Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ministério petrino


Quando dizemos em nossa profissão de fé “Creio na Santa Igreja Católica”, afirmamos que os bispos são os sucessores dos apóstolos e que seu chefe é o bispo de Roma, o Papa. Este artigo de fé precisa ser entendido e aprofundado para podermos perceber o real alcance dele. A missão do Romano Pontífice é a de servir a todos os fiéis, confirmando-os na fé verdadeira e reta e unindo-os no mesmo rebanho de Cristo.
São Pedro na Sagrada Escritura
Os livros do Novo Testamento foram escritos na segunda metade do século 1 d.C.. Eles são um testemunho escrito, com a assistência do Espirito Santo, da fé da Igreja Apostólica. Os evangelhos nos revelam bem o destaque dado ao apóstolo Pedro. A razão para isto é, sem dúvida, a escolha que o Senhor fez de colocá-lo como pastor e guia de sua Igreja (Mt 16,13-20; Lc 22,31-34; Jo 21,15-19). O livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra a figura de liderança que São Pedro exerceu na Igreja, deixando claro que Ele viveu de acordo com a vontade de Jesus (At 1,15-26; 2,14-41; 3,1-26; 4,1-22; 8,14-25; 9,31-43; 15,1-35...).
O martírio de São Pedro
Segundo a Tradição, o chefe da Igreja nascente foi martirizado na perseguição do imperador Nero, entre os anos de 64 e 67. Ele teria morrido crucificado de cabeça para baixo, por seu próprio desejo, na capital do império, a cidade de Roma. No lugar onde seu corpo foi enterrado surgiu um pequeno templo, que se tornou lugar de peregrinação dos cristãos. No quarto século, o imperador Constantino mandou erguer um novo – a Basílica de São Pedro. No século passado, as pesquisas arqueológicas realizadas no subsolo desta basílica confirmaram que o corpo do apóstolo está realmente enterrado lá.
A Primazia da Igreja de Roma
Alguns escritos cristãos antigos nos mostram a importância da Igreja de Roma e de seu bispo para manter a unidade e decidir as questões de fé. A carta de São Clemente, bispo de Roma, no final do primeiro século, destaca a autoridade e o primado desta Igreja sobre as outras. Santo Inácio de Antioquia escreve à Igreja de Roma se dirigindo a ela como aquela que “preside à caridade”, sinalizando a preeminência desta. Por conta das questões da data da Páscoa, na metade do segundo século, o bispo de Roma, São Vitor, por sua autoridade, foi quem definiu esta questão. Santo Irineu, no final do segundo século, no seu livro “Contra as Heresias”, afirma a autoridade romana e o seu papel de confirmar e guardar a doutrina.
Por conta do trabalho missionário e do martírio de São Pedro e de São Paulo, a Igreja de Roma foi considerada aquela a principal entre as outras. Ela recebeu a doutrina diretamente das duas grandes colunas da fé cristã. Por isso, recebeu a missão de confirmar a fé e os costumes das outras comunidades, a partir dos ensinamentos recebidos e guardados dos apóstolos. Cada comunidade devia estar em consonância com a Igreja de Roma, pois esta era encarada como a medida da doutrina correta e genuína.
A sucessão do ministério
Santo Irineu, ainda no “Contra as Heresias”, legou uma lista com a sucessão dos bispos de Roma, ou seja, os primeiros Papas. Segundo ele, Pedro e Paulo confiaram a Lino o ministério episcopal. Após Lino vieram Anacleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto, Sotero, Eleutério. Ora, já desde o segundo século ficaram registrados os nomes dos 12 primeiros sucessores de São Pedro como sinal da importância desta cátedra. Assim, aparece o valor desta Igreja e de seu bispo.
Ao longo da história da Igreja, nós já tivemos 264 sucessores de Pedro. Ele pode ser chamado de Papa (título carinhoso que remonta a palavra pai); Pontífice (por ser o representante máximo na terra do povo de Deus); servo dos servos (destacando que sua função é de serviço aos cristãos); bispo de Roma (quem recebe a presidência da Igreja de Roma se torna o chefe da Igreja universal); e, vigário de Cristo (ele é o representante máximo de Cristo cabeça, presidindo seu corpo na Terra).
As funções do Romano Pontífice
O Papa é a cabeça do colégio episcopal, o vigário de Cristo e o pastor da Igreja universal. Ele é o representante de Cristo na Terra. Cabe a ele colocar em prática tudo aquilo que o Senhor pediu. Ele exerce a função de ensinar o povo de Deus e, para isto, goza da infalibilidade pessoal quando, em seu magistério extraordinário, define algo em matéria de fé e de moral. Além disto, ao seu magistério ordinário, apesar de não ser infalível, deve ser dado assentimento religioso da vontade e da razão. O bispo de Roma é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja. É ele quem, ensinando a verdade, coloca a medida para todos os católicos. Se alguém ou algum grupo se coloca contra o Papa, se coloca contra a própria Igreja de Jesus Cristo.
Para aprofundar...
Indicamos a leitura do CIC, nos números 874-896; do Compêndio do Catecismo, pergunta 182; do YouCat, perguntas 141 a 143; e, da “Lumen Gentium”, parágrafos 19 ao 27.
Pe. Vitor Gino Finelon
Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese
Mater Ecclesiae e Luz e Vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário