja apostólica o exercício deste ministério quando os apóstolos anunciam a conversão, o discipulado e efetuam, pelo poder de Cristo, o perdão dos pecados (At 3,19.26; 10,43; 13,38). A prática de confessar os pecados e rezar pelos penitentes também aparece no texto de Tg 5,16. 

O Sacramento da Penitência na História
Os estudiosos nos mostram que nestes vinte séculos de exercício do ministério do perdão, a Igreja se utilizou de quatro formas para melhor conduzir o pecador ao arrependimento, à conversão e à reconciliação com Deus. A penitência canônica (do século segundo ao sexto) era celebrada em três momentos: confissão dos pecados ao bispo, a prática de obras penitenciais e a reconciliação. A penitência tarifada (do século sétimo ao 12) constava de três momentos: a confissão, a reconciliação e a obra penitencial aplicada pelo confessor. É nesta segunda fase que se multiplicou a possibilidade de se confessar. Antes só se podia celebrar a penitência uma única vez após o batismo. A penitência de confissão (do séc. 13 ao 107) fez recair a ênfase na acusação da consciência, atrita ou contrita, diante do confessor. 

O Sacramento da Penitência 
A quarta fase é a atual. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos apresenta as fases do sacramento: a contrição ou a atrição; a confissão dos pecados diante do ministro; e a satisfação. Para celebrar o sacramento da reconciliação, é necessário ter sido batizado e ter cometido pecado. O exame de consciência auxilia o cristão a averiguar quais pensamentos, palavras, atos e omissões o levaram a pecar. É diante desta consciência que nasce a contrição (uma dor da alma e detestação do pecado cometido, com uma resolução de não mais pecar) ou a atrição (se dá pela consciência de ter cometido uma falta contra Deus, com o propósito de emenda). 

A segunda parte do sacramento é a confissão destes pecados ao sacerdote. A consciência do pecador, devidamente examinada, oferece a matéria para o perdão. Na celebração se recomenda a leitura da Sagrada Escritura para iluminar a ação salvadora de Deus sobre o penitente. Após a acusação de si, o ministro vai impor uma penitência. Esta deve visar sempre à reparação dos atos cometidos e o restabelecimento da ordem ferida pelo pecado. Assim, a terceira parte é o cumprimento da penitência posta pelo confessor. O sacramento é devidamente celebrado quando estas três etapas (arrependimento, confissão e prática penitencial) são vividas.

Para aprofundar...
Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC, do número 1422 até 1498; o Compêndio do Catecismo, da pergunta 296 a 312; e, o Youcat, da pergunta 224 até a 239.

Pe. Vitor Gino Finelon
Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese
Mater Ecclesiae e Luz e Vida

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