Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CRISTO REI

 

Cristo Rei

Neste domingo, encerrando o Ano Litúrgico dedicado ao Evangelista Mateus, celebramos com toda a Igreja a festa de Cristo Rei do Universo. É também, no Brasil, o dia dos cristãos leigos e leigas e ainda o dia em que encerramos o Ano Catequético. Esperamos que todos os trabalhos e reflexões possam ter nos ajudado a animar e redescobrir ainda mais novos caminhos para a missão catequética em nossa pátria.
A festa litúrgica do encerramento do ano nos remete ao final da existência e à direção última, mas também nos faz ver a necessidade de Cristo reinar também hoje em nossas vidas, em nossa história, nos relacionamentos e na vida das pessoas.
Evidentemente que não se trata de um reinado à moda dos reinos ainda existentes ou recordados na história, mas um reino espiritual, pois Jesus mesmo diz perante o Governador Romano, Pôncio Pilatos: “O meu reino não é deste mundo.”
Falamos de um reino escatológico, do final dos tempos, quando Cristo Jesus, princípio e fim, atrairá todas as nações a si e Ele reinará como o “ALFA” e o “OMEGA” de toda a história.
Com efeito, enquanto peregrina na terra, a Igreja, povo de Deus, estará sempre a caminho do reinado do amor, que já existe em plenitude na eternidade, mas aqui ela será combatida e perseguida, como foi seu fundador, o Cristo Senhor.
No final dos tempos, Cristo Jesus reinará não só como Rei de toda a história, mas como o Senhor absoluto de todo o Universo.
Esse Cristo glorioso, escatológico e vencedor é recordado por São Paulo na Carta aos Filipenses, Capitulo 2, 9 a 11: “Por isso, Deus o exaltou acima de todo nome, para que, em nome de Jesus Cristo, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra e toda língua confesse: “Jesus Cristo é o Senhor” para glória de Deus Pai.”
Assim, embora o Reino de Deus, reino de amor e fraternidade, já esteja presente na Igreja, povo de Deus, compete a nós cristãos implementar esse Reino, vivendo os ensinamentos de Cristo.
O tempo presente, porém, é o tempo do Espírito e do testemunho e, ainda marcado pela tristeza e saudades do reino, mas é um tempo de esperança e vitória no Cristo que vem vindo, vem chegando, na medida em que nós vivermos o seu mistério.
O Servo de Deus João Paulo II, no ano de 1980, ensinou com clareza: “A realeza de Cristo, que nasce da morte no Calvário e culmina no acontecimento dela inseparável, a ressurreição, recorda-nos aquela centralidade, que a ele compete por motivo daquilo que é e daquilo que fez. Verbo de Deus e Filho de Deus, primeiro que tudo e acima de tudo, «por Ele — como repetimos no Credo — todas as coisas foram feitas». Ele tem um intrínseco, essencial e inalienável primado na ordem da criação a respeito da qual é a suprema causa exemplar. E depois que «o Verbo se fez homem e habitou entre nós» (Jo. 1, 14), também como homem e Filho do homem, consegue um segundo título na ordem da redenção, mediante a obediência ao desígnio do Pai, mediante o sofrimento da morte e consequente triunfo da ressurreição. Convergindo n’Ele este duplo primado, temos portanto não só o direito e o dever, mas também a satisfação e a honra de confessar o Seu excelso senhorio sobre as coisas e sobre os homens, que pode ser chamado, com termo não certamente impróprio nem metafórico, realeza. «Humilhou-se a Si mesmo, feito obediente até à morte e morte de cruz. Por isso é que Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de Jesus, todo o joelho se dobre, nos céus, na terra e nos infernos, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor» (Flp. 2, 8-11). Eis o nome de que nos fala o Apóstolo: é o nome do Senhor e serve para designar a inigualável dignidade, que só a Ele pertence e O coloca a Ele só — como escrevi no princípio da minha primeira Encíclica — no centro, mesmo no vértice do cosmos e da história. Ave Dominus noster! Ave rex noster!”
Nós, cristãos, nesse tempo de missão, de testemunho, somos chamados a ser a presença de Cristo na sociedade, por nossa fraternidade, unidade, perdão, amor aos mais fracos, marginalizados, desprotegidos e àqueles sem vez e sem voz, e dando passos para que o Reino se implante nos corações e nas vidas das pessoas e em seus relacionamentos.
É justamente aí que os cristãos leigos, presença e testemunho do evangelho no mundo, poderão exercer melhor sua vocação e ser fermento no meio da massa, quando, como Igreja, povo de Deus, unidos entre nós, forem sinais e exemplos de vida cristã em todos os segmentos da sociedade e anunciarem, com renovado ardor, o Cristo Senhor através de suas vidas e sua presença social.
Que a Solenidade de Cristo Rei nos leve ao compromisso do reino de Cristo, do qual somos participantes, artífices, membros, discípulos, apóstolos, profetas. Que a paz de Cristo, Rei da paz, impere nos corações e nos ajude a ser mais humanos, compassivos, fraternos e pacíficos.
D. Orani João Tempesta, O. Cist
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Nenhum comentário:

Postar um comentário