Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A Igreja una, santa, católica e apostólica


Quando professamos o nosso “credo”, dizemos que “cremos na Igreja Católica”. Este artigo de fé pode ser encontrado de forma mais desenvolvida no símbolo niceno-constantinopolitano, quando afirma a fé na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Estas quatro palavras condensam as afirmações essenciais sobre a Igreja e sua missão. Vejamos o significado de cada uma delas.
A Igreja é Una
Vários são os elementos de unidade da Igreja: uma única fonte (a Trindade); um único modelo (a vida íntima de Deus); um único fundador (Jesus Cristo); e uma só alma (Espírito de Deus). A expressão desta unidade espiritual é visível na própria realidade eclesial, quando todo o corpo apresenta a mesma profissão de fé e de disciplina moral; a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos; e, a sucessão apostólica, por meio do Sacramento da Ordem. Aliás, esta última se torna a base das outras, pois ao Colégio Apostólico (e os bispos são os sucessores dos apóstolos), do qual o Papa é o chefe, Jesus confiou todos os bens da Nova Aliança, para serem dispensados entre os homens.
A unidade da Igreja, conforme o Catecismo da Igreja Católica (CIC) nº 814, se apresenta com uma grande diversidade. Esta se dá, primeiro, pela riqueza de dons, carismas e ministérios que o Espírito Santo dota a Igreja, a fim de que ela cumpra sua missão. Uma segunda é o número de culturas que assimilam o Evangelho. Cada povo, com sua próprias peculiaridades, vai acolhendo e iluminando seu jeito de ser pelas palavras de Jesus. A única Igreja se espalha pelo mundo todo e, nas diferentes culturas, testemunha a fé em Jesus, nosso Senhor.

A Igreja é santa
Dizer que a Igreja é santa implica em duas instâncias: ela é santificada e santificante. A Igreja é santificada, pois ela não é uma mera instituição histórica. Ela é o corpo de Cristo. Com a efusão do Espírito Santo, os discípulos de Jesus entram individualmente e comunitariamente em comunhão com Ele. Esta unidade é de tal expressão que separados são membros e juntos são o próprio corpo do Senhor. A santidade da Igreja vem da comunhão com o ressuscitado e da ação do Espírito em suas ações. Sendo santa, a Igreja passa a santificar os homens. A vida sacramental é a expressão de sua ação santificante, pois mediante estas ações sagradas os homens entram em comunhão eficaz com Deus, se tornam templos do Espírito Santo e podem viver uma vida de acordo com a vontade de Deus. O múnus santificante da Igreja é testemunhado pelos santos canonizados.

A Igreja é católica
Quando se diz que a Igreja é católica, se quer destacar duas realidades importantes. Primeiro, a Igreja é o próprio corpo de Cristo. Ela é a resposta salvífica universal de Deus para os homens, pois possui a confissão de fé correta e reta; a vida sacramental integral e o ministério ordenado na sucessão apostólica. Dizer que ela é católica, é afirmar que ela possui todos os elementos para a salvação dos homens. A segunda razão de ela ser chamada de católica é em consequência de sua missão. Ela foi enviada por Cristo à universalidade do gênero humano: todos os homens, de todos os tempos e culturas, devem ser alcançados pelo anúncio da Boa-Nova. A expressão da universalidade da missão da Igreja pode ser encontrada no mandato missionário dado por Jesus aos seus discípulos.

A Igreja é apostólica
Na leitura dos evangelhos podemos constatar duas realidades: Jesus se apresenta como o enviado do Pai e Ele, por sua vez, envia os seus discípulos. O termo “enviado” em grego deu origem à palavra “apóstolo” em português. Por conseguinte, a Igreja é enviada (apostólica) pelo próprio Deus em missão. Desta afirmação decorrem três realidades importantes: o testemunho dos primeiros apóstolos é a base da doutrina católica (depósito da fé); com a assistência do Espírito Santo, a Igreja conserva e transmite esta doutrina às novas gerações (Tradição e Sagrada Escritura); e, através do Papa e dos bispos, a comunidade eclesial continua sendo santificada, ensinada e guiada (Magistério) até a segunda vinda de Jesus.

Para aprofundar...
Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC, do número 811 até 870; no “Compêndio do Catecismo”, perguntas 161, 165, 166, 174; no “Youcat”, pergunta 121; “Lumen Gentium”, parágrafo 13.
Pe. Vitor Gino Finelon
Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese
Mater Ecclesiae e Luz e Vida

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