Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

terça-feira, 14 de maio de 2013

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos



O QUE DEUS EXIGE DE NÓS 
Miqueias é dos profetas da Bíblia. Viveu num momento difícil da história do seu povo. Muita destruição e dor. Como todo profeta, recebeu a missão de animar e educar o povo, anunciando o projeto de Deus e denunciando tudo o que contraria o seu Plano de amor.
A certa altura da vida, ele se questiona: “Com que hei de comparecer diante do Senhor?” Com holocaustos? Desejará o Senhor bezerros, óleo? Ou que eu sacrifique meu filho? E logo responde: “Foi-te dado a conhecer o que é bom, o que o Senhor exige de ti: nada mais que respeitar o direito, amar a fidelidade e aplicar-te a caminhar com teu Deus” (Mq 6,6-8).
Esse texto foi escolhido como tema central da “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos” de 2013, em preparação para a Festa de Pentecostes, quando celebramos e recebemos o grande dom do Espírito Santo.
A beleza e a riqueza da fé cristã, a Boa-Nova que procuramos viver e anunciar, a vida e mensagem salvadora e libertadora de Jesus, tudo isso acaba sendo ofuscado e prejudicado pelas divisões tão marcantes entre os cristãos, pela falta de diálogo, pela intolerância, pela falta de um amor mais sincero e comprometido. Daí, a importância do RESPEITO a cada ser humano, a cada cultura, a cada povo.
Como a Semana de Oração acontece no mundo inteiro, o material proposto para este ano foi preparado pelo Movimento de Estudantes Cristãos da Índia. O ponto de partida foi a grande injustiça social daquele país em relação aos ‘párias’, os dalits. A classe dos dalits é considerada a mais baixa, mais impura e mais causadora de impurezas. E, por isso, é marginalizada e explorada. Cerca de 80% dos cristãos da Índia vêm dessa classe.
Mas também em nosso Brasil há um grande número de pessoas marginalizadas, exploradas, sofridas. Podemos citar, por exemplo, os moradores(as) de rua, pedintes, encarcerados(as), prostitutas, catadores(as) de lixo, portadores de AIDS, indígenas, quilombolas etc.
O convite do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) é para que nos unamos em oração pela unidade, porque unidos podemos fazer muito mais pela libertação, pela justiça, pela solidariedade em relação a tanta gente sofredora. Além da oração, que procuremos praticar o diálogo, a compreensão, a tolerância, o verdadeiro amor ao próximo. E que nos unamos na luta pelo direito à vida em plenitude. O roteiro para a Semana propõe, entre outras coisas, uma reflexão para cada dia. São as chamadas “Estações”, ou paradas para conversar, refletir, orar, assumir.
A primeira Estação aponta a importância de caminhar nas conversas, saber ouvir, dialogar dentro do respeito e da caridade. O texto bíblico para inspiração é o da torre de Babel (Gn 11,1-9). A segunda Estação nos convida a caminhar com o corpo ferido de Cristo, indo ao encontro dos mais sofridos. O texto bíblico de Lc 22,14-23 relata como Jesus partilha e se doa antes de enfrentar a cruz e a morte. A Estação 3 é caminhando para a liberdade. O Espírito nos comunica a liberdade (2Cor 3,17). Somos chamados a ser livres e a respeitar a liberdade do outro. O versículo 17 fala do “rosto descoberto”. O cartaz da Semana traz uma mulher com o rosto coberto: “um véu, uma boca velada, um olhar firme”. É a realidade de tanta gente, calada à força, amordaçada, aprisionada, mas que não desiste e olha com fé e firmeza para um futuro de liberdade e respeito.
A quarta Estação fala em caminhar como filhos da terra. “A criação geme em dores de parto” (cf. Rm 8,18-25). Precisamos ouvir os apelos da terra e dos filhos da terra. Sentir seus anseios. Cuidar da criação e, sobretudo, da criatura humana. Na quinta Estação,caminhar como amigos de Jesus. “Não chamo vocês de servos, mas de amigos” (Jo 15,15). Não podemos caminhar sozinhos. Vamos como irmãos e irmãs. É importante cultivar a amizade, com Jesus e com o próximo. Isso dá sentido à vida e a torna mais prazerosa.
Na Estação 6 lembramos que é preciso caminhar além das barreiras. Cristo destruiu o muro da separação. “Ele é a nossa paz”. Fez dos povos um só (cf. Ef 2,13-16). É preciso vencer barreiras, derrubar muros, superar preconceitos. Buscar o que nos une. Finalmente, a Estação 7 nos convida a caminhar em solidariedade. A parábola do “bom samaritano” (Lc 10,25-37) é a grande inspiração. Solidariedade com as vítimas da sociedade, com os sofredores e com todos(as) os(as) que lutam pela justiça e pela paz. Mais importante que celebrar o culto ou pregar a Bíblia, é cuidar de quem foi deixado à beira do caminho. O que Deus exige de nós? Nada mais que respeitar, ser fiel e perseverar no caminho que o Senhor nos propõe…
Pe. José Antonio de Oliveirazeantonioliveira@hotmail.com

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